sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Exposições 2011 parte II

Da última vez que estive nesta sessão falei da exposição do Hélio Oiticica no Museu da Republica. Espero que tenham gostado! Como ainda é só o começo do ano e logo teremos o feriado do Carnaval, recomendo que quem estiver  sem nada especial para fazer deve ir correndo ver a exposição da Mariko Mori no CCBB e uma exposição de fotografia nas galerias da Caixa. Estão bem bacanas e podem servir como analise. Pois enquanto uma explora a visão da tecnologia e da sensitividade ultra moderna made in Japan, a outra foca apenas no olho e vasculha a nossa propria cultura:
    
Mariko Mori, Oneness. de 3 de fevereiro a 3 de abril, CCBB ( Setor de Clubes Sul)
A cultura asiática nunca nos pareceu tão importante. A potência cultural e economica japonesa e a assenção da China fez que o ocidente olhasse com outros olhos o outro lado do mundo. Talvez seja por isto que a exposição da artista e designer nipônica Mariko Mori nos fascine tanto. As suas obras priorizam o contato do espectador que irá ver suas obras criando assim uma simbiose entre fruidor e objeto. Mariko Mori consegue reunir o universo cosplay  dos animes com a obsessão que o japonês tem por tecnologias. Desta forma fica mais fácil entender obras como 'Wave UFO" uma gigantesca espaçonave construída na sala de vidro do CCBB!
   
Rosa Gauditano, Povos Indígenas no Brasil, 01 de fevereiro a 09 de março, Caixa Economica (setor Bancário Sul)
34 povos indígenas retratados em um projeto fotográfico. É o que se pode esperar ver na exposição na Galeria da Caixa Econômica intitulada de 'Povos Indígenas no Brasil'. A fotografa Rosa Gauditano expõe fotos coloridas que registram a dia a dia de tribos como Terena, Pataxó entre outros sem a intensão de serem foto artisticas ou que glamourizam o fato. A lente de Gauditano não procura tambem ter um olhar exótico de colonizador e sim um espectador passivo que passeia na vida diária destes homens e mulheres que aqui habitam esta terra à tempos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Barroco no dia a dia

O movimento Barroco foi a primeira manifestação de arte europeia que os nativos tupiniquins conheceram. Devido a fuga da familia real portuguesa da invasão do exercito francês de Napoleão que varreu a Europa tentaram mudar o ambiente tropical da recém descoberta colônia para recebe-los. os indios não conheciam a olearia ( a arte de trabalhar o tijolo) devido suas residências serem de palha e lama endurecida. Com a intervenção dos missionários passaram a construir residências e templos parecidos com os que os europeus tinham em sua metropole.
O barroco que o Brasil desenvolveu é uma mistura do exagero do Rococó com as intensões religiosas do Barroco. Como não tinhamos rochas duras como o marmore as estatuas foram confeccionadas com pedra sabão e madeira, materiais abundantes em muitas regiões colonizadas como Minas Gerais.
No Centro-oeste, mais precisamente em Goiás as cidades possuem igrejas feitas em madeira e possuem uma decocaração mais modesta que as de Minas ( as igreja mineiras eram decoradas com ouro devido a extração).

Em Brasilia existe uma enorme discussão acadêmica onde procura-se afirmar que a capital federal seria uma nova visão barroca e não moderna como se apreguava antes. A catedral feita por Niemeyer seria mais barroca que moderna devido as suas linhas curvas que parecem uma coroa. O Museu Nacional por não ser cubico, isto em forma de um cubo, como a maioria dos predios e sim uma cupula seria também uma obra barroca.
     
O Que caracteriza uma obra Barroca e Rococó:
+ muitas linhas em forma de espiral nos moveis.

+ desenhos e forma que lembram plantas.

+ exagero de cores.

+ esculturas com rostos retorcidos.

+ casas com janelas muito verticalizadas.

+candelabros.

+ultensilios de porcelana.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Guerra sem feridos

O xadrez é um dos jogos mais interessantes que existem. Estou bolando um projeto para que ele seja usado na instituição escolar em que trabalho. O mais bacana é perceber nele um jogo de estratagema de combate onde se pode trabalhar o lúdico e também a lógica pois, cada golpe dado requer toda uma visão geral de sua estrategia bem como a de seu oponente. Muita gente não sabe mas, o xadrez não surgiu no ocidente como imaginamos.

Ele nasceu na India no século VI. Um monarca indiano resolveu presentear um rei vizinho e deu a ele um tabuleiro e algumas peças feitas de marfim. O rei que recebeu o presente tinha que decifrar qual era a relação das peças e o tabuleiro. Depois de muito pensar o rei percebeu que o tabuleiro e as peças representavam um campo de batalha.

A partir daí o jogo  começou a ser usado por generais e reis como modo de planejar seus combates e somente depois se tornaria um jogo de entreterimento. Não se sabe quantas pessoas jogam xadrez no mundo mas dever ser muita gente já que o jogo é popular em vários países.

Outra coisa bacana de saber é que em cada país o jogo muda o formato das peças. Geralmente temos o rei, a rainha, os bispos, os peões e os cavalos como se fossem uma visão de uma guerra medieval. Na India por exemplo, a rainha é um elefante, o que prova que cada cultura pode dar a cara que quiser as peças sem modificar seus valores no jogo. Imagine um jogo de xadrez com elementos brasileiros como a guerra de canudos ou os inconfidentes!?

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sessão papo Cabeção

Algumas obras da literatura mundial mudaram as sociedades em que foram criadas. A Biblia e o Alcorão são exemplos de como um conhecimento de um povo condensados em páginas e páginas podem ir além do material concreto. É toda uma reunião de um saber que fazem uma geração após a outra. Quando criança meus hobbys de leitura eram os quadrinhos. Eram e são considerados uma fonte de conhecimento para os jovens e crianças. Hoje leio mais os livros. Alguns são dificeis e outros mais faceis de toda forma ler pode ser uma viagem a um mundo desconhecido. Eu resolvi listar algumas obras que fizeram toda a diferença quando foram concebidas. Se alguem quiser dar mais dicas de leitura...

A Divina Comédia, Dante aleghieri.
A obra de Dante se tornou um marco no mundo ocidental. A história gira em torno do próprio escritor que de forma misteriosa vai parar no Inferno. Lá ele encontra amigos e inimigos que lhe ensinam valores como a perda e lidar com os erros cometidos na terra. Para Dante sair dos confins do Hades ele precisa passar pelo Purgatório e Paraíso e  encontrar o seu amor Beatriz, que para o autor é a alma mais pura do universo capaz de redimi-lo. Cenas grotescas, teorias subjetivas sobre o mundo além. Um livro mais que perfeito!

A metamorfóse, Franz Kafka.
Gregor Sanza é um jovem trabalhador introspectivo que mora com os pais e tem um emprego burocrático. Um dia ele acorda para ir trabalhar e descobre que se transformou em uma barata gigante. Ele passa a ser alvo de hostilização e escarnio pelas pessoas. A transformação do personagem central da obra em um inseto é apenas o modo metafórico de Kafka criticar o cidadão do mundo moderno escravizado por valores sociais dubios e crueis. O livro é tão cult que já sofreu releituras diversas em filmes e outras obras literárias. Um filme bacana que trabalhou o livro foi "A mosca" de David Cronnenberg.

Kama Sutra, Vatsyayana.
Muita gente fala deste livro sem se quer te-lo lido. Muitos falam do Kama Sutra como um manual pornô, como quem fala da revista Playboy. Ledo engano! Escrita pelo poeta indiano Vatsyayana e traduzido no ocidente pelo explorador e linguista Richard Burton em 1883. O Kama Sutra é um manual de forma poética sobre a visão do povo indiano sobre o ato sexual e seus procedimentos ritualisticos, o que para nós cristãos o sexo ainda é visto como pecado. Vale apena ler este livro para entender o pensamento cultural oposto ao nosso sobre um tema super espinhoso para nós ocidentais.

A Interpretação dos sonhos, Sigmundo Freud.
O Jornal Folha de São Paulo resolveu lançar grandes clássicos da literatura e este faz parte da coleção. Confesso que ainda estou lendo mas, até onde eu lí Freud faz um estudo engenhoso e interessante sobre os sonhos. Para o psicanalista os sonhos são fenomenos que precisam ser estudados pois, muitos deles podem expor o que o individuo sente e como o cérebro trabalha em estado de vigilia. Além de usar referencias de outros estudiosos como ele, Freud usa os seus próprios sonhos para entender o comportamento humano. A maneira como ele analisa os sonhos e como eles espelham o que somos é impressionante!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Mundo egípcio

Os recentes conflitos no Egito, fizeram o mundo olhar para a região dos antigos faraós novamente. Lar de Djoser, Quéops, Miquerinos, Ramses III, Akhenaton, Nefertite, Tutancamon e Cleópatra; o Egito tem uma história única que de certa forma perpassa pela humanidade.

Dividido em antigo, médio e novo império, a civilização egípcia se localizava ao norte da África no deserto cortado pelo majestoso rio Nilo. Foi já no antigo império que surgiriam as grandiosas pirâmides de Quéops, Quéfrem e Miquerinos. Está obra arquitetônica foi idealizada por Imhotep para o faraó Djoser. Nela o faraó poderia descansar seguro para a nova vida com os seus pertences.

Os palácios egipcios possuiam colunas papiriformes, isto é, com o fuste em forma de papiro, a planta que crescia em abundância nas margens do Nilo e que era usada para tudo desde a construção de barcos, alimento e como precursor do papel para escrever.

Os hieróglifos foram a escrita icônica dos egípcios, desta forma eles registravam a sua história e principalmente os feitos dos faraós. Aliás, registrar estes feitos parecia  ser a principal preocupação dos egípcios. Os faraós eram tratados como legitimos deuses terrenos e por isto ganhavam estatuas de bronze e rocha feito sempre de contra posto ( o personagem esta sempre com um pé a frente). De certa forma as primeiras esculturas gregas de couros e courés são identicas as esculturas egípcias, o que prova o poder de  influência que este povo tinha sobre outras nações.

A pintura egípcia tinha como principal caracteristica mostrar o retratado de peito de frente, cabeça de lado e pernas. A ideia seria uma observação de que tudo que viamos era concreto e por isto, seria em terceira dimensão. Porém, como os egípcios não tinham resolvido esta questão de bidimensionalidade X tridimensionalidade, a figura ganhava estas caracteristicas peculiares de pernas, cabeças e braços de lado enquanto o peito era de frente. Somente mais tarde os gregos e os romanos resolveria esta questão.
        
O faraó mais famoso da história é Tutancamon que mesmo não tendo tido um governo longo ou importante ( ele morra aos 14 anos de idade) se tornou celebre quando os arqueologos franceses encontraram sua tumba intacta e cheia de mobiliário e artigos em ouro e pedras preciosas. Outro personagem importante foi Cleópatra, a rainha egípcia descendente de romanos e que por problemas amorosos e politicos levou a ruina os ultimos dias do Egito.
       

A América que os europeus encontraram

Enquanto Espanha e Portugal disputavam para ver quem era a potência marítima em busca de um caminho melhor para chegar as indias e obter especiarias, o nosso continente estava passando por outra situação. No norte e sul do México os Astecas e Maias e entre Honduras e no Peru os Incas. Por aqui tinhamos mais de 1 minhão de habitantes divididos entre várias tribos: Kadiwe, Caiapó, Marajoara e uma maior parte chamada de Tupí entre outras.

Na América Central os Maias, Astecas e Incas desenvolviam uma civilização complexa formadas por cidades grandiosas compostas por templos em forma de pirâmides escalonadas e de rituais de sacrificio e estatuario de mitos feitos de pedras preciosas como o jade e o diamante.
                                        
Cidades como Machu Picchu e Tenochtitlán tinham uma construção tão sofisticadas para a época que gerou lendas de terem sido feitas por alienigenas ou como pregava o difusionismo, terem tido uma mãozinha dos egpcios para existirem.

Porém, o que chamou a atenção do conquistador europeu foram as pedras preciosas que serviam como material para os mexicas confeccionarem seus deuses como a serpente emplomada Quetzalcóatl e as lindas caveiras de cristais que hoje são vistas em filmes de Indiana Jones.
Os mexicas tinham um calendário complexo de 365 dias e 18 meses, alem de divisões de semanas e estações dos anos. Vale lembrar que na Europa o nosso calendário cristão passaria por diversas modificações até ter estes 365 dias como os dos mexicas. Atualmente não se comenta outra coisa, sobre o calendário maia e suas profecias de fim de mundo, o que prova o quanto temos curiosidade de entender a complexa visão deste povo.

Do nosso lado na Ámérica do Sul, não tivemos construções de pirâmides ou cidades, nossos indios que chamavam o Brasil de Pindorama tinham outras preocupações, mas teriam chegado no mesmo auge dos mexicas se os conquistadores não tivessem interrompido seu processo natural de evolução. Basta olhar os sitios arqueológicos no Piauí e em Minas para percebemos que já havia muito chão percorrido por aqui e tudo seria questão de tempo. As urnas funerárias dos indios marajoara são um bom exemplo do que estava por vir.
        

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Vênus de Botticelli

A Renascença foi feliz em gerar obras que hoje são símbolos da arte e do engenho humano: a Monalisa de Leonardo Da Vinci, A Escola de Atenas de Rafael, O teto da Capela Sistina de Michelangelo e o Nascimento da Vênus de Botticelli. Esta ultima chama uma atenção especial se compararmos a maneira de como as mulheres foram retratadas durante a história.

A Vênus de Sandro Botticelli (1445-1510) foi uma obra realizada como um presente para encomendado por Lorenzo de Medici o 'magnifico' para a sua amada. Como era fã de mitologia grega e apreciava a pintura do artista florentino, pediu que ele fizesse na parede de sua casa a majestosa obra. Nela Botticelli procurou retratar o nascimento da da deusa que surgira das espuma do mar de dentro de uma concha como uma perola. Na mesma cena a deusa é recebida pela Hora segurando um manto de flores ( a primavera) enquanto Zefiro o sopro do oeste segurando a ninfa por quem está apaixonado chamada Eglaer empurram com o sopro do amor a deusa até a praia.

Esta obra foi feita por volta de 1480, e hoje quando vemos a personagem central parece que Botticelli estava prevendo o surgimento das modelos de revistas atuais (magras e de rostos angelicais). O pescoço alongado e os ombros muito caidos tão um tom ilusório a figura da Vênus, como se este tipo fisico jamais existisse em qualquer época. A modelo que Botticelli usava em suas pinturas se chamava Simonetta Vespucci e era segundo dizem muito bonita, o que levou botticelli a usa-la como modelos em muitas de suas obras além da Vênus. Infelizmente Simonetta morreria de tuberculose, igual a muitas meninas que hoje sonham em ser modelo e sofrem de anorexia. Uma pena!
   

Barroco e Rococó

O movimento surgido no século XVII, intitulado por Barroco, foi uma forma de propaganda da Igreja Católica para atrair fiéis no seu período mais critico. O termo que significa 'irregular, contorcido' como bem havia definido Janson em seu "Iniciação à História da Arte" de 1986 foi a ponta de lança da contra-reforma, uma espécie de resposta da Igreja a reforma protestante iniciada por Martin Lutero no meio do século XV.

As principais caracteristicas do Barroco foram o exagero de linhas onduladas e florais nas colunas das igrejas além de uma overdose de imagens que cobriam o texto criando o efeito de tromp'loel. Artistas como Andrea Mantegna e o escultor Bernini deixavam os interiores das igrejas totalmente hiper decorados parecendo que a 'casa de Deus' se encontrava na terra e não no mundo celeste.
As esculturas barrocas transpareciam dramaticidade e tentavam relatar fielmente os fatos e lendas as quais haviam inspirados os escultures. Se compararmos o Davi de Michelangelo e o Davi de Bernini, veremos que o segundo parece mais contar o fato historico biblico que o primeiro, uma clara crise de discurso e distanciamento da arte clássica grega que os renascentistas prezavam.
        
Na pintura o Barroco conseguiu ir além da Itália ganhando interpretações na Holanda e na Espanha com Vermee e Velazques.
     
Mas e o Rococó? Em que ele se difere do Barroco? na verdade o Rococó é a visão dos ricos franceses que  queriam que seus palácios tivessem os mesmos efeitos arquitetônicos das igrejas italianas. Por isto o tema das pinturas do Rococó são a vida dos ricos e famosos em meios de suas festas bacanais e frivolidades em vez dos santos sofridos da Igreja católica.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sessão In/justiçado 2

Continuando a saga sobre aquelas bandas e artistas que sofreram injustiça do público, trago informações de caras legais. Se você quiser ver sua banda injustiçada aqui mande um recado OK!

Information Society
O Information Society é aquela banda que teve um sucesso imediato no Brasil e depois sumiu sem deixar vestigios. Recentimente eles estiveram aqui para lançar um novo trabalho depois de quase 12 anos sem gravar nada! Músicas como "Pure energy" e "Think" eram hits de boate na década de 80. Pena que a injustiça comparação da imprensa com o Depeche Mode sempre colocou o Information no escanteio.

Marilyn Manson
Este cara me assustou no anos 90 com os seus clipes que pareciam filmes de terror. No início ele chocava a sociedade metendo pau na Igreja e no conservadorismo norte-americano. Porém, o povo começou a gostar do cara e o que chocava virou motivo de piada. Mesmo assim 'Anti Christo Super Star', é um discaço basta ouvir "Beatiful People" e saber disso!

Milli & Vanilli
As músicas eram legais e super dançantes e o publico gostava de montão! De repente veio a surpresa: os irmãos com cara de modelo de revista não cantavam e tudo era playback. No fim as musicas foram esquecidas e ninguem mais ousou dizer que curtia Milli & Vanilli.

BAD (Michael Jackson)
Tudo bem que Bad não é nenhum Triller mas, convenhamos que qualquer disco do Michael não dever ser desprezado, já que ele se esmerava para fazer o melhor. Então, temos que dar uma segunda chance a este disco mesmo que a crítica o ache ruim.