sábado, 20 de fevereiro de 2016

Quando encontrei Umberto Eco


Estava eu navegando pela internet até me deparar com a notícia do falecimento do filólogo, semiólogo e romancista italiano Umberto Eco que ocorrera na sexta feira (19). Foi um susto mesmo sabendo que ele estava com 89 anos e muito ativo (seu último livro foi lançado no ano passado).
Vítima de um câncer, Umberto Eco, escreveu uma extensa linha de livros voltados não somente para o mundo acadêmico como para os romances. Ganhador de títulos honrosos e de pleitear cargos importantes em universidades europeias, ele discutia não só o poder da linguagem, do símbolo bem como, tudo o mais que faz do homem um ser diferente dos outros animais.
Conheci os seus trabalhos na biblioteca pública da minha cidade. Havia terminado o ensino médio e estava entrando no mercado de trabalho. Para me distrair ia a biblioteca durante a semana e por lá procurava autores diferentes para curtir.


Eis que me deparo com 'O Nome da Rosa', livro que havia virado um ótimo filme estrelado pelo ator Sean Connery e que meu professor de história do ensino média vivia recomendando para gente ler. Confesso que não li o livro até o fim (naquela época não tinha a maturidade para entender todo o estudo semiótico que o romancista havia colocado no livro).
Depois me deparo com Umberto Eco novamente, agora na faculdade de artes. Lá os professores falavam de semiótica e Michel Foucault. Com mais informação na cabeça consegui ler 'Obra Aberta' um livro que todo estudante de arte deveria conhecer. Gostei tanto do livro que incluí em minha referência bibliográfica de monografia.

Em um sebo, perto da faculdade, encontrei 'A Estranha Chama da Rainha Loana', outra obra do semiólogo italiano. Em forma de romance, Umberto Eco fala de excesso de informação e de símbolos nos conturbados século XX e como é difícil assimilar tantos signos na TV, publicidade, quadrinhos, jornais...
Sei que ele escreveu muita coisa, mas as obras que conheci bem foram estas. Agora com a sua morte as editoras irão colocar a venda muitos de seus livros. Espero que você do outro lado se não conhece Umberto Eco procure seus trabalhos. Mudarão a sua visão de literatura e vida.

Obras de Umberto Eco:

Romances:
O Nome da Rosa (1980);
O Pêndulo de Foucault (1988);
A Ilha do Dia Anterior (1994);
Baudolino (2000);
A Misteriosa Chama da Rainha Loana (2004);
O Cemitério de Praga (2011);
O Número Zero (2015).

Teses e Ensaios:
Obra aberta (1962);
A Definição da Arte (1968);
As Formas do Conteúdo (1971);
Mentiras que Parecem Verdades (1972);
O Super Homem de Massa (1978);
Semiótica e Filosofia da Linguagem (1984);
Sobre o Espelho e Outros Ensaios (1985);
Interpretação e Superinterpretaçao (1992);
Kant e o Ornitorrinco (1997);
História da Beleza (2004);
História da Feiura (2007).
( Umberto Eco escreveu mais de 30 ensaios e teses por isto, pincei as mais conhecidas).



Nenhum comentário:

Postar um comentário