terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Momento de Reflexão: A Dor da Morte


Seria mais um final de semana como qualquer outro, se a noticia que mais tomou conta do domingo não fosse relacionada a futebol e os programas de variedades banais. Todo o Brasil soube da tragédia que assolou a pequena cidade de Santa Maria (talvez, muitas pessoas assim como eu nem sequer conheciam esta cidade) no interior do Rio Grande do Sul.
Uma cidade que tinha em sua maioria jovens universitários que aproveitaram a volta às aulas para se divertirem em uma boate. Coisa que todo jovem faz, um programa mais que trivial quando se tem dos 16 aos 25 anos. Porém, o que seria motivo de alegria se converteu em lagrimas para pais, mães, irmãos... Sonhos de juventude que se foram com os escombros e o fogo de um estabelecimento que por informações não poderia comportar o número de pessoas que alí estavam.
Uma fatalidade alimentada por irresponsabilidade por organizadores de um show que teria tudo para ser animado e que terminou como um filme de terror para quem estava nele. Depois que o fato ocorreu e chegou a mídia, todos se perguntavam como algo poderia ter acontecido. Nesses momentos todas as teses e teorias para justificar o injustificável aparecem. Das piores teorias saíram da boca de pessoas ignorantes que diziam que a morte dos jovens tem haver com 'se estivessem na igreja rezando isto não aconteceria', como se fosse digno a pessoa morrer com o teto da igreja desabando em sua cabeça, coisa que já ocorreu várias vezes. Não importa se é na igreja ou na boate, a morte é a morte! E ninguem quer morrer.
Eu já estive perto da morte uma vez (não vale apena contar o ocorrido) e sei que no momento em que estamos diante dela o que mais passa em nossa mente é o desejo e o medo de que poderemos não mais ver nossos pais e irmãos. Penso que durante o momento crítico em que muitos jovens se encontravam no meio do fogo ou do alvoroço para sairem do local. Nos últimos minutos, segundos e milesimos de segundos o medo de não ver mais o seu parente foi o que passou em suas mentes.
O não querer morrer tem haver com o fato de não mais podermos abraçar ou falar com as pessoas que mais amamos. Não consigo imaginar e nem mensurar a dor dos pais destes jovens. É a pior dor que podemos ter em nossa alma. Muitos pais se sentirão culpados por ter deixado o seu filho ir para a balada (o que não é justo, nenhum pai quer o mal para o filho), a revolta será grande contra o que ocorreu e a sede de justiça será proporcionalmente enorme (prender os donos da boate e os musicos do show é somente parte desta sede de justiça).
No fim, a dor ainda será permanente. Será necessário muito tempo com terapia, com o silêncio, com a falta de motivação para viver e... Mesmo assim ainda todos continuarão vivendo. Deixo o meu pesar e meu apoio aos parentes das vitimas. Confesso que faz muito tempo que não rezo ou frequento a igreja (nos últimos anos tenho me decepcionado com as religiões que mais parecem interessadas em pregar a discriminação e o ódio do que o Amor) contudo, depois do fato ocorrido passei a pensar em Deus e que Ele possa de alguma maneira confortá-los agora.


Um abraço e um beijo para todos.

Contando uma história 4

O MENINO QUE VISLUMBRAVA MONSTROS
©2013 Paulo Af.
Esta obra é uma ficção, não tem dados históricos oficiais reais e todos os personagens são fictícios, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência

Enquanto tenta esquecer, ou melhor, entender os pesadelos que o assombram; Kauê procura também dar atenção a outras coisas em sua vida. Além de gostar de desenhar (e muito) o menino passa horas reparando em uma colega de sua sala de aula. O nome do alvo de sua atenção atende pelo nome de Izabel.
Uma linda menina de olhos azuis (mais velha que o Kauê uns dois anos) é conhecida entre os alunos e os professores por ser carismática e bastante inteligente. Os seus pais têm tanto orgulho de suas habilidades intelectuais que eles costumam presenteá-la com mimos que toda adolescente sonha: roupas de marcas, viagens internacionais e até a liberdade de sair sozinha com as amigas para as baladas.
Por muito tempo ouviam-se comentários de que o Claudio era afim dela. Muitos diziam que eles ficaram durante uma festa na casa dela. O mais provável, porém, é que seja tudo uma mentira, já que eles são de idades e turmas diferentes.
Sendo assim, é costume Izabel ser cortejada por muitos garotos o que gera uma inveja nas outras meninas. Até mesmo o Pedrão que com toda a sua valentia e brutalidade tentou ter uma chance com a menina mais inteligente e bonita do colégio. Dizem até que é este o motivo de Pedrão e o Claudio não se entenderem até hoje. Para piorar, de tanto tentar chegar na menina o Pedrão virou motivo de piada entre as molecadas. Para não sair por baixo, o cara então desce o sarrafo nos outros meninos.
Kauê por ser tímido, procura não transparecer o seu desejo por Izabel. A sua válvula de escape é os desenhos que costuma fazer em forma de retratos da garota que gosta. Um dia os dois trocaram olhares na aula de educação física. Kauê ficou tremendo que nem uma vara verde ao encarar a menina. Aqueles olhos azuis pareciam intimidadores para o nosso confuso amigo.
Ele poderia chamar a atenção dela com um bom papo ou quem sabe se soubesse fazer algo legal como jogar bola ou fosse forte como os outros garotos. Todavia, o máximo que ele conseguia era ser conhecido como o aluno esquizóide (o bizarro da escola). Certa vez ele foi vitima da fúria da professora Carlota que o repreendeu na sala. Ela o colocou de castigo e assim ele virou motivo de riso e constrangimento entre os alunos.
Kauê com seu jeito estranho soltou palavrões na frente da docente e depois ficou chorando escondido no banheiro. Sabia ele que a cena na sala de aula somente o ajudava a ser visto como um estranho que ninguém gosta. Como é que uma garota bonita vai querer namorar um esquizóide como ele?
Se arrumar namorada já era difícil ainda era mais difícil ainda lidar com os monstros que visitavam o seu quarto durante a noite. Em uma destas noites mal dormidas, apareceram bem no pé de sua cama duas criaturas bizarras. Uma delas parecia um anão ou algo parecido com a cara toda deformada e de risada sinistra. O monstrinho tinha a face parecida com um iguana (ou um lagarto de komodo, sei lá...) com escamas que brilhavam na noite e com um olhar bestial. De sua enorme boca de jacaré saia uma baba que molhava o lençol de Kauê, e dessa mesma bocarra também saia uma língua comprida como uma serpente.
A outra criatura era um pouco maior tinha um monte de olhos como se fosse uma mosca. No lugar das mãos ele tinha duas pontas afiadas como se fossem espadas. O seu dorso era negro e esquálido que mostravam suas costelas proeminentes. Suas pernas pareciam patas de cavalo. Kauê encolheu no lençol e com os olhos arregalados rezava baixinho para os monstros lhe deixar em paz.
O anão disforme foi subindo em sua cama e quando finalmente se aproximou do menino, franziu a testa e fez um olhar de ferocidade lambeu os beiços com sua enorme língua que soltava gosma e então fez um sorriso sinistro. O outro monstro chegou perto do travesseiro e então começou a passar a sua estranha mão sobre os cabelos do menino. A pele seca parecendo escama incomodava o garoto que estava prestes a fazer xixi na roupa de tanto medo. Então como um último ato, Kauê fechou os olhos e rezou como o padre Lucas ensinara.
No meio da reza em sua mente veio a imagem de Izabel com seus lindos olhos azuis e sua pele alva. Como se fosse mágica quando o menino abriu os olhos os monstros haviam sumido. E mais uma vez Kauê pôde ver a luz do sol depois de uma noite de pesadelo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

TV & Cinema nas Férias

As ferias de janeiro estão acabando. Como é ruim, saber que o descanço e a tranquilidade ficarão para trás. Para os estudantes, por exemplo, logo começarão as aulas e os 200 dias letivos que parecem intermináveis. Para os trabalhadores em geral, é encarar 365 dias sem descanço até o final do ano novamente. Mas calma... ainda tem o carnaval em fevereiro e alguns feriados duranteo ano (se bem que a maioria este ano irá cair no fim de semana! Putz!).
Para apaziguar as coisas especialmente para os que não viajaram ainda podesse curtir coisas bem legais. Na tv acabo estão passando reprises de séries muito legais e que só serão vistas na moribunda tv aberta provavlmente no proximo semestre. Nos cinemas, tem filmes bem bacanas para todas as idades e gostos. Ai vai uma lista de seriados e filmes que vale apena assistir antes do fim das férias:

O Retrato de Dorian Gray
Direção: Oliver Parker
Data de produção: 2009
Este é mais um filme que tenta adaptar a obra do romacista Oscar Wilde. Não tendo a divulgação merecida nos cinemas, hoje podesse assisti-lo na internet pelo youtube. Para quem não conhece o famoso livro, vale apena ler e depois ver o filme. Dorian Gray é um rico aristocrata inglês que tem um retrato seu feito por um pintor amigo. Com o tempo Dorian percebe que não envelhece como os meros mortais e assim sendo passa a sua vida toda vivendo de forma hedonista. A obra de Wilde´era uma critica a sociedade inglesa do século XIX e suas afetações e superficialidades.

A Metamorfose
Direção: Valerin Fokin
Data de produção: 2002
Um dos primeiros livros que eu li na adolescência e que me marcou para sempre. A Metamorfose é um dos maiores livros da literatura mundial escrito por Frans Kafka. A versão cinematográfica do filme também está disponivel no youtube. Para os que não conhecem a obra, trata-se da triste historia do personagem chamado Gregor Sanza ( um arrimo de familia pobre que trabalha para sustentar os sonhos da irma e dos pais). A sua profissão de caixeiro viajante não é nada promissora e o pior, o cara vive sendo cobrado pela familia e o patrão. Um dia após acordar de um noite de sono, Gregor percebe que se transformou em um inseto e passa a ser hostilizado pela sociedade. Vale apena assistir, ainda mais que o filme não apela para efeitos visuais e sim, somente na interpretação comovente dos atores russos.

O Hobbit
Direção:`Peter Jackson
Data de produção: 2012
Sucesso nos cinemas, a trilogia do Senhor dos Anéis, ha muito tempo estava sendo aguardada os novos filmes em torno da obra do escritor J.R.R. Tokien. Com efeitos 3D super legais, o filme O Hobbit tem tudo para agradar os fãs dos livros do escritor inglês. A nova aventura começa antes da Sociedade do Anel. Quando o hobbit Bilbo Bosseiro é recrutado por Gandalf para ajudar a encontrar um temivel dragão. Muitos personagens conhecidos dos outros filmes anteriores aparecem novamente ( como o Golum e o rei dos elfos). Ainda está passando nos cinemas.

João & Maria, Caçadores de Bruxas
Direção: Tomy Virkola
Data de produção: 2012
Adaptação hardcore, do conto infantil dos irmãos Grimm, na qual João e Maria (Hansel e Gretel, nomes originais em alemão) escapam de serem devorados por uma bruxa malvada quando crianças. Adultos, resolvem perseguir monstros e feticeiras para impedir que o mal domine a floresta. Para quem gostou das recentes versões que sairam da Branca de Neve a ideia de releitura é a mesma. Ao contrário dos livros infantis tradicionais a versão de Hollywood previlegia mais a ação. Por outro lado esquece temas moralistas que as obras dos Grimm davam ênfase ou pareciam transparecer como a maioria acreditava (muitos literatos reavaliaram as obras dos Grimm e propõem que os temas voltados para a sexualidade e a morte já existiam em suas obras, porém foram suavisados com o tempo).

Game of Thrones
Emissora: HBO
Data de produção: 2011
Serie ótima da HBO e que injustamente é comparada a Senhor dos Anéis. Ao contrário da obra de Tokien, Game of Thrones é totalmente inspirada na guerra de cem anos que mudou a Idade Média. Sem presença de seres mágicos ou monstros, a obra de G.R. Martin é uma constante luta por poder através de traição, conspiraçao e batalhas. Tudo começa quando Ned Starks ( um rei vassalo) é convocado pelo rei Robert para ajuda-lo a manter o poder sobre os Sete Reinos. O problema é que todos os reis de outras regiões cobiçam o Trono de Ferro (capaz de unificar todos os reinos e gerar um único soberano). Ned acaba tendo que lutar pelo rei e pela proteção de sua familia. Vale apena assistir.

Elementary
Emissora: Universal channel
Data de produção: 2012
Para quem já achava o bastante a nova versão do Sherlok Holmes no cinema. Estreou esta serie nos EUA, com um diferencial, agora Holmes vive na contemporanea Nova York resolvendo casos impossiveis. Neste seriado Sherlok Holmes é um ex-detetive com serios problemas com as drogas. Para coloca-lo devolta para a sociedade, a policia pede ajuda a doutora Watsom (sim, nesta versão Watsom é uma mulher!!!) e assim usa as suas habilidades em dedução para solucionar os crimes mais estranhos.

domingo, 20 de janeiro de 2013

O Discurso da violência e o Mundo do Entreterimento


Mal o ano havia terminado e nos EUA ocorreu mais uma cena de massacre em uma escola. O presidente Barack Obama tenta com propostas freiar o consumo de armas que para os norte-americanos tem haver com fatores culturais e sociais. As grandes fabricas de armas para sairem ilesas resolveram colocar como bode expiatório do aumento da violência nas cidades americanas o consumo de jogos eletrônicos, filmes e histórias em quadrinhos.

Aliás, sempre que ocorre um destes disturbios, os conservadores norte-americanos sempre costumam culpar a midia de entreterimento como causa de tragédia. Na década de 50, por exemplo, o rock era o culpado pela violência e a deliqüencia juvenil. Depois os quadrinhos foram eleitos os responsáveis pela mesma deliqüencia nos anos 60. Nos anos 80 o culpado já era os filmes de ação e violência capitaneados pelos Stallone e outros brutamontes de ação. Agora nos anos 2000 com o aumento de computadores pessoais e do video game, os jogos eletrônicos são os responsavéis pelos massacres nas escolas.

Muitos psicólogos e orientadores educacionais, com conceitos conservadores semelhantes acabam concordando com estas ideias, que no final acabam sendo frageis e sem nenhuma sustentação. Oras, se realmente a culpa da violêcia fosse os gibis, jogos eletrônicos e filmes, a sociedade toda se mobilizaria e pararia de consumir (já que ninguem quer viver em um mundo violento). Nenhum pai quer estimular o mal em seus filhos e sendo assim como quem manda é a maioria a industria de entreterimento seria obrigada a parar de fazer produtos que prejudicassem a saúde mental das crianças.

Mas então por que isto não ocorreu? Pelo simples fato de que não é verdade. No fundo a sociedade sabe que culpar a industria de entreterimento como provocadora da violência urbana é tapar o sol com peneira! Existe algo muito mais complexo em jogo e sabemos disso. No caso dos EUA a violencia, como eu falei tem haver com fatores culturais e sociais. Em algumas cidades americanas é permitido o porte de arma e até o treinamento de crianças com elas (uma herança comportamental que veio do velho oeste). Segundo, os EUA é um dos maiores produtores belicos do mundo ( existe um enorme lucro entorno do mercado armamentista que os americanos financiam ). Terceiro, a violência dos gibis e filmes é mais um reflexo da sociedade que a cria e não o contrário.

O governo americano recebe muito apoio financeiro dos fabricantes de armas e por isto, fica de mãos atadas. A maioria dos politicos republicanos e até alguns democratas são de empresários do ramo das armas. Além de outro fator de que em uma sociedade muito competitiva o surgimento do bullying  é quase uma reação a cultura do mais forte sobre os fracos. Não é a toa que nos últimos anos houve tantos ataques às escolas e até massacres em empresas por empregados mentalmente perturbados.
Uma outra questão que muita gente não discute é se realmente existe ou não um aumento da violencia nas grandes cidades. Se compararmos a historia da humanidade na terra até aqui, podemos perceber que em nenhum momento houve paz neste planeta. Tirando os mitos que falam de uma era de ouro ou de um paraiso biblico na terra, em todas as eras e epocas houve conflitos armados entre nações em varias partes do mundo. Se analisarmos que o conceito de Direitos Humanos foi pensado somente a partir do século XVIII, e que instutuições como a ONU e a UNICEF são recentes em nossa era, podemos pensar que no periodo em que viveram generais como Gengis Khan e Alexandre O Grande, o mundo era muito mais vieolento e anarquico.

Em outras palavras, é um absurdo dizer que o mundo está mais violento! Pelo contrário, ele sempre foi assim. O que ocorre é que no mundo em que existe grandes veiculos de comunicação, podemos hoje saber que ha guerra na Somalia assim como sabemos que existe conflitos no Rio de Janeiro e em Sâo Paulo. Antes da internet e da televisão, as nações viviam em saparados acreditando que o mundo era pequeno e achatado. Depois que os navegadores como Colombo perceberam que o mundo era bem maior que imaginavam aí sim, passamos a saber o que acontecia em outros locais do planeta.
Por alguma razão a sociedade tem um fascinio pela violência, o que explica os telejornais darem mais ênfase em fatos que relatam mortes. A impressão que se tem é que o mundo mergulhou em um caos e que para ( os mais religiosos fanáticos) o  mundo estaria em seu estágio final.
Sei que posso estar falando bobagem, porém ainda é mais bobagem achar que por causa de um filme ou de um jogo de video game toda a humanidade mergulhará em um armagedom.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Contando uma história 3

O MENINO QUE VISLUMBRAVA MONSTROS
©2013 Paulo Af.
Esta obra é uma ficção, não tem dados históricos oficiais reais e todos os personagens são fictícios, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência
CAPITULO II
Enquanto as sugestões do padre Lucas são acolhidas, Kauê continua a ter pesadelos mesmo rezando para Deus lhe livrar do mal. Os monstros teimam em continuar a aparecer em seu quarto e lhe tirando o sono.
Neste meio tempo começou a semana de jogos inter classes na escola Nossa Senhora da Paz. Alunos do ensino fundamental e médio participam de jogos que duram uma semana no ultimo semestre escolar.
A diretora Suprema procura manter a ordem mesmo nestes dias em que a alegria dos alunos seria tão natural. Sabendo que as meninas tentarão se arrumar para chamar a atenção dos meninos e estes em contra partida tentarão conquistá-las a diretora tomou as seguintes medidas: as garotas não devem usar mini saia, nem roupas que deixem a barriga de fora, também são proibidas os usos de brincos e maquiagem; para os meninos: nada de palavrões, nem tirar as camisas durante a comemoração de alguma vitória e muito menos fazerem gestos obscenos para as meninas.
Enfim, no colégio a paz e a ordem devem reinar soberanas. O que não impede que apreciemos grandes jogos. Na primeira semana, por exemplo, o time do Pedrão (o valentão da escola) estava ganhando de 3 X 0 do time do fundamental da turma da qual Kauê fazia parte.
Como é muito estabanado e afoito Kauê nunca é chamado para integrar o time da turma. Então, fica nas arquibancadas na maioria das vezes imaginando o que faria se pudesse jogar. Pega o caderno de desenho e fica desenhando as jogadas que poderia fazer.
No mundo real, é Pedrão quem manda na quadra de esporte! Sem dificuldades fez dois gols de pênalti e por fim, o terceiro de longe do meio de campo. O público fica em alvoroço e mais uma vez Pedrão era o destaque do campeonato. O único problema é que sua estrela teria o brilho ofuscado por outro jogador mais experiente que ele.
No time do ensino médio havia um aluno chamado Claudio. Ele era afro descendente, alto e bastante forte. Toda a escola o conhecia, era quase um ídolo. As meninas sorriam e mandavam beijos para ele e os meninos sentiam inveja e admiração. Como falam na gíria ‘ Era um descolado!’.
O Claudio praticamente corria o campo todo sozinho, desviando dos adversários com incrível velocidade. Não demorou muito e logo fez dois gols e três assistências de forma soberba. No fim, o placar terminou de 5 X 0 para o seu time. Claudio mais uma vez era a estrela da semana de jogos inter classes.
Pedrão nunca aceitou a fama de Claudio e por diversas vezes os dois se desentenderam nos intervalos da escola. Claudio era muito forte e por ser mais velho evitava entrar em luta com Pedrão. Já o Pedrão só tinha tamanho de adulto, mas era um meninão de 13 anos repetente do ensino fundamental.
No fim do jogo, Pedrão tentou agredir o pobre do Kauê, somente porque ele era mais fraco. Kauê estava na arquibancada fazendo os seus desenhos quando Pedrão chegou bem perto acompanhado de seus amigos valentões. Tomou o caderno das mãos do garoto e foi logo dizendo palavras humilhantes:
- E aí nerd! O que se tá fazendo? Porra! Cê ta fazendo estes desenhos feios e sem graça, cara!
Sem remorso o valentão começou a rasgar o caderno de desenho do menino franzino e indefeso. Depois intimidou:
- E aí! Vai encará! Quer brigar comigo fracote?
Kauê se encolheu e como um gato assustado ficou acuado entre Pedrão e seus colegas valentões. Claudio então apareceu e com sua aparência de malhador de academia tomou as dores do menino mais fraco e disse:
- E aí Pedrão! Quer bater em fracotes? Por que não vem brigar comigo?
Pedrão ficou com o rosto rubro e sabendo que apanharia de Claudio resolveu debandar com seus companheiros prometendo que iria se vingar. Kauê aliviado agradeceu ao Claudio pela ajuda. Este disse que só fez o que qualquer um faria e saiu deixando o menino franzino para traz.

 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Contando uma história Parte 2

O MENINO QUE VISLUMBRAVA MONSTROS
©2013 Paulo Af.
Esta obra é uma ficção, não tem dados históricos oficiais reais e todos os personagens são fictícios, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência
CAPITULO I
Já era quase 02h30min da madrugada quando Kauê acordou esbaforido em sua cama. Sua mãe dona Luiza correu para socorrê-lo. Abraçou o filho e passando a mão em sua testa viu que ela estava suada e fria. Enquanto ela pressionava o seu rebento entre os seus seios foi lhe acalmando com perguntas:
-O que houve meu filho? Diga para a sua mãe o que lhe aconteceu?
Kauê com os olhos arregalados olhou para a sua mãe e apertando a sua cintura disse sussurrando:
-Foi ele mãe! O homem de roupa preta e asas. Ele segurava uma coisa brilhante e sentou do meu lado.
A mãe para amenizar a situação disse que o filho teve apenas um pesadelo com o bicho papão e que aquilo não iria mais acontecer. Kauê não satisfeito com o argumento levou a sua mão a um bloco de folhas que se encontrava encima do criado mudo do seu quarto. Pegou os lápis de cera que também estavam encima do criado mudo e começou a desenhar.
A sua mãe olhava admirada a técnica do menino e ao mesmo tempo não entendia o porquê da ação. Depois de alguns minutos o menino mostrou o desenho: era o tal homem de asas sentado na beirada da cama como sua mãe estava e segurava um candeeiro.
Sua mãe pegou o desenho de forma tremula e com a mão entre os lábios viu que seu filho havia feito um desenho do Anjo da Morte. Preocupada ela pegou o desenho do filho, beijou o menino na testa e mais uma vez disse que tudo ficaria bem.
Kauê teve que se contentar com o que sua mãe lhe dissera e depois da luz apagada tentou dormir novamente. Será que existe livre-arbítrio? A sociedade nos obriga a tantos deveres que isto se torna questionável. Pode alguém seguir um caminho sem precisar olhar as placas de indicação? O medo de se perder durante a viagem, talvez, crie um vicio de ter uma certeza de seguir o caminho de forma direita e sem erros. Por isto o olhar faminto sobre as placas de indicação.
Talvez para Kauê as placas não lhe servissem de nada para a viagem que iria fazer futuramente. Há não ser para confundir a sua mente já fragilizada. Pobre menino... Ele tem o que os psicopedagogos chamam de TDH: ele fica tamborilando os dedos quando este sentado a mesa, Não consegue ficar parado em lugar nenhum e quando quer corre no meio da sala de aula, seus olhos ficam rodando o lugar procurando não sei o quê, com poucos assuntos tagarela sem parar atrapalhando a explanação da professora.
Ás vezes é agressivo com os seus companheiros de sala. Como se já não bastasse estes problemas, ele é hostilizado pelos demais alunos e professores. Acaba sempre chegando a casa com os braços e pernas roxas.
Sua mãe dona Luiza, no alto de seus 27 anos, não sabe mais o que fazer. Mudou o menino varias vezes de escolas, o levou para dezenas de psicólogos e orientadores educacionais, sem nenhum efeito positivo. Certa vez uma professora desaforada disse que a dificuldade de aprendizagem de Kauê tinha haver com vadiagem e não com a relação de ser TDH. Para dona Luiza já não é difícil esconder a frustração com os seus olhos fundos e marejados.
Para piorar dona Luiza é casada com Roberto (na verdade eles se conheceram há pelo menos alguns meses). Ele é um homem alto e bem aparentado. Trabalhava como mestre-de-obras em um prédio próximo a sua casa. Com a crise mundial afetando as empreiteiras (é o que dizem os jornais e os economistas) ele perdeu seu emprego.
O desespero o levou a procurar refugio na bebida: chega bêbado em casa e com caminhar trôpego. Grita e fala mal para depois destruir tudo o que tem no lar. Dona Luiza com toda a sua paciência adquirida com o filho problemático tenta acalmar os ânimos do marido. Porem, Roberto como uma fera descontrolada bate na mulher e no filho dela.
Kauê não entende o que ocorre em sua casa e com total duvida de que exista um caminho melhor para seguir se tornou mais agressivo na escola. Ele já mordeu a mão da professora e já jogou uma cadeira em direção da diretora do estabelecimento. Tanto a professora Carlota, quanto a diretora Suprema, Já não sabem o que fazer.
Eu já disse que Kauê freqüenta um colégio religioso? Bem, a diretora Suprema é daquelas senhoras de 50 anos de seios fartos e corpo robusto e de olhar intimidador. Suas normas são bastante rígidas. Com ela não tem vez: ou obedece ou sofre castigo!
Quantos alunos ela já não colocou de cara para a parede, ou como ela costuma chamar carinhosamente de ‘cantinho do pensamento’. Kauê lhe parece um enigma a ser desvendado. Tenta conversar com ele, mas não surte efeito, então... Ela apela para a velha disciplina medieval do castigo.
A professora Carlota segue a cartilha da diretora e não tem paciência com alunos difíceis. De apagador a régua, tudo já foi instrumento de tortura nas mãos da docente. Para ela Kauê é tão difícil de lidar que ela prometeu a si mesma nunca ter filhos. Imagina ter um filho mal criado como os seus alunos...
Logicamente a escola Nossa Senhora da Paz, não é de todo ruim: possui ótimas salas climatizadas, piscina, quadra de esporte e uma moderna sala de informática. É claro, como toda escola religiosa ela administrada por um sacerdote. O padre Lucas é quem cuida de tudo. Um homem de voz calma, de cabelos brancos e olhar terno. Adora as crianças e é totalmente contrário as normas da diretora Suprema. Contudo, como não entende muito de pedagogia deixa tudo nas mãos da diretora.
Para ele o problema de indisciplina é a falta de acolhimento das pessoas. Talvez, por isto, seja tão amado e respeitado pelos alunos. Kauê adora o padre Lucas e sempre que pode conversa com ele.
O padre pergunta como foi o dia e o menino responde:
-Não consigo dormir padre Lucas!
O padre então intrigado pergunta:
-Por quê?
Kauê com o olhar marejado responde:
-É por causa dos monstros!
Padre Lucas não entende o que Kauê quer dizer com os tais monstros, porém acredita que sejam pesadelos típicos de criança. Então pede para ele antes de dormir rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria, para dormir melhor.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Escrevendo uma História

Já estamos em 2013. Sem querer usar áquelas frases clichês (mas usando-as) espero que tenhamos todos um ótimo ano e que tudo que pensarmos realizar possamos conseguir. Eu estou descançando da escola, mas enquanto isso eu vou escrevendo e fazendo outras coisas da minha vida ( o mundo não pára pra gente, não é mesmo!?). Para começar bem este ano estou escrevendo mais uma de minhas histórias malucas ( a primeira que escrevi estou correndo atrás de uma editora para publicar, então pode ser que este ano quem sabe chegue às livrarias). Enquanto isso está é a introdução da minha nova história que pretendo contá-la até o fim no nosso blog:


O MENINO QUE VISLUMBRAVA MONSTROS
©2013 Paulo Af.
Esta obra é uma ficção, não tem dados históricos oficiais reais e todos os personagens são fictícios, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência
SINOPSE: menino com graves problemas de relacionamento social recebe de um mago um objeto mágico (um óculos 3D) que permite que alguém possa viajar por dimensões povoadas por reinos e criaturas desconhecidas. Em uma destas dimensões três reinos lutam entre si pelas almas dos humanos.
PERSONAGENS:
Kauê: garoto de 10 anos que sofre constantes abusos de violência na escola em que freqüenta por alunos e professores e na sua casa por seu padrasto. Recebe do mago Sófocles um par de óculos mágico que permite que possa conhecer as dimensões do EU.
Izabel: estudante que freqüenta a mesma sala de Kauê. Ao contrario de outros alunos ela não o hostiliza. Nutre uma admiração e paixão por ele.
Sófocles: mago do reino de EGO. Líder local supremo que ajuda a manter a paz entre os reinos e também é guia de Kauê na jornada pela dimensão do EU.
Anjo da Morte: aparece nos pesadelos de Kauê. Mora do reino de EGO e também ajudará Sófocles no equilíbrio na dimensão de EU.
Munch: conhecido como o ‘homem sem face’ no reino de EGO. Tem como função domar as criaturas mais violentas do reino vizinho chamado de ID. Costuma aparecer no deserto da solidão montado na terrível Aranha de Ferro.
Jogador: senhor do reino de SUPER EGO. Vive para jogar e desafiar os outros reinos. Comporta-se de maneira dúbia. Às vezes parece querer ajudar Kauê; outras vezes parece tentar atrapalhar a jornada do garoto pela dimensão do EU.
Anarquia: é a chefe da guarda do reino de SUPER EGO, mas nasceu no reino de ID. Conhecida por ser traiçoeira, ela tentará impedir que Kauê consiga cruzar os reinos e assim unificar a dimensão do EU. Sempre está acompanhada pelo seu cão de guarda, o Cérbero.
Cérbero: cão de guarda de Anarquia. Foragido do reino de ID é totalmente devotado a sua mestra. È ardiloso e cruel. Possui o corpo de cão, asas de morcego e rosto de homem.
Dragão Verde: criatura que lidera a horda dos dragões. Aparentemente indomável, aparece a cada 100 anos para destruir os três reinos do EU.
Teratus: criatura que teve o rosto deformado pelo fogo do Dragão Verde. Mora no reino de ID é deseja tomar o trono de Sófocles e assim dominar dois reinos simultaneamente.
Razão e Emoção: monstro bicéfalo que diverge consigo mesmo o tempo todo. Fará aliança com o jogador para dominar os reinos do EU.
Luiza: mãe de Kauê. È uma mulher bondosa com o filho, porém totalmente submissa ao marido violento. O que lhe causa muito sofrimento e duvida sobre que decisões deve tomar para a vida.
Roberto: padrasto de Kauê. Alcoólatra e desempregado se tornou um homem amargo e costuma descontar em seu afilhado os problemas que lhe acontecem.
Pedrão: aluno mais velho do ensino fundamental. Costuma se divertir agredindo e roubando as crianças da escola que freqüenta. Passa a maior parte do tempo perseguindo Kauê e lhe fazendo mal.
Claudio: aluno do ensino médio e melhor amigo de Kauê. Procura protegê-lo dos ataques de Pedrão na escola. Ótimo jogador de futebol. Esconde um segredo que pode por em risco o mundo dos humanos.
Professora Carlota: professora considerada mandona e agressiva com os alunos. Não gosta de Kauê e sempre que pode tenta prejudicá-lo.
Diretora Suprema: diretora do colégio ‘Senhora da Paz’. Tem regras rígidas e procura impor uma ordem totalitária na escola. Costuma chamar Kauê de ‘maluco’.
Padre Lucas: mentor espiritual da escola e grande amigo de Kauê. Compreensivo e às vezes ingênuo se deixa levar pelas idéias da diretora Suprema.
DIMENSÃO E REINOS:
EU: é a dimensão que Kauê conhece através dos óculos mágicos 3D que recebe de Sófocles. É povoada por reinos maiores e menores, sendo que os principais reinos são chamados de ID, EGO e SUPER EGO. É uma dimensão instável devido aos constantes conflitos entre os reinos. O seu desequilíbrio pode gerar o fim da existência humana.
ID: é o reino dos monstros indomáveis, selvagens e agressivos. Foi neste reino que foi gerado o temível Dragão Verde que agora se encontra descontrolado e disposto a destruir todos os reinos. Seu administrador se chama Golem e ele é auxiliado pela aranha chamada Nigra e o duende disforme chamado de Tristão. È um reino cheio de desertos e criaturas abissais.
EGO: conhecido como o reino da magia. Lar de todos os seres mitológicos ligados a magia da cura, do bem e da natureza. Povoado por fadas, unicórnios e bruxos. É administrado pelo bondoso mago Sófocles. Por ser um reino de paz por muitos milênios conseguiu manter o equilíbrio na dimensão do EU.
SUPER EGO: é o reino do controle e da submissão. Dominado pelo totalitarismo do terrível Jogador. Este reino não possui vegetação e nem desertos. É um imenso tabuleiro de xadrez e seus habitantes as suas peças.