
No mundo do terror existem algumas figuras que ficaram gravadas no inconsciente coletivo. Dentre os varios mitos do mundo laico europeu medieval que sobreviveram ao tempo estão os lobisomens e vampiros. Era comum nos Paises Baixos a crença de homens que se transformavam em bestas feras nas florestas escuras. Nos povoados mais afastados das cidades e onde o analfabetismo era comum de vez em quando alguem relatava ter visto um morto vivo ou monstro saindo pela floresta para devorar criançinhas e virgens destraidas.

Mesmo com a expansão cristã e a luta da Igreja para banir a 'ignorância' o medo de monstros persistia. Essa vontade de persistir na crença dos mitos laicos é muito estudada por antropologos, psicanalistas, filosofos e historiadores. Jung, por exemplo, percebia que a crença nos mitos era algo ancestral e por que não dizer totalmente comum ao comportamento humano. Se creio logo existo! poderiamos pensar desta maneira se percebermos que todas as sociedades e culturas do mundo tem uma crença, um mito como mote de sua origem na Terra.

Os povos medievais acreditavam nas bruxas e em vampiros como meio de explicar o que para eles era inexplicavel. O escritor irlandes Bram Stoker transformou a supertição dos vilarejos da Europa em mito universal ao lançar em 1897'Drácula'. Ele transformou o morto vivo desfigurado em um elegante homem de fraque e modos refinados para atrair moçoilas que podessem lhe fornecer o sangue. Drácula era um galã machista que chupava sangue de lindas mulheres (claro com um desejo sexual descontrolado). Na mesma linha de Drácula havia a Condessa Bartory, chamada também de 'rainha de sangue', que matava mulheres virgens para banhar no sangue delas para obter vida eterna. Em suma o vampirismo era quase uma simbologia para o desejo sexual e a vaidade tão criticados pela Igreja na Idade Média.



Nos ultimos tempos a figura do vampiro passou por releituras adversas. No cinema ele passou de homem inglês refinado nos filmes dos anos 60 para um caçador de vitimas sanguinolento nos anos 80. O vampiro passou do fraque para o sobretudo e cabelo e atitudes de roqueiro gótico. Na literatura as mudanças foram mais drasticas ainda. A escritora norte americana Anne Rice trouxe para os aficcionados do genero o vampiro homoxessual através da imagem androgena do vampiro Lestat. Nos anos 2000 as obras de Stephanie Mayer relatam sobre os vampiros adolescentes emos que falam de modo simbolico sobre o amor virginal e ingenuo.
Cada geração tem o vampiro que merece! Eu confesso sinto saudades do Drácula de Bram Stoker: cinico, cruel, morbido e aterrorizante.
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