sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sessão Sai Capeta IV: Por que gostamos de monstros?

Quando criança temos o medo como ferramenta de descoberta de interação social e cultural. Os nossos pais costumam nos atemorizar para ter o controle e o respeito. Frases do tipo 'se colocar o dedo na tomada levará um choque!' ou 'Se você não fizer o dever de casa o seu pai vai lhe bater!' ou mais ainda, 'Cuidado com o escuro se não o bicho papão vai te pegar!' são verdadeiras lições que carregamos para o resto da vida. Tanto é verdade que a noção de desobediencia e castigo costumam ser mais eficazes na educação do que o mero sermão.

Quando criança eu temia o lobisomen e o diabo. Para mim eles eram extremamente reais e as vezes por isto custava a pegar no sono. Hoje, penso neles não como monstros insanos e crueis, mas sim como simbolos de uma cultura que costumava se apegar ao medo para explicar fenômenos ditos inexplicaveis. É logico que quando eu mudei a minha visão sobre estes monstros não quer dizer que parei de teme-los. No fundo do meu intimo penso que eles existem (ou quem sabe existiram algum dia).

Graças ao cinema e filmes como 'Fúria de Titãs' a garotada de hoje se interessa pela mitologia grega. De certa forma foi a lenda do mundo egeu que moldou o Ocidente. E mesmo que o cristianismo tentasse diminuir o poder na crença em deuses pagãos, estes continuam em nosso incosciente coletivo. Não é átoa que as crianças e jovens gostam ou se identificam com os vampiros, ciclopes, medusas e criaturas teratológicas abominaveis e fascinantes.

Um dos muitos monstros e criaturas bizarras que me chamam a atenção são os centauros. Homens com corpo de cavalo e também os unicornios. Os gregos costumavam simbolizar o comportamento humano através da imgem de seres estranhos, no caso do centauro ele nos faz lembrar o lado primitivo do homem ( por isto um ser hibrido entre um cavalo selvagem e um homem primitivo) que mesmo tendo a racionalidade como caracteristica do homo sapiens, também possui seu lado primal não perdido.

Os unicornios, surgiram na Idade Média como parte de relatos fantasiosos dos navegadores para terras distantes e hinóspitas ( para algum estudiosos ounicornio seria apenas um rinoceronte mal visto pelo colonizador europeu ao visitar o continente africano). Foi também dos relatos fantasiosos dos navegadores e piratas que os golfinhos com seu corpo delgado foram confundidos com as sereias e assim surgindo o mito das mulheres peixes.
    
Existem livros bem bacanas que podem contar muitas dessas lendas. Um destes é da coleção Larousse intitulado de Mitologia. Bastante colorido e de leitura fácil. Outro que já citei inumeras vezes foi O Livro de Ouro da Mitologia de Thomas Bulfnich. Outro muito bom é Os 100 Maiores Misterios do Mundo de Stphen J. Spignesi. Outro livro bom é Medicando com Arte do Dr Armando Bezerra, que relaciona doença e teratologia com arte.

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