quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Sessão Literatura: Contos Modernos de Natal

É 2015 está indo embora... para muitas pessoas este foi um ano meio que pesado: inflação em alta, desemprego, greves, tragédias ambientais, manifestações... os fogos do Ano Novo com certeza serão de muito alivio deste ano que se encerra!
Mas o que importa é que hoje é véspera de Natal. Vamos lembrar de coisas boas que aconteceram ( 2015 não é só tristeza). Faz um bom tempo que eu não volto com a Sessão Literatura, então resolvi pegar o clima natalino para falar de algumas obras que de certa maneira falam do Natal. Claro, que nem sempre da maneira piegas que a gente vê nos programas de TV. Por isto, escolhi os quadrinhos para esta missão. Então se você se interessar pode procurar nas bancas, livrarias e sebos alguns destes trabalhos. Feliz Natal e prospero Ano Novo!!!

Batman Noel, Lee Bermejo, Editora Panini, 2011.
O conto de Natal do autor Charles Dickens, já teve inúmeras versões no cinema, novela e desenhos e por isto, não é de se estranhar que nas HQs poderia ter suas versões. É neste quesito entra a  revista especial do Batman (Batman Noel 2011). Nesta versão Batman personifica o terrível e sovina Abner Skrooj. E assim como na história original ele ,o morcegão, tromba com os fantasmas dos natais passados e claro, acaba encontrando o sentido do Natal. As ilustrações de Lee Bermejo são muito belas e carregam no drama natalino.

Grandes Heróis Marvel 2: O Natal do Homem - Aranha, vários, Ed Abril, 1980.
Esta revista é da época em que os gibis da Marvel e da DC vinham em formato menor. A editora Abril espertamente resolveu lançar esta edição dos 'Grandes Heróis Marvel' reunindo vários episódios de Natal com os Vingadores, Quarteto Fantástico e claro o... Homem- Aranha. Os super-heróis nesta edição não combatem nenhum super vilão e tudo se passa na noite de Natal e como eles o comemoram. Muito divertido!

Juiz Dredd Especial de Natal, vários, Ed Mithos, 2013.
O especial de Natal do Juiz Dredd é com certeza a edição mais insana que já saiu sobre o tema. São sete historietas que mostram de forma hilária, como o juiz implacável de Maga City odeia o bendito Natal. Se vacilar ele até prende o bom velhinho por invasão de propriedade. Uma das histórias mais legais se chama de 'Escolha o Seu Natal' em que um pobre coitado vai comprar presentes no shopping e passa por um perrenge danado! Têm também uma paródia ao conto de Charles Dickens super bizarro! Vale apena ler.

Natal da Turma da Mônica, Ed. Panini, 2014.
Todo final de ano assim como a Globo exibe um especial do Rei Roberto Carlos, o Mauricio de Sousa sempre lança um especial da Turma da Mônica de Natal. E quer saber... é muito bom! A molecada sempre se diverte com os planos infalíveis do Cebolinha para pegar o coelhinho da Mônica mesmo no dia de Natal.Só para você ter ideia a primeira revista deste gênero da Mônica  saiu em 1970.


sábado, 19 de dezembro de 2015

José Mojica Marins e o Cinema Autodidata


Quem acompanha a programação da TV à cabo sabe que muitas emissoras tem investidos em seriados brasileiros. De certa maneira isto é bom, pois assim temos algo para nos identificar e não ficarmos presos a series norte americanas que mesmo tendo muita qualidade, ainda espelham o modo de vida dos EUA.
Por esta razão, talvez para criar uma identificação maior, o canal pago Space resolveu transmitir uma série sobre a vida e a obra do cineasta José Mojica Marins.

Talvez, o nome não lhe traga alguma lembrança, mas é só eu citar um nome: Zé do Caixão, que a coisa muda de figura. Pois é... José Mojica Marins é o famoso e folclórico Zé do Caixão, Personagem que se tornou ícone do terror made Brazil.
E 'MADE BRAZIL'  com z e pompa. Tudo porque, os trabalhos desse cineasta é super estimado no exterior (principalmente nos EUA e na Europa). O que poderia desde já nos dar muito orgulho, já que reclamamos que não temos muita representação fora do nosso quintal.

Mas nem tudo é flores na vida do Zé do Caixão. Para começar o Mojica nem pensava em estudar cinema. Tudo que aprendeu sobre o oficio de ser ator/diretor, foi na base do 'faça você mesmo!'. De tanto ajudar o pai que trabalhava como projetista de película em uma sala de cinema, o garoto passou a gostar e de querer fazer filmes.
Com um grupo de amigos e atores amadores que encontrava na famosa Boca do Lixo, o cara rodou muitos filmes. Começou fazendo filmes estilo bangue bangue italiano, e somente depois passaria a fazer o gênero terror explicito.

O seu primeiro filme 'Á Meia Noite levarei a Sua Alma' de 1964, inaugurou o gênero no Brasil. O personagem Zé do Caixão surgiu de um sonho que o cineasta teve com a sua própria morte ( é o que diz as lendas). No início Mojica não queria fazer o personagem, porém nenhum ator conseguia interpretá-lo, então ele mesmo resolveu usar uma capa preta, colocar unhas postiças e um chapéu. Surgia aí um personagem brasileiro cheio de características estranhas e até engraçadas. O que motiva o personagem é a busca da mulher ideal que irá gerar um filho perfeito para dominar o mundo.
Depois deste filme, Mogica dirigiu a continuação 'Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver' de 1968. Depois ele lançou o antológico 'O Estranho Mundo do Zé do Caixão' 1969 e na década de 1970 'O despertar da Besta'. 

Por um bom tempo os filmes do Zé do Caixão eram sucesso, mas com a perseguição da ditadura e a maior entrada dos filmes americanos no circuito nacional os filmes de Mojica logo foram esquecidos. Demorou duas décadas até sair 'Encarnação do Demônio' de 2008 o filme que fecharia a trilogia do Zé do Caixão em busca da mulher perfeita.
Infelizmente, Mojica esteve doente e até hoje não conseguiu realizar novos filmes. Sem ter um apoio de uma Rede Globo para produzir filmes, seria bacana agora que o cinema nacional tem mais espaço passar algum filme maluco do Zé!
Enfim, muita gente diz que o cinema nacional teve Glauber Rocha como grande realizador de um cinema moderno e autoral. Eu pelo contrário, prefiro o velho Mojica!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Sessão Contos Bizarros: A Escola do Medo


Muito se fala de casas mal assombradas ou de cemitérios de onde mortos levantam, mas ninguém esquece quando um lugar que deveria ser de acolhimento e aprendizado, também pode abrigar algo sinistro. É desta maneira que se começa esta história que muito se comentou quando foi fundada as primeiras escolas no Brasil colônia.
Dito era o nome de um menino filho de uma escrava. Sua mãe vivia sendo a mucama da Senhora Berta e de seu esposo Antônio. O senhor de engenho como muitos de sua época se aproveita das escravas e não muito raro tinha filhos bastardos com elas.
O pequeno menino de olhos azuis e pele negra era um destes casos. Não raro a Senhora Berta costumava destratar a criança para tentar indiretamente punir o marido. Porém, seu Antônio parecia não se importar e de vez em quando, dava mimos para o menino. Contudo, como todo escravo a criança andava acorrentada pela casa e pouco tinha direito a comida que era servida na mesa.
Um dia a escrava que o senhor havia desposado resolveu cobrar-lhe atenção. Disse que esperava algo melhor para a criança e que não achava justo seu filho ser maltratado pela sinhá ciumenta. Antônio sabia que um escravo não tinha direitos e nem sequer era visto como um ser humano por sociedade tão cruel. Contudo, por ser rico e cheio de posses o fazendeiro poderia muito bem dar coisas boas ao menino, desde que ninguém soubesse que ele era o pai.
Resolveu então matricular o menino em uma escola. Naquela época a escola não era um lugar para os pobres e muito menos escravos. Dito estava vestido igualzinho aos meninos da Europa e até sapatos pode calçar para ir a escola que ficava a poucos Km da fazenda.
Lá o menino conheceu a maldade humana encarnada nas crianças: era desprezado por elas, recebia até cusparada no rosto, levava chutes e era xingado o tempo todo durante a aula.
O professor (que era um padre) fingia não ligar para situação e deixava de lado todo o aprendizado cristão de 'amar ao próximo' para também destratar a criança. Dito começava a chorar e quando chegava em casa para não entristecer a mãe não comentava o que ocorria. Noites em claro, ele em seu quartinho dormindo no chão imaginava o que poderia ocorrer de pior com ele na escola. Acordava sempre de um pesadelo em que os colegas de classe pareciam monstros que lhe devoravam. De vez em quando o menino pensava em fugir da fazenda, mas aí ele pensava em como sua mãe ficaria triste e desistia da idéia.
Um dia, o padre mandou o menino buscar água no poço que ficava nos fundos do colégio. Dito que já se acostumara a receber ordens pegou um balde de madeira e foi até o poço. Um dos meninos que era muito levado resolveu seguir Dito sem ele perceber.
Quando Dito estava pegando a água do poço foi empurrado pelo outro menino. O pequeno escravo caiu no poço e como não sabia nadar começou a se afogar. Seus gritos de pedido de socorro foram ouvidos por todos, mas nem o padre ou outro qualquer lhe ajudou. Quando a noticia de que uma criança havia morrido no poço Antônio foi em um galope desesperado como se previsse o pior.
Encontrou então o corpo de seu filho todo molhado e sem vida. O senhor de engenho pela primeira vez demonstrou humanidade ao verter lagrimas pela criança que tanto não dava amor como deveria. Passado mutos anos e a escola que presenciara a morte de Dito ainda estava de pé.Agora era uma escola que se desenvolveu junto com o país. Em 1990 era a escola mais procurada pelos pais que queriam dar uma boa educação ao seus filhos. Por ter sido a primeira escola do Brasil tinha muita tradição.
Vários profissionais queriam trabalhar nesta escola e Karla que era uma recém saída do curso de pedagogia queria muito trabalhar lá. Depois de enviar o currículo conseguiu passar na entrevista e finalmente parecia realizar o seu sonho. As 8h da manhã lá estava ela no portão da escola. Foi recebida pelo seu Agenor, o porteiro que tinha talvez uns cinquenta anos de idade. Ele a recebeu e disse que ela poderia subir pela escadaria que daria no terceiro pavimento.
Karla que estava grávida de  6 meses perguntou se a escola não tinha um elevador. Agenor com semblante preocupado disse que sim, mas que ela deveria ter cuidado ao usá-lo. Karla pensou que talvez, o elevador estivesse com defeito para tal comentário. O velhinho então já foi dizendo que na verdade desde que ele trabalhava na escola soube de fenômenos estranhos que aconteciam principalmente com o elevador.
Karla sorriu e sem ligar para o que porteiro disse entrou no elevador rapidamente. Enquanto o elevador parecia subir a moça sentiu um calafrio. De repente a luz do elevador se apagou! Karla se viu no meio da escuridão e por pouco não pensou em gritar. Contudo, o elevador continuou subindo normalmente.
Do nada o elevador parou. Karla viu no painel de controle que o elevado havia parado no meio do segundo andar. Em  plena escuridão e com as portas fechadas Karla começou a passar mal. Começou a esmurrar a porta de aço e começou a gritar. Ninguém do outro lado respondia. O silêncio começou a lhe incomodar.
Lembrou do nome do porteiro e começou a gritar por ele. O porteiro nem sequer apareceu. Os poucos minutos em que se encontrava e Karla pensou que fosse horas de tanta angustia que sentia. De repente a moça ouviu um barulho dentro do elevador. A moça meio que assustada resolveu ligar a lanterna de seu celular para ver o que era. Para o susto de Karla ela não estava sozinha! No elevador uma figura de uma criança apareceu do seu lado.
O menino era negro e tinha os olhos amarelados e de sua boca jorrava sangue. Karla entrou em pânico! Gritava até ficar rouca e esmurrava desesperada a porta. Quando já não tinha mais força para gritar a luz do elevador voltou e a porta se abriu. A moça saiu correndo com os olhos arregalados e dizia que nunca mais voltaria a escola. Dizem que o fantasma da criança era do pobre Dito, pois depois de muitas reformas a escola simplesmente soterrou o poço em que ele havia morrido e em seu lugar colocaram o elevador.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Marília Pera: O Verdadeiro Ofício de ser Ator


Não sou ator, a minha formação foi em artes visuais. Mas, como estudei na Faculdade Dulcina de Moraes acabei conhecendo muitos atores e tendo contato com eles passei a ver o teatro de forma muito diferente. Existem pessoas que nunca foram ao teatro (eu fui uma dessas pessoas ha muito tempo) seja porque acham que teatro parece algo distanciado do seu mundo ou porque pensam que o teatro é coisa de intelectual... enfim, o teatro de forma injusta acaba não tendo o mesmo reconhecimento do cinema ou de um show musical.

Na faculdade pude assistir a diversos espetáculos e assim tirar a venda que cobria os meus olhos. A interpretação, o cenário e claro, os enredos; tudo no teatro começou a me chamar a atenção e percebi que desde a coxia até o tablado, tudo é magia!Não importa se é uma comédia, ou um monologo, um drama, toda forma de contar uma história conta com todo um aparato técnico e emocional do dramaturgo ao ator e culmina na platéia.

De uns tempos para cá eu formei um grupo de teatro com os alunos da escola em que estou lecionando. Na modalidade EJA, por insistência ( e coragem) de alguns alunos, passei a desenvolver duas apresentações teatrais por ano. É no palco que se descobre muitos talentos que ficam guardados em gavetas (parafraseando Gaston Barchelard). Jovens e senhoras, trabalhadores, alunos se tornam atores se entregando a interpretar um personagem que na maioria das vezes é oposto ao que são.

Tem aluno que até se vê como coreografo, dançarino, médico, pai, mãe. No mundo magico da encenação você pode ser o que quiser e como quiser. Certa vez, uma aluna que tinha dificuldade para interpretar eu disse para ela desta forma: "fulana! O que você precisa fazer é brincar de faz de conta! Saiba mentir, fingir, ser o que não é, pois é assim que os atores fazem!". A aluna disse ofendida que nunca mentiu na vida. Que não saberia fazer o papel.
No fim ela acabou fazendo a peça ao final e descobriu que no teatro, a mentira não é pecado. É um ato de brincar e de voltar a ser criança. As crianças interpretam mocinho e bandido o tempo todo, e não fazem mal a ninguém. Assim também é o teatro.
Hoje o Brasil perdeu uma grande dama do teatro Marília Pera. Cresci vendo os filmes e novelas que ela fazia. Gostava de como ela fazia as pessoas rirem sem fazer esforço, ou quando me fazia chorar com um personagem dramático que só ela saberia realizar. Filha de atores cresceu querendo ser atriz e mesmo que o seu pai ator dissesse para ela desistir da profissão por que na época dele ator não era valorizado, ela nunca desistiu da carreira. Resultado: virou cantora, escreveu e dirigiu peças, fez filmes e agora... está entre aqueles que fizeram a história de nossa arte!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Sessão Cinema: Perdido Em Marte


Como já falei em uma postagem que fala de física e ficção científica, venho mais uma vez relatar como o cinema me surpreende novamente. Sei que neste mês o filme 'Jogos Vorazes' o último capítulo se tornou o centro das atenções em revistas especializadas em cinema e fanboys em geral.
Mas o filme de que falarei já saiu de cartaz faz um bom tempo. Trata-se de 'Perdido Em Marte' do diretor inglês Ridley Scott. Todos já conhecem como eu aprecio a filmografia deste diretor ('Blade Runner', 'Alien o 8º Passageiro', 'A Lenda', 'Deuses e Reis'...) mesmo com muitos erros o cara manda muito!
Confesso que não planejava ir ao cinema como de costume para ver o filme, talvez, porque eu estivesse um pouco cansado da temática das viagens ao espaço (assisti a 'Interestelar' e 'Gravidade'). Então estava descansando as minhas retinas esperando algo melhor (Star Wars?).

Enfim, havia saído com uns amigos dos tempos de escola. Fomos a uma churrascaria, comemos e bebemos bastante. Então, um dos amigos perguntou: "Vamos ao cinema ver um filme?". A galera concordou e eu meio que sem jeito topei (geralmente costumo ir ao cinema com alguma garota ou com o meu irmão mais novo).
Fomos ao cinema. Não sabíamos o que realmente iriamos assistir. De repente um dos amigos olhou para o poster do ator Matt Damon com o capacete de astronauta e disse: "Vamos ver essa aí! Parece que é bom!". Na verdade eu meio que achei a imagem não muito interessante, pois me lembrou um filme que vi ha uns 7 anos atrás na qual o ator Val Kilmer fazia o papel de um astronauta perdido em Marte e que enfrentava um robô maluco. O filme era muito, muito ruim.

Pois bem, um dos amigos pagou o meu ingresso e embarquei na onda de ver um astronauta se perdendo nos confins do espaço. De cara os efeitos visuais eram bacanas e bem realistas. Porém, o que ficou evidente mesmo foi a história. Ao mesmo tempo que o cientista Mark Watney (Damon) se perde após uma tempestade de areia em Marte ele percebe que vai precisar improvisar meios para sobreviver em um mundo hostil.
 
E da-lhe aula de ciências: ele planta em marte batatas ( o que parece difícil, pois o solo marciano parece a primeira vista estéril). Consegue separar gás carbônico e oxigênio para produzir água onde os rios nem mais existem.... No fim o cara aguenta a parada até os cientistas da Nasa lhe enviar um resgate. Saí do cinema extasiado e com vontade de virar cientista de tão bacana é a história. Vários cientistas elogiaram o filme e discutiram o que era verdade e mentira na maluca viagem do personagem. Enfim, 'Perdido Em Marte' é um daqueles filmes que fazem a gente rir, chorar e sonhar bastante!

sábado, 21 de novembro de 2015

O Equivoco da Arte na História dos Povos


Ontem se comemorou no dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra. Se espera um dia em que não se precise mais criar dias especiais como este ou do Dia da Mulher, para que percebermos que todos os indivíduos em suas diferenças são importantes. Não fazendo distinção da cor da pele, a religião ou o gênero.
Dito isto, podemos enfim, analisar como  a arte muitas vezes se torna um veículo do preconceito, às vezes de forma involuntária. Neste caso quando a arte é utilizada como veículo de narrativa histórica todo um pouco de cuidado nunca é demais.
Hollywood, por exemplo, sempre surpreende em cometer erros que podem parecer simplórios mas, que ajudam a divulgar erros equivocados. Alguns povos e culturas muitas vezes retratados em filmes e séries de TV, e até em novelas (no caso do Brasil) muitas vezes são mostrados de forma distorcida ou incompletos em sua totalidade sociocultural.

Os povos do Egito Antigo (à exemplo) sempre são mostrados em películas americanas de forma caricata ou mal representados. Há muito tempo que se discute-se em meio acadêmico se os egípcios antigos eram realmente negros ou brancos como mostram os filmes.
O que se sabe é que o Egito foi dividido em negro e mestiço. Nunca branco como alguns historiadores europeus colocavam até então. Um Egito negro existiu ao sul do rio Nilo que era dominado pelos povos núbios. O povo de Núbia era muito avançado para a sua época e com isto dominaram posteriormente o Egito e provocou inclusive a sua unificação (até então existia o Egito do Alto e o Egito do Baixo Nilo).
Estátuas e desenhos deste Egito negroide ficaram para a história. Em seguida, depois do Antigo Império, o Novo e o Médio ficaram conhecidos pelas pirâmides e por um povo de pele mestiça.

Somente no final do império é que começaram a surgir cidadãos egípcios de pele mais clara ( um exemplo disso foi Cleópatra que era filha de uma egípcia que se casou com um soldado romano). De certa forma nos filmes épicos antigos que passavam nas matinês imaginar um Egito menos branco era improvável. Ainda mais que atores negros em Hollywood eram quase desconhecidos ou pouco procurado pelos estúdios neste período. Assim sendo coube ao ator russo- americano Yul Brenner interpretar o temível rei Ramisés no antológico 'Dez Mandamentos' de Cecil B. Demille.

Em 'Deuses e Reis' de Ridley Scott temos um faraó branco de olhos azuis e todo um elenco egípcio todo caucasiano e os poucos atores negros que aparecem são somente mostrados como escravos, o que historicamente não é de todo correto, já que mesmo que os Núbios não tivessem mais poder sobre o Egito nesta época, ainda assim eram mais representados. De certa forma o filme que melhor mostrou os egípcios foi a animação 'O Príncipe do Egito' nos anos 90.
Atualmente na Rede Record a versão à brasileira dos 'Dez Mandamentos' tem agora Sergio Marone fazendo o papel do mesmo rei e assim como Brenner longe historicamente do que seria o Ramisés pesquisado pelos historiadores e arquiológos. Mesmo que muitos discordem de tal argumento não se pode fingir que ele não existe.

Assim também, em Hollywood os atores asiáticos e indianos são retratados como meros figurantes ou personagens caricatos que muito não acrescentam na adversidade cultural. Mesmo vivendo em um mundo globalizado e os laços de contato culturais estão mais estreitos, ainda assim, temos visões de estranhamento do que vemos.

Muitos criticam a cultura indiana somente pelo o que vem nas novelas e esquecem que a ficção novelística muitas vezes não recorre ao que é verdadeiro sobre esta cultura. O mesmo descaso está  em alguns noticiários que não mostram os dois lados dos povos islâmicos. O Estado Islâmico que provocou terríveis atentados em Paris não representa os povos islâmicos em sua maioria pacíficos.
Enfim, espero que o dia 20 de novembro não seja somente o Dia da Consciência Negra, mas também o Dia da Consciência Humana!   

domingo, 15 de novembro de 2015

Arte e Teratologia (quando o feio é bonito!)


A palavra teratologia talvez, não seja muito conhecida por quem não convive no meio científico. A palavra é a junção do termo grego: monstro + estudo = estudo de monstros ou deformidades, surgida nos primórdios da medicina de Hipócrates ainda na Grécia Antiga.
Inicialmente estudava-se os conceitos de pessoas bonitas ou feias segundo a visão filosófica grega da época em que a estética física supostamente transparecia o que a pessoa era emocionalmente por dentro da alma. Isto é, quem possuía queixo proeminente, rosto jovem e corpo atlético e saudável, seria uma pessoa de boa índole; em compensação quem tinha cabeça desproporcional, rosto com rugas ou tez rude, magro ou obeso denotava uma pessoa de má conduta.

Hoje visto como atestado de preconceito e até certa arrogância do povo grego, o método de estudar a forma física das pessoas aliadas ao emocional gerou inúmeras escolas e porque não, entrou em nosso inconsciente coletivo. Quem nunca sofreu com a discriminação seja pela cor ou por suas roupas em um shopping ou ônibus levante a sua mão!

Crescemos ouvindo estórias infantis que contam que o príncipe encantado ou a princesa são loiros bonitos com tez européia, enquanto o vilão se veste de negro ou tem aparência de velho e ranzinza. Daí para o vilão se tornar um lobo monstruoso ou uma bruxa assustadora é um salto.
De certa maneira a arte esteve durante muito tempo à serviço de manter este conceito (vide as esculturas
antigas de bestas monstruosas digladiando com os heróis em cenas em que se percebe quem é o bem e o mal). A própria mitologia grega com Cronos ( um monstro horrível que devora os filhos) e Zeus (o deus mulherengo e poderoso que derrota o próprio pai bestial) ratifica tal pensamento.

Foi a partir do final do seculo XIX que a teratologia começou a mostrar a que veio tanto nas ciências quanto nas artes. A descoberta de materiais radioativos e a primeira grande explosão da bomba atômica, que devastou o Japão, fez que cientistas debruçassem para entender como crianças e até animais poderiam nascer com deformidades que até então eram tidas como resultado de uma maldição divina ou presságios demoníacos tão propagados na Idade Média.

Um pouco antes dessa época, pintores como George Grosz, Edvard Munch e mesmo antes deles como Odilon Redon, Fusili e William Blake, colocavam em suas telas cenas e figuras grotescas para assustar e fascinar o público. Na maioria das vezes a teratologia na pintura entrava como um subtexto para discutir a politica e a sociedade.

Dentre os artistas do século XX, Francis Bacon e Jenny Saville desnudam um mundo onde a obsessão pelo sexo e até pelo corpo volumoso em excesso ganham um olhar assustador. Estes artistas também tiveram como aliados temáticos o mundo homossexual que até então vivia escondido se aflorando diante dos novos comportamentos da sociedade pós era hippie.

Mais tarde R.H. Giger desmantelaria a beleza clássica substituindo musas bonitas por monstros rastejantes e obscuros criando a partir daí o surrealismo fantástico, mais próximo de um Hieronymus Bosch do que de um Salvador Dalí.

Hoje, a busca por corpos perfeitos tanto por homens quanto por mulheres, às vezes, geram figuras que mesmo sem intenção denotam o grotesco. O exagero em cirurgias plásticas e procedimentos com botox deformaram rostos lindo de modelos de outrora, além da musculação massiva e o uso de anabolizantes terem deformado corpos de fisiculturistas. Enfim, a teratologia está na moda!


sábado, 7 de novembro de 2015

Ficção Cientifica à Japonesa: O Estranho Mundo de Shinya Tsukamoto


O cinema nunca deixa de me surpreender. As vezes temos que sair da caixinha dos velhos filmes americanos e buscar coisas novas. A própria Hollywood nos últimos anos tem se alimentado do que é produzido fora de suas terras. Vide sucessos como 'O Homen que Não Amava as Mulheres', filme sueco e que ganhou uma releitura norte americana ha alguns anos. Também temos os filmes de terror asiáticos como 'O Chamado' que ganhou uma versão made USA e que deu um gás aos desgastados filmes de fantasmas e monstros.

Eu e meu irmão (cinéfilo de carteirinha) assistimos sempre que podemos muitos filmes nos finais de semana e buscamos muitas vezes ver o que o cinema francês, alemão, russo, coreano, sueco e até indonésio tem produzido. Tem ora que a garimpagem dá resultado e acaba sendo a descoberta de alguma perola cinematográfica.

É neste ponto que resolvi fazer uma postagem sobre o cineasta japonês Shinya Tsukamoto. O nome pode até ser desconhecido para muitos, mas eu vou dizer: vale apena correr atrás de suas obras! A primeira delas eu descobri por acaso na internet e se chama 'Tetsuo: O Homem de Ferro'.
A película foi realizada em 1989 e se trata de um genuíno exemplo de filme de ficção científica bizarro. Filmado em preto e branco e com trilha sonora eletro-industrial, tem como história um homem que literalmente se funde a pedaços de metal até virar o tal homem de ferro do título. Porém, a transformação é violenta e assustadora. Só para citar um frame do filme, o tal homem de metal tem suas partes genitais substituídas por uma broca...

Este filme fez que Tsukamoto ficasse bastante famoso fora do Japão e ganhando honrarias em vários festivais de cinema fantástico na Europa. Seus filmes, contudo não ganharam tanto espaço em grandes mídias e por isto, é um dos cineastas do estilo cinema alternativo. Depois de 'Tetsuo' Tsukamoto ainda dirigiu 'Tetsuo: O Homem Bala' e 'Tetsuo: O Homem Martelo' todos durante os anos 90 e 2000.

Muitos tentam classificar os seus filmes, pois eles não são fáceis de assistir inicialmente. Alguns críticos o colocam no estilo terror gore ( terror com cenas com muito sangue e violência), outros o classificam como um diretor de ficção científica (a temática da robótica e muito comum em seus filmes), mas também, existem o que o colocam entre uma influencia do cinema expressionista alemão e até o cinema surrealista de um Buñuel.
Enfim, quem se interessar vale correr atrás e descobrir os trabalhos deste estranho e fascinante cineasta.

Cinebiografia de Shinya Tsukamoto:

Tetsuo- O Homem de Ferro (1989);
Hiruko- O Goblin (1991);
Tetsuo II- O Homem Martelo (1992);
Tóquio Porrada (1995);
Balé de Balas (1998);
Gêmeos (1999);
A Serpente de Junho (2002);
Vital (2004);
Neblina (2005);
Feminino (2005);
Detetive Pesadelo (2006);
Detetive Pesadelo 2 (2008);
Tetsuo III- O Homem Bala (2010).
  

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Halloween X Saci


Hoje é dia de Hallowen. Muitas galeras fazem festas temáticas com exibição de filmes e outros fazem festas tradicionais de fantasias. Como na nossa cultura já temos o Cosme e Damião, não precisamos de dar doces para as crianças (costume muito comum no Hallowen norte americano).

Aproveito para também dizer que hoje também é dia do Saci Pererê. A data bateu estrategicamente com o dia do Hallowen, porque um deputado com receio de importarmos uma festa de fora resolveu homenagear um mito folclórico do nosso país. Muitos podem achar ruim, mas não deixa de ser interessante, já que  muita gente costuma se vestir de Jason ou de outro monstro dos EUA.

Quem sabe agora o povo não se fantasia de Saci, Curupira, Cabeça de Cuia ou de Mula sem Cabeça. Para inspirar deixo um pequeno acervo de fotos que venho fazendo usando o tema da escuridão. A ideia e fotografar com flash e uma lanterna objetos em lugares escuros.
Bom Hallowen para todos!

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Sessão Contos Bizarros: Benção ou Maldição?


Ver antes de todos o que trará o amanhã. Quem nunca desejou saber o que traria o futuro? Para muitos seria um dom e tanto poder saber o que virá. Esta história, talvez, possa provocar um pouco de reflexão sobre este tema.
Dona Marina, no alto de seus 40 anos poderia muito bem ser uma dessas pessoas , digamos, 'privilegiada'. Desde criança já demonstrava sinais prodigiosos no quesito previsão de futuro. Seus pais bastante religiosos sempre levaram os dons da menina muito à sério.
Era comum nos dias de celebração da igreja que frequentavam, levar a pequena para fazer revelações, claro, com o consentimento do padre da cidade, que acreditava que a garota era abençoada pelo poder do Espírito Santo.
A menina começava dizendo o que tinha visto em sonho e depois os traduzia, assim como o famoso personagem bíblico José do Antigo Testamento. Os sonhos eram descritos com total realismo e com um pouco de teatralidade. Geralmente quando no sonho aparecia algum animal selvagem como um lobo, a menina traduzia como um homem; ou no caso de uma serpente, uma mulher.
Quando havia imagens avermelhadas, a tradução era de sangue o que podia ser a morte de alguém. Também escuridão ou luz poderia ser a morte e barulhos de água o nascimento de alguma criança. Enfim, somente Marina sabia o que seus sonhos significavam e todos que a escutavam acreditavam piamente no que ela falava.
Um dia ela previu que a sua vizinha teria um câncer no útero. Dito e feito! A vizinha realmente teve a maldita doença e depois de muita luta morreria em um hospital. Depois um rapaz que era bem quisto pelo seus trabalhos como voluntário em uma creche foi acusado por Marina de ser pedófilo. Com o dom de premonição o rapaz foi descoberto e realmente a policia soube que ele havia cometido crimes terríveis contra crianças.
Durante toda a sua vida Marina usou seus poderes para ajudar a comunidade de Passo Fundo, onde morou a vida toda. Mas, como qualquer mortal ela tinha suas necessidades. Queria casar e ter filhos, e por fim conseguiu. Casou com um caminhoneiro de nome Antônio e teve 2 filhos gêmeos: Tiago e Pedro.
Vivendo em uma casa simples e com quase nenhum luxo, Marina nunca pensou em usar os dons que Deus lhe deu para se enriquecer ou qualquer coisa do tipo. Qualquer pessoa podia ir até a sua casa a qualquer hora do dia e perguntar sobre um sonho para ela falar.
Seus dois filhos com muito esforço  entraram na faculdade. Sempre dispostos a fazer o melhor resolveram seguir profissões distintas: Tiago fez Medicina e Pedro se tornou advogado. Os garotos se casaram e deram para os pais muitos netos.
A vida poderia ser muito bonita para Dona Marina. Porém, como todo mundo, existem pedras no caminho na trajetória até de pessoas abençoadas. Um dia ela teve um sonho muito estranho. Acordou suada e com dores de cabeça. O sonho era tão estranho que Dona Marina tremia como uma vara verde. O coração palpitava aceleradamente. Seu Antônio, teve que lhe trazer um copo d'água com um pouco de açucar.
Depois de dar uma boa golada, Marina respirou fundo e passou a mão sobre a testa molhada de suor. Seu marido bastante preocupado perguntou o que era. A senhora com voz tremula dizia que havia predito a morte de alguém da família.
O sonho se apresentava da seguinte maneira:
Havia uma estrada que parecia sem fim. Na estrada feita de terra havia manchas de sangue rubro. O sangue derramado vinha de um bezerro. O animal estava estirado na estrada e com muito sangue saindo de sua boca.O céu estava coberto de nuvens escuras, parecia que ia chover. Um enorme abutre pousou sobre o cadáver ensaguentado. A ave agourenta começou a bicar o olho do bezerro morto. A chuva começou então a cair sobre o abutre e o cadáver e ambos ficaram molhados. No fim uma escuridão veio e o sonho terminava alí.
Marina terminava de ditar o sonho olhando fixamente para a parede do quarto. Seu Antônio ficou atônito e falou sinceramente que não entendeu nada do que ela falou. Marina então olhou para o marido e disse assustada: 'Meu filho Pedro vai morrer!'
Seu Antônio antes de casar com Marina sabia de seus dons de premonição e acreditava neles. Mas, nesta hora ele preferiu duvidar da mulher. Dizia que ela estava delirando e que seu filho não iria morrer. Marina não se deu por vencida e pediu para o marido ligar para o filho imediatamente.
Seu Antônio ligou. Para a sua surpresa a nora foi quem atendeu. A moça disse que seu marido não se encontrava pois, devido a compromisso do trabalho havia partido à poucas horas de carro e não sabia quando retornaria. O engasgo veio na garganta e seu Antônio começou a ficar tremulo. Poderia a esposa estar certa? Perguntou para onde ele foi e a nora disse que ele partiu para São Paulo.
A distância de Passo Fundo para São Paulo era grande. Seu Antônio não sabia o que fazer. Dona Marina então desesperada disse para ir atrás dele. O velho vestiu as roupas e saiu no caminhão em desabalada carreira.
Dona Marina se agarrou ao terço que sempre tinha na comoda da cama e pedia a Deus que o seu sonho não se realizasse. O tempo passou e quando Dona Marina percebeu já era dia. Nem o marido e nem o filho deram sinal. A preocupação começou a tomar conta de sua cabeça. Para tentar se distrair resolveu ligar o televisor que tinha na sala. Enquanto assistia o telejornal matinal, o telefone tocou.
Dona Marina disse um 'alô' com voz embargada. No outro lado da linha uma voz masculina se ouviu. Era Pedro quem estava ligando. A senhora ficou aliviada e com voz rouca perguntou se o filho estava bem. O rapaz disse que estava a poucos quilômetros de seu destino.A viagem foi tranquila e que era para ela ficar calma.
Dona Marina fechou os olhos e sorriu. Pela primeira vez seu dom de premonição falhou, pensou consigo mesma. De repente o telejornal resolveu anunciar um fato de última hora. O apresentador com voz grave e tom sério disse que um acidente havia ocorrido durante a madrugada. Um caminhão bateu em um ônibus de excursão que vinha em sentido contrário.
Ninguém havia sobrevivido. A foto de algumas vitimas apareciam e para a surpresa aterradora de Dona Marina, o seu marido Antônio apareceu na tela. Dona Marina largou o telefone no chão e ajoelhou-se pedindo a Deus que tirasse dela o dom que agora mais lhe parecia uma maldição!




sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Criando um Monstro Para as Festas de Halloween


Dia 31 de outubro nos países de lingua inglesa comemora-se o Halloween. O poder globalizado dos Estados Unidos espalhou a festa pelo mundo. Porém, a festa mesmo tem origem irlandesa. Há mais ou menos 2500 anos os celtas já comemoravam este tipo de festa visando espantar os maus espíritos que segundo as crenças locais poderiam apossar dos corpos dos mais desavisados. Por isto, eram colocados nas casas as famosas aboboras com rosto talhados na face alem, de caveiras e outros objetos simbólicos e de culto pagão.

O termo de 'Dia das Bruxas' apareceu na Idade Média, quando a perseguição da Igreja as senhoras e moradoras jovens que habitavam as florestas e ainda cultuavam crenças antigas, as fez serem queimadas nas fogueiras da Santa Inquisição.

O tempo passou e assim como o Carnaval romano foi com o passar dos séculos as sociedades cristianizadas passaram a aceitar e até divulgar as festas que eram então proibidas. Por isto, não é de se estranhar que mesmo em um país de cultura diferente como a nossa o Halloween ganhasse um certo destaque.
Para homenagear o Dia das Bruxas, fiz uma feiticeira de durepoxi, arame, um pedaço de garrafa de plástico e tinta acrílica. No fim acho que ficou bem legal.

Espero que gostem e um bom Halloween para todos!