segunda-feira, 11 de abril de 2011

Performance: O corpo como suporte artistico

Durante toda a história do homem em busca de expressar o que sentia e pensava, ele necessitou de suportes físicos para tal tarefa. Começou com as paredes das cavernas desenhando o mundo que o cercava com gordura animal e pedras trituradas. Depois ele moldou as rochas criando armas, utensílios domésticos e por fim usando seu próprio corpo como referência para fazer esculturas e monumentos.

Depois ele como um químico foi experimentando novos meios de fazer tinta e de fixar seus desenhos nas paredes de seus templos e palácios. Surgia a tempera, o mosaico, vitrais e depois a tinta á oléo. Quando a tinta começou a ser comecializada pelas industrias os artistas passaram a não mais ter que passar pelo processo de fazer os seus pigmentos. O acesso a telas de linho já prontas também ajudou o já trabalhoso dia-a-dia do artista.
   
No meio do século XVIII aparece Daguerre e sua proto-máquina de fotografia. As pessoas já não sentiam aparentemente a necessidade de contratar um pintor para fazer seus retratos. Era só fazer pose e pronto sua imagem estava quimicamente gravada em um papel fotográfico. E o artista? Muitos reclamaram da máquina como um inimigo mortal, outros começaram a usar a máquina como um processo de criação ( um esboço da imagem que se queria pintar como fazia-se antes com o desenho) com Degas que usava os angulos da máquina como inspiração.

O tempo passou e os artistas não mudavam muito de tema. O lance era retratar paisagens, naturezas mortas ou pessoas. O que mudava era a forma (impressionismo, pós-impressionismo, cubismo...) e assim a arte caminhava. Em 1917, o pintor francês Marcel Duchamp cansado da pintura e do suporte tradicional, desenvolve a ante-arte: pega um urinol de banheiro publico masculino, assina e o manda para uma galeria de arte. Parecendo uma 'brincadeira de moleque', Duchamp jogava na cara da história da arte, que ela precisava se reiventar para continuar relevante.
Após décadas as sociedades passam por transformações essenciais ( a mulher assume o mercado de trabalho, surgem as primeiras grandes guerras,a industria se fortalece e surgem os centros urbanos aglomerados e as filosofias estruturalistas e pós-estruturalistas aparecem nas universidades). Outro ponto é o surgimento do mass media representado pela tv, o jornal e o rádio. Para onde iria o artista em meio a tantas transformações? Poderia ele continuar a retratar paisagens e naturezas mortas?

Com a tv e seus suportes eletrõnicos surgia a video arte, mas antes dela veio a performance. Na performance o artista é o suporte substituindo a tela de pintura. artistas como a ucraniana Marina Abramovicht e o norte americano Vito Aconti, trouxeram a interação de artista e público questionando quem realmente faz a arte:  a arte existe somente pelo artista que faz a obra ou pelo público que a contempla? A arte é somente escultura e pintura?
  
Atualmennte a performance e a video arte andam conectadas e por vezes não sabemos onde começa uma e termina a outra. Pegando o processo iniciado por Duchamp de que qualquer material pode ser artistico, muitos artistas usam desde sucatas e até a internet para criar e questionar a arte. Um exemplo no Brasil é do grupo Corpos Informáticos que usam performances ao vivo com internet e tv.

Nenhum comentário:

Postar um comentário