sábado, 25 de fevereiro de 2012

Grafite: O Paradigma da Arte



Não existe algo mais emblemático e controverso no mundo das artes do que o grafismo ou Grafite. Percebi como professor,que tenho diversos alunos que adoram esta arte, mas também percebo que muitos deles não sabem de onde este tipo de arte veio. Erroneamente muita gente pensa que o grafite surgiu nos EUA com  o movimento hip hop do inicio da década de 80.

De certa forma os discos de rap e o capitalismo e os meios de comunicação de consumo de mass media dão o credito aos norte americanos, porém se estudarmos a trajetoria deste estilo de arte veremos que sua origem remonta aos primordios da antiguidade classica na Roma Antiga e mais ainda, as pinturas murais que surgiram no Egito até o muralismo mexicano em 1920.

Os povos antigos usavam os muros de seus palacios e templos para passarem a mensagem seja de adoração a uma divindade ou de submissão ao rei com desenhos e pinturas. Os egipicios, por exemplo, usavam a lei da frontalidade e os hieroglifos para registrarem as façanhas dos faraós e seu culto da morte.
Mais tarde na Roma Antiga irão surgir os murais voltados para criar o tromp'loel e imagens de adoração aos deuses como Baco e os feitos do heróis como Hercules e  diversos rituais.

A pintura mural depois voltará a ser moda na Renascença com os afrescos feitos por pintores como Rafael Sanzo, Botticelli e o mais famoso deles Michelangelo. O processo de decoração nesta época consistia em desenhar as marcações da figura na parede e depois com um molde feito em tecido machetado por cima de uma camada de gesso ainda humida colocada por cima da parede.
 
Posteriormente a pintura mural somente teria uma função social (no sentido critico do termo) com os artistas mexicanos em 1920. José Clemente Orozco e Diego Rivera serão os grandes expoentes desta fase da pintura mural. Os seus trabalhos consistiam em retratar o cotidiano dos povos pobres e na maioria das vezes um critica as autoridades (especialmente aos paises ricos que exploravam as colonias, ecos do movimento comunista absorvido por estes pintores) e que tomavam os muros de escolas, igrejas e todo lugar publico que podesse ser visto.

Esta visão critica migraria posteriormente para as pichações e o grafite feito nos EUA. Um dos fatores responsaveis por essa divulgação na america do norte foi a crescente comunidade latina que se abrigou em cidades como Brooklin na California (berço do hip hop). Na decada de 70 o grafite teria seu primeiro reconhecimento como arte através dos trabalhos de Jean-Michel Basquiat. Morto aos 28 anos devido o consumo de drogas, Basquiat foi o primeiro grafiteiro a ficar rico com este tipo de arte até então marginalizada e vista como depredação de patrimônio público.

No Brasil os irmãos Otavio e Gustavo Pandolfo, vulgo os Gêmeos, se tornaram referencia nografite nacional e internacional com obras expostas nas galerias da Europa e EUA. Seus grafites são caricaturais e com um traço único que foge de um padrão que as vezes parece se repetir entre os grafiteiros.

Atualmente o grafite tenta novas ousadias visuais com o 3D e focar em outros temas além do ja costumeiro critico social.

Escrevendo Um Românce: 17ª Parte

CAVALEIROS E EXORCISTAS


©2012 Paulo Af.
Esta obra é uma ficção, não tem dados históricos oficiais reais e todos os personagens são fictícios, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
UM MOMENTO PARA REFLEXÃO

Helio Medeiros estava exausto de ler seguidamente as cartas de Francisco. A platéia entusiasmada soltou urros contra a parada repentina da leitura. O professor fez um sinal de ‘pare’ para a platéia e sentou-se na cadeira que estava no palco ao seu lado.
O reitor interveio e pediu silêncio e calma para a turba. Explicou que o leitor precisava de uns minutos para recuperar o fôlego. No mesmo momento Helio tomava dois goles de água para resfriar a aquecida garganta. Passado os minutos resolveu ele mesmo tomar conta da situação.
Levantou e olhou para a platéia e disse:
-         Esperem um momento! Prometo continuar a leitura, mas primeiro vou explicar o que li até agora para vocês: pelo que pudemos perceber temos um embate que se sucede após os soldados de Aquiles terem finalmente encontrado o castelo de Atila. Os karanyos que parecem ser uma tribo pacifica se tornaram soldados de guarda dos colonizadores e assim são peões no que seria uma guerra inevitável pelo poder.
A explicação de Helio Medeiros é cortada por uma intromissão de um estudante na platéia que resolveu perguntar. O reitor e o palestrante lhe deram a permissão e este fez a pergunta:
-         O que o senhor acha que seja a relíquia sagrada, fonte verdadeira da disputa de poder pelos colonizadores?
Helio depois de pensar um pouco respondeu:
-         Acredito que a relíquia sagrada seja um mito. Uma lenda que foi criada para romantizar uma batalha que tinha como verdadeira intenção o domínio da terra dos índios.
Depois de expor o seu ponto de vista, Helio voltou à leitura pegando um novo maço de documentos.


O ATAQUE AO CASTELO

Saí dos aposentos e fui direto à procura de Diana e Buldica. O tumulto tomava conta do lugar: índios corriam de um lado para o outro. De repente vi soldados armados com armaduras e lanças correndo de um lado para o outro.
Um guerreiro chamado de Conrado conduzia a tropa para proteger o castelo. Ele gritava palavras de ordem misturadas com motivação e empunhando a espada para o alto em direção dos soldados do norte da edificação: ‘morte aos invasores!’.
Na parte leste do castelo, um outro guerreiro chamado de Alexandre conduzia os arqueiros. Com um movimento da sua mão direita eles lançavam flechas para o alto para conseguirem altura e velocidade suficiente, a fim de acertar os inimigos que estavam a baixo.
No meio de tanto alvoroço, Atila estava guarnecido em uma torre mais alta, de onde ele avistava toda a cena de batalha. Daquele lugar ele gritava para os soldados que preparassem azeite fervido para jogar nos inimigos que atacavam o castelo.
Nunca havia visto uma batalha em minha vida e ao contrário dos jogos de xadrez, não se podia prever a jogada feito pelo adversário olhando o tabuleiro. Olhava para os lados e tentei chegar perto do parapeito do muro para ver a ação do monsenhor Aquiles para tomar o castelo.
Senti alguém tocar no meu ombro. Era buldica que esbaforida perguntava a mim o que iríamos fazer. Diana apareceu e disse que estava até então em um canto da muralha e de forma segura assistia os que estava abaixo do castelo. No primeiro momento fiquei feliz em vê-la. A felicidade foi tanta que me deu vontade de abraça-la, contudo ela não notou minha alegria. Estava mais afoita em ver a guerra que qualquer outra coisa.
Com medo ficamos abaixados, pois por mais que os soldados de Aquiles não quisessem nos fazer mal, um de seus golpes poderiam nos ferir. Diana com medo disse para aproveitarmos a situação para sair do castelo. Como os soldados de Atila estavam ocupados tentando impedir os ataques do monsenhor não nos veriam quando saíssemos no meio da multidão assustada.
Enquanto corríamos sentíamos as paredes do castelo balançarem como se um gigante estivesse caminhando pela terra. Buldica aproveitou o alvoroço e tomou de um soldado assustado uma lança e com sua astúcia cobriu a nossa retaguarda caso alguém quisesse intervir em nossa fuga.
Quando alcançamos o grande pátio do forte, vimos uma tropa de vinte homens montados em seus cavalos a espreita do enorme portão do castelo. Eles pareciam já esperar que o ataque do monsenhor a qualquer momento derrubaria os portões.
Vi que montado em um dos cavalos estava Leonardo. Lembrei-me da história contada por sua mulher, Fátima. Tentei ver o personagem corajoso e audaz que enfrentara a temível onça de três cabeças. Infelizmente notei que ele era um menino, quase da minha idade e senti pena do terrível destino que o aguardava.
Nos escondemos na cocheira e então ficamos esperando o grande momento da derrubada dos portões. Ouvíamos enormes batidas de aríete que faziam o chão tremer e a muralha balançar.
Dos céus começaram a cair flechas que acertavam os soldados de Atila com precisão. Um dos guerreiros teve a cabeça destroçada por uma flecha que perfurou o elmo. Outro teve o peito atravessado por uma lança que veio da mesma direção das flechas. Leonardo aflito gritava para os seus comandados manterem os escudos próximos do corpo para evitar o mesmo destino dos guerreiros mortos.
Diana me abraçava forte sentindo um medo (que até então nunca pensei que ela pudesse sentir). Buldica arregalava os olhos e não acreditava no turbilhão que via. Os estrondos do portão pareciam mais altos e fortes. Alguns guerreiros de Atila faziam barricada para evitar a derrubada do portão.
Porém, quando menos esperavam os portões foram rompidos. As pesadas madeiras que os formavam caíram sobre os pobres soldados da barricada. Uma nuvem de fumaça cobriu o pátio assustando os cavaleiros liderados por Leonardo. Eu e as guerreiras amazonas nos cobrimos para não entrar terra em nossos olhos.
O chão voltou a tremer agora mais intensamente. Os meus ouvidos foram invadidos por barulhos de tropel de um exercito! ‘Grande Deus!’Exclamei em ver que eram os guerreiros liderados por Aquiles invadindo o castelo de Atila com fúria. Agora eu vejo que a verdadeira guerra havia iniciado!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Artistas Negros: Fazendo a Diferença

Depois de curtir um feriadão de Carnaval estou de volta. Aproveitando ainda um pouco desta festa popular que tem uma grande participação da comunidade negra, resolvi trazer para vocês alguns nomes do mundo artistico brasileiro e do exterior. Geralmente as pessoas associam aos negros a capacidade para o esporte ou de trabalhar bem o lado musical. Mas será que nós negros não temos representantes em outras areas como a literatura, a ciência e a pintura? Assim como eu fiz com uma postagem toda dedicada as mulheres artistas, também resolvi procurar o nome de artistas afros que não são citados nos livros de história da arte com ênfase. Espero mais uma vez, estar dando contribuição e valorização maior as diferenças seja de raça ou sexo.

Aleijadinho
Antonio Francisco Lisboa (1738-1814) é de longe o nosso maior representante no quesito escultura. Nascido em Ouro Preto e filho de um arquiteto português e uma escrava, Aleijadinho (apelido recebido devido uma doença que provavelmente seria a Lepra, que o multilou) começou como entalhador das principais igrejas de Minas Gerais, depois passou ele mesmo a trabalhar com esculturas feitas de pedra sabão e como arquiteto na concepção das edificações sacras. Suas obras são de um estilo barroco que em muito difere do que se tinha referência ( A Italia). Suas obras como os doze profetas são maravilhas ao ar livre.

Henry O. Tanner
Henry Ossawa Tanner (1859-1937) foi um artista afro americano filho de um pastor metodista e de uma escrava e teve uma boa formação familiar e social e assim, mesmo a contra gosto dos pais, foi estudar na Academia de Belas Artes da Pensilvania. Teve como professor novos visionarios da arte norte-americana como Thomas Eakins. Devido o racismo e a não aceitação de suas obras foi para Paris onde teve contato com os trabalhos de Coubert. A partir daí sua obra virou referência para o realismo na América.

Benedito José Tobias
Nascido em São Paulo Benedito José Tobias (1894-1963) pintou uma obra voltada para o mundo afro descendente da decada de 30 e 40. seus retratos possuem um toque impressionista e ao mesmo tempo com elementos do realismo (mostrando o dia a dia dos negros). Depois seus trabalhos cairam no esquecimento, será por que ele era afro?

Bispo do Rosário
Figura emblemática do mundo artistico Bispo do Rosário (1909-1989) nasceu no Sergipe e foi marinheiro (um dos temas recorrentes em suas obras são navios construidos de sucata). Depois de passar por momentos alucinatórios foi internado no sanatório Pedro II. Com delirios paranóicos dizia que falava com Deus e que estava se preparando para o Juízo Final. Uma de suas obras mais conhecidas é o 'Manto da Apresentação'. Muitos criticos não consideram seus trabalhos artisticos, outros o consideram um duchampiniano.

Paulo AF
Não é para ser metido, não...mas como afro descendente me coloco nesta lista. Ainda tenho muito o que aprender ainda, contudo quero mostrar que nós negros podemos destacar em outras areas além do futebol ou da música. O meus estilo é mais para a ilustração.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Sessão Amigo do Peito: Meus artistas preferidos

Estava dando uma arrumada em casa quando encontrei materiais dos tempos da faculdade. Comecei a ler alguns textos e laudas desta época e percebi o quanto da minha vida mudou quando entrei na Faculdade Dulcina.
   
Antes da Dulcina a única referencia que tinha de arte era os quadrinhos. Como tremendo ignorante não conhecia quase nada de mestres como Bosch, Picasso, Mondigliane, Max Ernest e claro, Leonardo Da Vinci. Foi neste lugar que conheci inumeros artistas da cidade, muitos na maioria alunos, com ideias que até então eu não compartilhava por não conhecer direito.

Me lembro que passei a admirar mais a arte classica e descobrir o meu jeito para a arte contemporanea com professores legais como o André Santangelo (grande fotografo e fomentador de exposições) e Karina Dias ( video artista e autora de livros de arte).
  
Também fiz amizades incriveis com pessoas legais como o nosso saudoso amigo Fabiano Ramos, Campinos, Samara Brito, Maysa, Dalva, Valdirene... a lista é grande e pode ser que eu vá me esquecer de outras pessoas. Não quero fazer injustiça então vou parar por aqui.

Aproveito para mostrar os trabalhos de artistas que um dia, espero, tenham seu talento reconhecido. Uma das minhas grandes amigas e também parceira das horas dificeis é a Maria da Paz. Pintora de talento e grande artesã ela agora se dedica  ao mundo educacional. Foi com a sua ajuda que muitos projetos que realizo na escola em que leciono são planejados.

Outro artista que admiro é o Valter. Escultor, foi ele quem decorou com suas estatuas maravihosas a famosa igreja que fica na avenida Helio Prates com a sua imponente figura do São Jorge e claro, o pensativo Jesus rodaniano. Eu o conheci por acaso enquanto passava pela avenida e o vi pintando um de seus relevos nas grades que cercam a igreja (acho que ele não deve se lembrar).

Para finalizar mostro o trabalho dos meus parentes de Teresina como esta escultura de sereia feita de biscuit. Não ficou maravilhoso? Enfim, existem muitos artistas neste mundo que eu gosto e poderia ficar falando sobre eles por muito tempo, porque antes de tudo são meus amigos e pessoas fantásticas!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Escrevendo um romance 16ª Parte


CAVALEIROS E EXORCISTAS
 ©2012 Paulo Af.
Esta obra é uma ficção, não tem dados históricos oficiais reais e todos os personagens são fictícios, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

 O TERRIVEL DEBATE COM A MORTE

Após ouvir a história de Fátima comecei a questionar o que nos motivou a caçada a traz de Atila. Poderíamos estar enganados sobre os nossos inimigos? Poderia Atila estar certo sobre as atitudes da Igreja? Poderia o monsenhor Aquiles ser o verdadeiro vilão desta história?
Sai da piscina e depois de enxugar o meu corpo troquei de roupa. Os karanyos eram muito organizados até mais que os guaranis. O castelo era limpo e todos andavam semivestidos, as mulheres cobriam o busto e os homens usavam tangas largas para encobrir a genitália. Tudo era diferente e bastante civilizado aos meus olhos.
Percebi que Buldica e Diana estavam em uma varanda do castelo. Fui falar com elas. Diana olhou para mim com seus olhos castanhos luminosos e com um sorriso me paralisou. Aproximou bem devagar e comecei a falar:
-         Vejo que estás feliz!
Diana abaixou a cabeça e passando a mão sobre a cabeleira negra e olhando a sua irmã retrucou:
-         Como não estaria?! Eu e você estamos bem e minha irmã saiu dos braços da morte.
Olhei para Buldica e ainda não acreditava no seu bem-estar. Lembrei-me que como eu a vi mortalmente ferida e agora, estava muito mais forte do que antes. Resolvi fazer perguntas a ela:
-         Buldica, o que sentiu durante o processo de magia de Atila?
-         Senti que uma luz entrava no meu coração. Mas, antes também senti uma dor constante sobre minha cabeça, como seu uma faca perfurasse a minha nuca.
-         Sempre imaginei que os milagres fossem suaves e nunca dolorosos (retruquei desconfiado).
-         Realmente foi doloroso, contudo só no inicio. Depois, estava me sentindo como se flutuasse no ar.
O ar de felicidade de Buldica me intrigava. Nunca imaginei presenciar um milagre. Como poderia eu um homem de fé ficar descrente do poder de Deus? Diana se aproximou e tocou em meu braço. Fitamos um ao outro e ela falou:
-         Devemos ir embora daqui. Quero voltar para minha aldeia.
Olhei para ela e falei:
-         Eu também queria retornar para os guaranis. Mas como? Até agora monsenhor Aquiles e seu exercito não vieram nos resgatar. (comecei a pensar que fomos abandonados).
Disse então a Diana que iria me deitar em um dos aposentos que Atila nos ofereceu. Elas disseram que iriam depois: queriam caminhar mais pelo recinto. Despedi-me e fui dormir e que sabe espairecer a minha cabeça cheia de indagações.
No aposento encontrei uma cama feita de palma, coberta por um lençol e um travesseiro de penas. Deitei a cabeça sobre tão macia superfície e adormeci rápido. Durante o sono clarões e escuridão digladiavam e depois cenas enevoadas se formavam em minha mente. Vi-me então, sentado diante de uma mesa parecida com a tavola redonda do rei Arthur. Ao seu redor varias cadeiras ocupadas por cavaleiros de armaduras negras. Senti um ar gelado no ambiente. Mais à frente avistei uma arvore seca no alto de um vale. Comecei a perguntar aos presentes onde eu estava, mas ninguém respondia. Todos os cavaleiros mantinham silêncio fúnebre e isto me assustava.
De repente um barulho como de trovão se fez no lugar. Uma figura do nada veio até a mesa. Estava vestida com um manto negro e de cabeça abaixada como um monge beneditino. A figura veio em minha direção. Olhei e vi que em uma das mãos segurava uma foice manchada de sangue.
A figura parecia não ter rosto, contudo, senti os seus olhos me observarem. Senti o frio aumentar naquele lugar cheio de vazio. Comecei a perguntar a figura o que eu estava fazendo naquele lugar. A figura de manto resolveu então levantar a cabeça.
O espanto me veio quando percebi que a face da criatura era desprovida de carne. Oh vossa Santidade! Imagine um homem com expressão de caveira, pois bem era a Morte que veio me visitar em meus sonhos!
Os buracos no lugar dos olhos pareciam à escuridão eterna. A criatura levantou sua mão e apontou para um dos cavaleiros que estavam sentados. Ela então começou a apresentar:
-         Este cavaleiro é a Fome.
Depois apontou para o outro:
-         Este outro é a Peste.
E por último mostrou-me um enorme guerreiro que saiu da escuridão com duas faces e quatro braços. Para o meu torpor as faces do monstro se assemelhavam a de Aquiles e Atila. Em seus braços sustentavam espadas e escudos e no peito o brasão em forma de um dragão de doze cabeças. A morte então falou:
-         E este é o meu melhor cavaleiro. Chamo este de: Guerra!
Percebi então que estava diante dos flagelos do Apocalipse. A Morte então levantou a sua foice ate o alto de sua cabeça e falou:
-         Tu deves saber que tua hora chegou! Toda a sua raça está condenada ao fogo do Inferno e o teu Deus te deixou á deriva no mar da desolação.  Eu como ceifeiro vim colher o plantio. Agora morra como deves!
Comecei a gritar e a pedir misericórdia a Deus. Porém, o Senhor não me socorreu. A Morte riu de minhas orações e com seus cavaleiros escarneceram do meu medo. Tentei dialogar com a Morte:
-         Por favor, sou um temente de Deus! Poupe a minha vida, por favor. Volte para o Hades e me deixe em paz!

A Morte então enfiou a ponta da foice em meu peito. Vi o meu rosto ficar manchado do meu próprio sangue. A Morte sorriu e com raiva enfiou a mão cadavérica em meu peito. Em seguida ela puxou o meu coração e falou:
-         Eu irei para o Hades sim! Contudo, levarei o teu coração junto comigo!
Acordei do sonho espantado e transpirando muito. Ouvi um barulho de explosão. Levantei e vi pela janela uma cena muito esperada: era o exercito do monsenhor Aquiles atacando o portão do castelo de Atila!


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Arte de Construir Robôs

Como já comentei algumas vezes, eu costumava construir os meus próprios brinquedos. Eu não tive uma infância muito pobre, pelo contrário, meus pais me davam até presentes bacanas. Porém, de alguma maneira eu gostava de construir coisas.
Penso hoje que se não tivesse me dedicado ao mundo das artes, eu gostaria de ter sido um engenheiro ou inventor. Gosto de ver os mecanismos e engrenagens de algumas máquinas e fico refletindo como o homem em sua teimosia de querer criar algo desenvolveu coisas tão complexas e aparentemente impossiveis!
Com a volta das aulas estou com nova turmas de alunos e como é de praxe nós educadores ja devemos ter ideias de projetos para pôr em prática. Um dos projetos que pretendo iniciar com os meus alunos da EJA e do Fundamental infantil é a construção de robôs.
Este projeto é bastante simples e para faze-lo o alunos só precisaram de caixas de leite ou de suco e rolo de papel higiênico, caixa de ovos, caixas de pasta de dente  e cola.

Primeiramente rocorte o fundo da caixa de suco e depois nos lados faça um espaço na qual o rolo de papel higiênico pode passar. Em seguida pegue duas caixas de pasta de dente ou de barra de sereal. Faça nelas o mesmo espaço para encaixar o rolo de papel. Depois dos encaixes entre caixas de pasta/rolo/caixa de suco, você perceberá que as pernas do robô poderão se mexer deixando ele articulado.
Em seguida corte uma caixa de ovos e transforme nos olhos do robô e cole na parte do fundo da caixa que foi recortada. Depois desenhe os braços do robô em uma cartolina, papelão ou papel cartão e recorte-o. Em seguida use grampos para prender os braços na caixa de suco e assim eles também serão articulados. Pronto! Para dar um toque final pinte o robô com tinta guaché ou acrilica e seu aluno poderá depois se divertir com ele.
Se alguem tiver uma outra dica de construção de robô mande um recado OK!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Arte de Desenhar 2: Tecnicas e Materiais

Continuando a postagem anterior sobre desenho. Resolvi agora falar de tecnicas e materiais que podem ajudar aqueles que gostam de rabiscar, como eu, em  uma folha e se divertir com ilustração. Como eu pretendo falar de técnicas e materiais esta postagem pode ser mais útil para quem ja desenha ha um bom tempo, então para os que estão iniciando prometo uma postagem mais diferente da próxima vez.
Em termos de tecnica existe um gama enorme na qual o desenhista pode utilizar e assim de acordo com seu estilo criar uma assinatura própria.

É comum as pessoas acharem, por exemplo, que desenhar com caneta esferografica seja ruim e não muito artistico. Não é verdade! Existem muitos artistas que fazem grande obras usando somente canetas bic ou neo pen compacto (depende da qualidade da tinta da caneta e se ela não borra muito sobre o papel). Eu constumo usar tanto a bic como a neo pen e os desenhos ficam super legais.

Lógico que para desenhar com caneta requer uma destreza maior, pois ao contrario do desenho à lápis não se pode apagar os erros. Outra dica tecnica é fazer desenhos com as canetas nanquins de modelo uni pin. Eu uso as canetas de numeração 0.2, 0.3 e 0.8; que me ajudam a trabalhar o jogo de luz e sombra no desenho. Também costumo usar os pinceis grossos da pilot e suas hidrocores de ponta bem fina.
Aqui enbaixo mostro dois trabalhos de artistas que utilizam as canetas: o espanhol Juan Francisco Casas e o japonês Shohei.
 
Outra técnica bacana e que eu adoro e do pontilhismo. Criada pelo pintor francês Georges Seurat (1859-1891) que consistia em usar pequenos pontos na superficie na tela que juntos parecem formar uma figura é uma tecnica que requer muita paciência do desenhista, mas o resultado geralmente é esteticamente atraente para quem vê. Eu costumo usar as mesmas canetas nanquins numeradas para fazer este desenho, poque de acordo com o efeito de sombra desejada faço pontos pequenos com ajuda da ponta da caneta ( quanto mais grossa a ponta da caneta mais sombra, quanto mais fina a ponta, mais finas linhas de contorno leve). Também faço uso de canetas hidrocores.

Na questão de desenhos à lápis, eu uso no mesmo desenho variações de ponta como de um 6B até um 8B. Tem pessoas que somente com um único lápis fazem maravilhosos desenhos. Como não sou tão bom no lápis costumo usar varios criando um degradé no meu trabalho. Deixo como icentivo um pouco do meu trabalho.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Sessão Quadrinhos : Mangás e animes de Terror



Esta postagem vai para quem curte a cultura japonesa. Ha um bom tempo que eu desejo falar de mangá, pois não é de hoje que eu curto os heróis da terra do sol nascente. Muitos da geração de 80 e 90 cresceram vendo na TV os seriados do Ultraman, Spectroman, Jiraya, Changemen e similares. Nem mesmo os gênericos dos Power Rangers conseguiu apagar da memória dos fãs do mundo nipônico as  coisas muito legais que foram produzidas por lá.

Atualmente o mercado editorial de quadrinhos no Brasil abriu espaço para os mangás. O que foi ótimo, ja que somente os herois americanos e nosso quadrinho nacional estavam nas bancas de jornais. Os quadrinhos japoneses são famosos nos paises europeus ( que a pelo menos a uns trinta anos já eram consumidos na França, Italia e Espanha) foi no final dos anos 80 que os norte americanos passaram a lêr as bandas desenhadas vindas do Japão e o Brasil a partir do final dos anos 90.

Como o consumo de mangá cresceu simultaneamente com os desenhos de Pokemon e Cavaleiros do Zodiaco, as editoras espertamente resolveram priorizar os gibis de cunho infanto juvenil da linha Shonen Jump. Nos últimos anos para cá revistas que nunca haviam chegado aqui passaram a ser públicadas e logicamente o mercado de download  de desenhos mais alternativos juntos.
  
E aí que vem os mangás e animes de terror japonês! Conheci as obras de Hideshi Hino através de um amigo fanatico por cultura japonesa. A sua obra intitulada 'Panorama do Inferno' é uma viagem alucinogena e altamente surrealista, onde o autor de forma autobiográfica cria um universo de terror e grotesco. Hideshi Hino começou escrevendo textos de humor e nos anos 70 começou a escrever e desenhar histórias de terror cheia de cenas de multilação e sangue. Sua fama no Japão é de um dos maiores autores do gênero que inclui mais de 200 histórias publicadas. Como as suas melhores histórias foram escritas nos anos 70  e 80, somente agora elas estão sendo publicadas no país.
 
Os filmes de terror japoneses começaram a ser visto no Ocidente depois do sucesso do filme 'O Chamado' no inicio do novo milênio, porém ja existiam animes de terror nos EUA e no Brasil através do antigo mercado dos VHS. Um dos mais bacanas é o OVA 'A lenda do Demônio' de 1990 e dirigido pelo diretor Choujin Densetsu. A história conta sobre uma antiga profecia japonesa em que um demonio precisará de um hospedeiro para dominar a terra. O hospedeiro do monstro acaba sendo um jovem timido e que sofre bulling na escola chamado Negumo. Bastante violento e cheio de cenas pesadas de erotismo 'A lenda...' é um desenho japonês voltado para o publico adulto por seu tema de violencia e sexo esplicito.
   
Outro OVA bastante conhecido no meio alternativo e Wicked City. Dirigido por Yoshiaki Kawajiri em 1988, é um terror-noir na qual  um policial vive em uma cidade povoada de humanos e seres bizarros que lutam pelo equilibrio da terra. Cheio de cenas de ação e erotismo e muito terror, Wicked City mostra uma historia complexa e super emocionante e claro, assustadora!!!

Já na linha dos animes existe Blood um desenho japonês que vai na temática dos vampiros. Só que ao contrario de Crepusculo e coisas atuais, Blood mostra uma guerra sangrenta entre uma familia de sangue-sugas, bem ao estilo do terror antigo que assustava as pessoas. Enfim, quem curte coisas alternativas e fugir dos Pokemons e Narutos da vida tem coisas bem legais para procurar na internet e nas bancas.