sábado, 3 de março de 2012

Fernando Carpaneda: A Arte da Minoria


O engajamento de um artista em um movimento social ou de um ideal politico existe ha muito tempo. Pintores que eram a favor do pensamento humanistico e do  fim do poderio da Igreja como Dürer, que era amigo de intelectuais como Erasmos de Rotterdam; ou da visão de valorização de uma classe como fez Courot ou Coubert na França ao retratarem os camponeses, mostra que a arte não tem somente a função de enfeitar uma parede ou se preocupar com valores estéticos.
 
A arte pode e deve, representar ou ser a voz de grupos que muitas vezes são excluidos em uma sociedade individualista e cheio de tabus que geram preconceito e alienação. Os grafiteiros com sua arte urbana mostram o descaso das autoridades com a periferia e assim realizam obras desconcertantes e criticas. Mostrei ha pouco tempo a arte de artistas negros que nunca tiveram seus trabalhos reconhecidos de forma digna ou de artistas mulheres que não possuem o mesmo valor de nome como de um homem no mundo das artes.
 
Agora vou mostrar um pouco de uma arte desconhecida para muitos e que merece também o seu espaço. Trata-se da chamada arte homoerótica, ou arte homossexual. Antes de mais nada temos que ter uma mente aberta para entender esta arte que não é vulgar ou pornográfica (recentimente postei um artigo sobre Arte Erótica e não falei da arte homoerótica).

Muitos entusiastas deste tipo de arte dizem que este tema sempre foi retratado de forma velada no mundo artistico. Artistas como Michelangelo, Kichner e até Lucien Freud, retrataram o corpo (principalmente do homem) de forma erotizada e homossexual.
  
No nosso país um dos maiores representantes deste tipo de arte é Fernando Carpaneda. Hoje morando nos EUA, Carpaneda viveu em Taguatinga e estudou artes visuais na UNB. Seu trabalho consiste em pequenas esculturas feitas de argila  e polioretano que retratam a vida dos chamados individuos marginais (punks, travestis, atores pornôs...).

Ele chama seu trabalho de pequeno diario do retratado. Costuma misturar as figuras guimbas de cigarro e até pêlo humano. Com exposições lotadas e super valorizadas em Nova York, Fernando Carpaneda merece ter seu trabalho ser mais valorizado em seu próprio país de origem.

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