quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A morte de Oscar Niemeyer e os Artistas Efêmeros


Hoje o mundo das artes amanheceu triste. Morreu o grande arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer aos 104 anos de idade. Para muitos ele representou a arquitetura do século XX; para outros talvez, emblemáticamente, a figura de um país cheio de contrastes ( de um lado uma cidade super moderna e do outro cidades periféricas empobrecidas vivendo ao seu redor).

Se Brasilia é vista ainda como um museu à céu aberto, para os criticos mais ferrenhos ela é um arrombo de uma obra faraônica desnecessária. Enfim, falar de Niemeyer é falar do Brasil em vários aspectos. Nas redes sociais pude ver elogios e ataques ao gênio (alguns desocupados culturalmente e 'mentalmente' falavam mal de suas escolhas politicas). Niemeyer nunca escondeu que era comunista e que admirava Stalin. Ninguem é perfeito ora bolas! Na época em que o arquiteto começou a sua carreira, o comunismo estava em alta. Com o crescimento e a industrialização e o surgimento de lugares palpérrimos ao lado de elites capitalista bem alimentadas, parecia que o pensamento socialista seria a resposta para consertar todas as injustiças sociais.

No fim, o socialismo demonstrou suas fragilidades e hoje parece mais uma ideia por demais utópica para um mundo globalizado e cheio de dominio de corporações. Mas como eu falei ninguem é perfeito. Os que criticam hoje o Niemeyer por suas ideias também serão questionados amanhã. Já que tudo que pensamos e fazemos passará pelo filtro da história.
Basta lembrar de muitas personalidades históricas que defendiam as cruzadas na Idade Média, ou o absolutismo de hierarquias aristocratas no século XVIII e até ideais escravagistas e nazistas. Tudo era questão de estar no contexto e no calor dos fatos ocorridos.
    
Em um mundo cada vez efêmero, onde tudo é passageiro e de pouca analise coerente, talvez daqui a quarenta anos somente algumas personalidades poderão estar registradas nos livros de historias para representar nosso século para as futuras gerações: os ditadores arabes, os ultimos presidentes norte americanos, as primeiras presidentes mulheres na America Latina, o terrorista Osama Bin Laden e nas artes Oscar Niemeyer.
 
No caso de Oscar Nimeyer, é patente a sua importãncia, ja que ha muito tempo não temos artistas de um quilate de um Leonardo Da Vinci ou de um Picasso, para representar um periodo histórico. Em meio a tantos artistas (de várias  areas)  de trabalhos irrelevantes ou de pouca duração, Niemeyer estaria no patamar de Rodin, Duchamp, Pina Baush, Nan Jun Paik, Joseph Christo, Dali, Luigi Rosollo, Marllamé, Steven Spelberg, Oscar Wilde, José Saramago, Steve Jobs, Stravinsky, Caetano Veloso, Michael Jackson, Madonna, Beatles...
Em suma, o corpo se desfaz abaixo da terra, mas as obras ficam para a eternidade!

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