quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A Arte de esculpir e Desenhar: Galeria Particular 2012

Continuando a postagem sobre a 'Arte de...' Mostro para vocês meus amigos os trabalhos que realizei neste ano. Agradeço novamente aos que acompanharam as minhas postagens e minha história via internet (Cavaleiros e Exorcistas). No próximo ano prometo contar outra história. Agora fiquem com os meus desenhos feitos à carvão, tinta nanquim e uso de tecnica pontilhista. Também poderão ver as minhas ultimas esculturas de durepox.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A Arte de Criar Esculturas de Durepox 3: costumizando bonecos de plástico

Enfim, o ano novo está chegando. As piadas em torno do fim do mundo começam a pipocar nas redes sociais e nas conversas de bares em todo mundo (para os pessimistas o mundo graças a Deus não acabou). Enquanto alguns compram presentes ( e outros infelizmente não podem ganhar nada) outras pessoas resolvem fazer retiro espirituais e meditar sobre o que deu certo  e errado até aqui.
Para comemorar os dois anos deste nosso blog, quero agradecer a todos que leram as minhas postagens deste ano e do anterior. Inicialmente a ideia de criar este blog era de mostrar os meus dotes (fracos aliás) artisticos, porém com o tempo ele serviu como veiculo para falar de arte e cultura, que penso eu, de forma descontraída e sem excessos de didatismos.
Termino este ano mostrando algumas esculturas que fiz de durepox. Quem já viu os trabalhos anteriores percebeu que a minha ideia é misturar tecnicas de costumização e criação de 'bonecos'. O legal de poder costumizar um boneco velho de plástico e torna-lo outra coisa é algo que já fazia desde criança: pegava aqueles bonecos de plastico todo detonado e para consertar colocava elementos neles com durepox e tinta.

Com o tempo fui melhorando a tecnica, claro que quando posso faço um boneco inteiro de durepox, mas a ideia da costumização tem haver com o menor tempo de confecção e com a economia de material (gastasse menos durepox com a costumização do que fazer um boneco inteiro com o mesmo material).
Os bonecos que estou mostrando a vocês eu apresentei em meus projetos na escola em que leciono e consegui inspirar meus alunos a fazerem algo semelhante. Podem perceber que a minha temática ainda é o mundo dos monstros e seres fantasiosos. Espero que gostem e um Feliz Natal
prospero Ano NOVO!

domingo, 9 de dezembro de 2012

A Arte e a Loucura


Todo mundo já deve ter ouvido aquela frase clichê que diz "que de medico e louco, todo mundo têm um pouco". Eu costumo parafrasea-la e dizer que de " artista e louco, todos somos". Assisti um filme muito interessante chamado Art School Confidencial (2006), inspirada na obra de um cartonista norte-americano chamado Daniel Clowes. O filme conta a historia de um estudante de arte que deseja ser o maior artista de todos os tempos. O desejo do cara para ser famoso é tão grande que ele acaba se envolvendo com assassinato e com a velha discussão entre arte clássica e moderna. Tudo de forma hilária e bizarra!
 
Mesmo que você nunca tenha ouvido falar em Daniel Clowes ou em Art Scholl Confidencial, vale apena procurar este filme na internet e assistir, pois ele retrata do forma caricatural o dia a dia de um estudante de arte, seus desejos e frustrações com a futura profissão.

Mas antes do cinema tocar no binomio arte+loucura, a historia da arte já ha muito tempo relatava casos de artistas que extrapolavam a sanidade. Talvez, o mais famoso dos artistas loucos seja Van Gogh, a ponto de a cada ano aparecem textos cientificos tentando decifrar a sua personalidade. Muitos psicológos e psiquiatras deram pareces sobre o solitário artista e sua dificuldade de sociabilização. Para alguns ele sofria de esquizofrenia; para outros ele teria transtorno bipolar e até epilepsia já foi dada como causa de suas atitudes estranhas e seu dramático suicidio em 1890 aos 35 anos.

Outro que chamou a atenção dos medicos foi Salvador Dali, que costumava colocar em suas telas cenas de masturbação e sexo reprimido aliado a simbolos  decodificados. Para muitos a revolta contra a formação castradora que Dali teve pelo seu progenitor, encontrou uma valvula de escape eficiente em suas pinturas. Contudo, não podemos deixar de pensar que o movimento surrealista foi oportuno para que o pintor pudesse expor seus traumas (para os seus criticos ferrenhos) como marketing.

Outro que também tinha fama de 'esquizóide'  era Odilon Redon, cuja as pinturas de simbolistas figuras mitológicas e sombrias seriam uma forte inspiração para os surrealistas. Entre os surrealistas Max Ernest dizia ter alucinações que permitiam que ele pudesse pintar suas obras. O que explicava as suas imagens tão grotescas e fantásticas.

O suiço Edward Munch também ficou conhecido como 'louco', não só por causa de seu emblemático quadro 'O Grito', mas pelos relatos de fobias e traumas que carregava desde a infancia e que o levaram a pintar quadros estranhos. Se retrocedermos mais no tempo iremos ter os nomes de Bosch, Bruegel e até Michelangelo. Este último aliás é controverso, já que a sua dificuldade com relacionamentos sociais, principalmente com o sexo feminino seria de homossexualidade e não um disturbio comportamental grave.
Aqui no Brasil o caso mais conhecido é do artista Bispo do Rosário, que ficou conhecido por ter seus trabalhos confeccionados no periodo em que ficou em um hospicio no Rio de Janeiro. Durante sete anos ele fez mortalhas, esculturas e bordados tendo a esquizofrenia que sofria como impulsionador de suas obras. Ele faleceu em 1989, e chegou a ver os seus trabalhos reconhecidos por criticos de arte do Brasil e do exterior.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A morte de Oscar Niemeyer e os Artistas Efêmeros


Hoje o mundo das artes amanheceu triste. Morreu o grande arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer aos 104 anos de idade. Para muitos ele representou a arquitetura do século XX; para outros talvez, emblemáticamente, a figura de um país cheio de contrastes ( de um lado uma cidade super moderna e do outro cidades periféricas empobrecidas vivendo ao seu redor).

Se Brasilia é vista ainda como um museu à céu aberto, para os criticos mais ferrenhos ela é um arrombo de uma obra faraônica desnecessária. Enfim, falar de Niemeyer é falar do Brasil em vários aspectos. Nas redes sociais pude ver elogios e ataques ao gênio (alguns desocupados culturalmente e 'mentalmente' falavam mal de suas escolhas politicas). Niemeyer nunca escondeu que era comunista e que admirava Stalin. Ninguem é perfeito ora bolas! Na época em que o arquiteto começou a sua carreira, o comunismo estava em alta. Com o crescimento e a industrialização e o surgimento de lugares palpérrimos ao lado de elites capitalista bem alimentadas, parecia que o pensamento socialista seria a resposta para consertar todas as injustiças sociais.

No fim, o socialismo demonstrou suas fragilidades e hoje parece mais uma ideia por demais utópica para um mundo globalizado e cheio de dominio de corporações. Mas como eu falei ninguem é perfeito. Os que criticam hoje o Niemeyer por suas ideias também serão questionados amanhã. Já que tudo que pensamos e fazemos passará pelo filtro da história.
Basta lembrar de muitas personalidades históricas que defendiam as cruzadas na Idade Média, ou o absolutismo de hierarquias aristocratas no século XVIII e até ideais escravagistas e nazistas. Tudo era questão de estar no contexto e no calor dos fatos ocorridos.
    
Em um mundo cada vez efêmero, onde tudo é passageiro e de pouca analise coerente, talvez daqui a quarenta anos somente algumas personalidades poderão estar registradas nos livros de historias para representar nosso século para as futuras gerações: os ditadores arabes, os ultimos presidentes norte americanos, as primeiras presidentes mulheres na America Latina, o terrorista Osama Bin Laden e nas artes Oscar Niemeyer.
 
No caso de Oscar Nimeyer, é patente a sua importãncia, ja que ha muito tempo não temos artistas de um quilate de um Leonardo Da Vinci ou de um Picasso, para representar um periodo histórico. Em meio a tantos artistas (de várias  areas)  de trabalhos irrelevantes ou de pouca duração, Niemeyer estaria no patamar de Rodin, Duchamp, Pina Baush, Nan Jun Paik, Joseph Christo, Dali, Luigi Rosollo, Marllamé, Steven Spelberg, Oscar Wilde, José Saramago, Steve Jobs, Stravinsky, Caetano Veloso, Michael Jackson, Madonna, Beatles...
Em suma, o corpo se desfaz abaixo da terra, mas as obras ficam para a eternidade!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Antony Gormley X Donald Judd: O Corpo e o Espaço


Está ocorrendo em Brasília, mais precisamente no CCBB, a exposição do escultor inglês Antony Gormley chamada de 'Corpos Presentes'. Nesta exposição quem for conferir poderá ter contato com os trabalhos  deste premiado artista que desde os anos 80 discute a relação corpo + espaço.
  
Confesso que gostei da exposição, mas o que me surpreendeu mesmo, foi os modelos feitos de diversos materiais que o artista fez para a base das futuras escalas medias e monumentais que o tornariam famoso. A maior parte de suas esculturas são feitas de metal (ferro fundido) tendo o corpo do proprio artista e de voluntários como molde. Assim quem vê suas obras ao longe acredita estar vendo seres humanos parados em meio a locais aparentemente estranhos. Quem frequenta a rodoviaria de Brasilia já deparou com as estatuas de homens nus na plataforma superior.

A proposta de Gormley é antes de tudo discutir a ideia de espaço e sua ocupação seja por objetos ou por nós mesmos. É aí que vejo uma certa semelhança e ao mesmo tempo uma oposição as obras de Donald Judd, considerado por muitos o papa do Minimalismo. na decada de 60 quando as obras do também inglês Henry Moore, estavam discutindo a forma com obras pós picassianas e longe do naturalismo clássico, Donald judd trouxe os seus cubos acépticos na maioria brancos ou de metais polidos e que se multiplicavam em séries regulares.

A ideia de discutir a repetição da produção em massa e ao mesmo tempo o esvaziamento da forma, fez que as obras de Judd provocassem espanto e ao mesmo tempo monotonia. O que há para se admirar em um cubo branco no meio de uma galeria? A mesma pergunta se faz hoje nas obras de Gormley quando nos deparamos com seus manequins de metal. Uma de suas obras mais bacanas exposta no CCBB, chamada de Critical Mass, discute a repetição ao mostrar seus homens de ferro em posições semelhantes colocados de forma diferentes no ambiente ( poses de homens rezando ou sentados colocados em posições diferentes criam um certo estranhamento e um ar de novidade como se estivessem sendo visto pela primeira vez). O mesmo tema aparece só que desta vez mais berrante em Amazonian Fields, milhares de bonecos de argila perfilados em uma sala formando uma população em miniatura feitas com a colaboração de artesãos do interior do Amazonas.
 
Talvez o mais proximo do Minimalismo que a obra de Gormley mostre seja a instalação Breathing Room, uma estalação feita com barras florecentes que lembram uma profusão de trapezios e cubos dando uma impressão de infinitude no espaço. Esta obra lembra e muito os trabalhos minimais de Judd e seus seguidores. Se a repetição e o discursso do espaço une Judd a Gormley, a oposição seria a forma: enquanto Judd quer esvaziar a ideia da escultura como uma representação do corpo humano e da tecnica deixando a reprodução á vista, Gormley esmera na produção de suas estatuas e mesmo que pareçam simples, na verdade passam por um processo de analise matemática e tecnologica e de busca de representação do ser humano.
Em suma, as obras de Gormley ainda discutem o corpo humano como tema do escultórico enquanto que Judd fala de limpeza e pureza dando a escultura uma forma não humana e mecânica possivel.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Exposição 2012: Arte Africana contemporânea e Carlinhos Brown

Como neste mês a valorização da cultura negra é o tema, muitas galerias de arte de Brasília agendaram exposições em que o negro é o ponto de discussão. A Caixa Econômica, por exemplo, apresenta três exposições em que a vida do negro e sua linguagem artistica e visão de mundo abastecem obras bastante reveladoras.
O passado e o presente aparecem nas Exposições de Jean Baptiste Debret, na exposição Transit e nas pinturas do musico baiano Carlinhos Brown. Todas estarão na SBS quadra 4, lote 3/4. Até o final do mês de novembro. Vale apena aproveitar o feriadão e ir lá visitar com familiares e amigos.
 
Desenhos e Aquarelas de Debret
Jean Baptiste Debret (1768-1848) foi um dos pintores franceses que vieram com a comitiva de artistas que visitaram o Brasil durante a fuga da familia portuguesa do poder de Napoleão que varria a Europa em 1808. Os seus desenhos hoje são uma referência no estudo do comportamento dos homens e mulheres do periodo colonial. Tanto que muitas de suas aquarelas  mostram  cidades como São Paulo e Rio de Janeiro coberto de florestas e senhores e escravos andando no meio da rua. Fora que sua obra de foma contundente mostra como os negros eram tratados naquela época em que a escravidão era motivo de status e desigualdade social e racial.

Carlinhos Brown - O Olhar que Ouve
Mutios cohecem o percussiontista e compositor Carlinhos Brown como músico que já levou seus trabalhos para o exterior e fez discos com Arnaldo Antunes e Marisa Monte e também trabalhou com a banda Sepultura. Associado ha muito tempo ao Carnaval Baiano, Brown agora mostra um outro lado seu desconhecido por muitos de seus fãs: o de pintor!
Na exposição o 'O Olhar que Ouve' vemos pinturas em grandes paineis que hora lembram um Pollock no perido de influencia de Picasso ou tachismos que lembram Iberê Camargo. Sem nunca ter tido um estudo formal de pintura, os trabalhos de Carlinhos Brown são bastante experimentais e cheio de movimentos como se ele quisesse evocar a dança e o ritmo que tanto lhe marcaram na música.

Transit
Esta exposição é bastante importante por mostrar uma Africa não esteriotipada pela visão europeia. Era comum quando se pensava em arte africana apenas se lembrar-mos dos desenhos e esculturas das tribos primitivase distantes da civilização ( como se os artistas africanos tivessem congelados no tempo). No que caso da exposição Transit, temos video instalações, trabalhos fotograficos e outras experimentações que mostram que os artistas da Africa não estão presos ao passado. Mas, sim mantendo um olhar no futuro e questionando o presente.

domingo, 4 de novembro de 2012

A Arte de Confeccionar Caixas de MDF e bijuterias 2

Como eu já relatei na postagem anterior sobre papercraft, prometi que voltaria a falar de projetos que podem ser uteis na escola para os professores de arte ( e mesmo quem não leciona e que gosta de criar). No caso volto ao tema do projeto de confecção de caixas de MDF. Deixo claro, que a confecção aqui não se trata da parte de marcenaria e sim, na costumização das caixas.
Existem inumeras maneiras de costumizar uma caixa. Alguns costuman usar o patwork, outros somente passam veniz, outros pintam a caixa e colocam adesivos e outros como eu costumam encapar as caixas com papeis coloridos e criar relevos.
Para os meus alunos da EJA mostro a minha tecnica de usar papeis de ceda, que consiste em:
1- descolorir papeis de ceda com alcool para criar efeitos na tintura;
2- amassar os papeis para criar uma textura;
3-pode-se colar em pequenos recortes ou uma grande massa de papeis direto na caixa;
4-antes de encapar a caixa se for crar relevo use massa de modelar e cola branca, ou massa de biscuit;
Como a confecção pode demorar um pouco para ficar pronta ( talvez duas ou três aulas, para quem faz em casa leva umas duas horas) requer toda uma paciência para o trabalho. Muitos alunos infelizmente reclamam e querem resultados rápidos ( qualquer outro metodo também levará mais tempo para ser concluído).

Depois da caixa pronta pode-se fazer as bijuterias. Para isto em muitas lojas de conveniencia você pode comprar as peças de formas variadas e de diferentes materiais. Geralmente o que se tem são peças de plástico que simulam madeira e pedrarias. Enfim, com a caixa e as bijuterias prontas os alunos podem de certa forma sentirem motivados a ganhar uma renda, pois tem muita gente que ganha dinheiro com estes trabalhos artesanais. Recomendo aos docentes que trabalham com jovens e adultos, mas também para o publico adolescente.
PS: Hoje comemoro o meu aniversário. É duro! Se por um lado ficamos mais velhos e experientes, também ficamos com o data de validade vencida. Fazer o quê...

sábado, 3 de novembro de 2012

A Arte de Confeccionar Esculturas de Papel: Paper Craft



Faz um bom tempo que eu não tocava no assunto de trabalhar projetos de artes na escola. Como já estamos no mês de novembro, prometo que nestas proximas postagens eu mostrarei alguns trabalhos que fiz recentimente com os meus alunos.
Talvez vocêque esteja do outro lado possa colocar estes trabalhos em prática na sua escola, ou como diversão pessoal. Hoje eu abordarei o tema do Paper Craft. Para os que não conhecem, trata-se de uma tecnica de confecção de esculturas de papel. Inicialmente não há qualquer comparação entre o paper craft e o origami.

Isto porque o origami é uma tecnica de dobradura de papel, em que não  ha cortes de tesoura ou uso de cola ou encaixe. No caso do kirigami o maximo que se usa é alguns recortes de tesoura. Em se tratando de paper craft, a tecnica consiste em recortar, dobrar e colar.
Existem sites que disponibizam bonecos de paper craft que precisam somente serem 'baixados', imprimidos e depois trabalhados com estilete, tesoura, cola e verniz. No meu caso eu mesmo aprendi a fazer os meus proprios paper crafts. Com uma folha branca, compasso, caneta e regua é facil você criar o seu.
Estou mostrando um robô que fiz com papel criativo e alguns palitos. Inicialmente deve-se usar uma regua para fazer as medições das peças. Estas peças precisam ser geometricamente bem simetricas, pois na hora do encaixe caso as medidas das arestas das peças não forem proporcionais a montagem será ruim.
Neste caso as peças tem que ter forma cúbica ( o formato caixote e mais facil de medir as arestas já que em um cubo todos os lados devem ser iguais).

Depois de desenhar as peças deverá em seguida corta-las com estilete e depois fazer ajustes com tesoura. Com o uso de cola montará as peças. Por ultimo faça os encaixes necessarios e pronto! Esta feito o seu boneco de papel.
Como sou chegado em coisas diferentes, constui um robo todo articulado  e assim para isto fiz uso de palitos e fiz furos em partes de encaixe dos braços e pernas do robô. Quem curtiu este projeto pode enviar sugestões ou dar dicas de montagem OK!?

sábado, 27 de outubro de 2012

Cruz e Sousa: Negritude e Poesia


O mês de outubro esta acabando e o mês de novembro logo iniciará a contagem regressiva de final de ano. É neste mês próximo também, que se comemora o 'Dia da Consciência Negra'. Não sei se foi de forma estratégica mas, varios veiculos de comunicação já de uns tempos para cá procuram de certa forma falar do assunto. É o caso da novela global das 18:00 h 'Lado a Lado' que fala da abolição da escravatura e do inicio das primeiras favelas no período colonial.

Como entusiasta da valorização do individuo não importa a raça, credo ou sexo em toda e qualquer area, resolvi focar a minha postagem dessa semana em uma figura que representa a importância dos negros na literatura. Não ha como falar de negritude e poesia sem não tocar no nome de Cruz e Sousa.
Primeiro poeta simbolista no país, quando aliás o Simbolismo nem era aqui conhecido. É bom falar em seu nome para uma geração (principalmene afro descendente) que só conhece jogadores de futebol ou rappers como figuras do negro no mundo social.

Nada contra, porém antes de Mano Brown ou qualquer outro representante da poesia cantada, foi Cruz e Sousa o precursor do gênero quando nem o rap existia. De certa forma não ha como entender de poesia simbolista sem entender suas caracteristicas principais entre elas a musicalidade e o ritmo.
Nascido em 21 de novembro de 1861, João da Cruz Sousa viveu em Florianópolis. Filho de escravos sem mescla teve a oportunidade de estudar graças ao apadrinhamento de seu antigo senhor que havia alforriado a sua familia. Depois escreveu em jornais abolicionistas mais tarde se tornou  funcionario publico. Nunca escapou infelizmente do racismo e do preconceito que muitas vezes lhe bloqueava boas oportunidades na vida.
Em 1893 casou-se com Gavita Rosa Gonçalves (negra alforriada) e com ela teve quatro filhos. Para a infelicidade do casal todos os filhos tiveram morte tragica o que levou a mulher a uma longa depressão e loucura. Com a morte dos filhos e da mulher e sem emprego, Cruz e Sousa passa a viver na miseria e a escrever suas poesias cheias de aliterações, musicalidade e tristeza.
Sem nunca ter tido um comprovado contato com as obras de Boudelaire, Edgar Allan poe ou Mallarmé; Cruz e Sousa se comunicou instintivamente ao mundo simbolista. Sua obsessão pela cor branca (talvez uma inconsciente revolta ao racismo que sofrera) e sua sinestesia ( sensações invertidas) trouxe um ar espiritual e metafisico a suas poesias:

Carceres das Almas
Ah! Toda alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tarde,  natureza.
( Cruz e Sousa)

Tendo pubicado somente uma coletanea de suas poesias intitulada de 'Broquéis', Cruz e Sousa morreu como um indigente em 1897 de tuberculose. Dizem que seu corpo foi transladado de Minas Gerais para o Rio de Janeiro em um vagão de animais. Uma morte muito cruel e injusta para o primeiro grande poeta de cor brasileiro!
Hoje a obra de Cruz e Sousa é super valorizada e esmiuçada nas faculdades e universidades do Brasil e do mundo, o que nos dá orgulho e felicidade e assim espero que sua obra seja mais conhecida principalmente pelos mais jovens.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sessão Sai Capeta: O Grotesco e os filmes de Terror


Já faz um bom tempo que eu não voltava com a nossa Sessão Sai Capeta. É aqui que relembramos e discutimos o grotesco, o insólito e o bizarro na arte ou em qualquer linguagem de expressão humana. No caso o nosso tema será o grotesco nos filmes de terror. Vi recentimente o ultimo filme do diretor Ridley Scott o 'Prometheus' e também o ultimo filme da franquia 'Efeito paranormal 4'.
 De longe gostei do filme do Ridley Scott ainda mais que ele trouxe para uma geração que não conhecia o temivel Alien. Tem tanta cena horripilante no filme que fica dificil dizer qual é a mais bacana: os temiveis protozoários gigantes que entram por goela a dentro dos pobres astronautas, ou a cena em que a heróina do filme tem que fazer um aborto temendo que da sua barriga nasça um terrivel monstro...não posso dizer mais (tem que ver o filme mesmo).

Já o 'Efeito Paranormal 4' tenta manter o clima dos primeiros filmes (confesso que gostei mais da terceira parte, por achar que finalmente seria a ultima). O velho estilo falso documentário parece meio repetitivo e nada de novo acontece no filme. Somente alguns efeitos especiais parecem surpreender em certas medidas. Enfim quem gosta...
Porém não só estes filmes possuem cenas grotescas interessantes. Vamos nos lembrar dos velhos filmes dos anos 80, em que os efeitos eram animatronicos e até simples em alguns momentos. Filmes como Hellraiser (1987) do escritor Clive Barker e os terriveis Cenobitas até hoje assustam a quem vê os filmes.

Outro que entrou no inconsciente coletivo e deixou 'saudades foi o Fred Krugger no primeiro 'A Hora do Pesadelo' (1985)  e claro, 'A Mosca' (1988) de David Cronnenberg.
Outro filme marcante era 'A Hora do Espanto' (1985) em que um vampiro procurava de todas as maneiras matar um jovem que havia descoberto o seu segredo. Depois deste somente 'Dracula de Bram Stoker' (1989) de Francis Ford Coppola mostraria um vampiro tão violento e cruel.
 Cada filme desses tinha uma ou mais cenas que tinham algo de insolito e tão grotesco que deixaria qualquer pintor surrealista assombrado. Por falar em Surrealismo não ha como não esquecer do filme 'Alucinações do Passado' (1990) de Adrian Line onde um ex-soldado do Vietnã, retorna para os EUA com delirios e alucinações que beiram as pinturas de Dali e do pintor Francis Bacon. Para terminar um filme que não é de terror mas possue cenas insólitas é o filme musical 'The Wall' (1979) dirigido por Allan Parker é que retrata a viagem aterradora de um músico conturbado ( o grande  ponto está na trilha do grupo Pink Floyd).
Se você nunca assistiu a estes filmes veja e se diverta bastante com eles!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Sessão Papo Cabeça: Edir Macedo e as suspeitas Auto biografias


Recentimente adquiri um livro sobre personalidades famosas chamado de 'As 100 Maiores Personalidades da História'. O livro escrito pelo cientista e escritor Michael H. Hart tenta traçar a evolução da humanidade apartir de pessoas que em varias areas marcaram o mundo. Controverso o autor logo diz que a personalidade mais importante da humanidade não é Jesus Cristo... e sim Maomé!

O mais bacana do livro é tentar ver que muitas personalidades mesmo com grandes trabalhos como Leonardo Da Vinci são desconsiderados ( e o autor explica o porque de suas escolhas). O estudo da vida de uma celebridade histórica requer uma grande pesquisa e  claro, na maioria das vezes um contra balanço entre os que falam bem e os que falam mal do biografado.
Nos ultimos anos tem aparecido inumeros livros de biografias de pessoas importantes e também muita picaretagem no meio. Costumo dizer que os melhores livros de biografias são das personalidades que já morreram, pois assim não podem se defender das criticas e nem manipular as informações.
E aí que entra o meu desconfiar nas auto biografias. Aqueles livros em que o biografado ele mesmo escreve a sua história ou paga para alguem fazer isto. As maiorias das auto biografias são um show de prepotencia e falta de humildade dos biografados ( eles mostram a sua propria vida com um ar de novela e heroismo duvidosos).

Um dos exemplos bem drásticos são as auto biografias da Lady Gaga e o  do emblemático bispo Edir Macedo. Duas figuras que alem de estarem vivas tem muito ainda o que deixar de material para poderem ter suas biografias. Lady Gaga, por exemplo, só tem quatro discos gravados e a trajetoria se comparada a outros artistas como um Bob Dylan ou Michael Jackson é muito prematura para se darem um trabalho de escrever alguma coisa. Quem sabe quando estiver com uns 14 discos gravados e bem velhinha...
Já o nosso 'querido' bispo... Todo mundo sabe como Macedo ganhou a sua fortuna: milhares de pessoas humildes, sem instrução e de problemas sociais  são o pilar de sustentação da carreira bem sucedida do dono da Record. Sem preconceito eu penso que duas coisas proliferam a exaustão na periferia: botecos e igrejas da Universal.
 
A falta de oportunidade de boas escolas e o não contato maior com os livros fazem que a população carente busque ajuda nestes lugares. Eu ainda sonho com a maior construção de bibliotecas publicas em periferias para aplacar estes sangue sugas que aproveitam da população. Nem mesmo a Igreja ´Católica consegue ir além do absolutismo, com as biografias do Papa Hatzinger (que nem de longe reflete o carisma e o poder de João Paulo II).
Na maioria das auto biografias o biografado se faz de vitima da sociedade e posa de herói. É o incompreendido e um gênio não percebido pelo mundo. Na auto biografia do bispo Macedo ele se diz vitima da imprensa que o julgou como um criminoso e transforma a sua prisão como uma reflexão espiritual (como se todo criminoso virasse Buda depois de ficar em uma cela fria e cheia de grades...). Depois 'magicamente' o cara descobre como fazer fortuna com palavras de motivação e citações estrategicas da Biblia. Daí para frente é dinheiro e compra de emissoras de Tv...
Enfim, sei que muitos torcerão o nariz a esta postagem. Porém, acredito como fã de biografias que podemos ter acesso a livros bacanas e bem legais de personalidades que de alguma maneira deixaram a sua marca na história da humanidade.