segunda-feira, 11 de junho de 2012

A Arte do Kitch e do Insólito


Existem linguagens artisticas que rompem com o que é chamado de tradição e esteticamente harmonioso. Basta lembrar da exposição 'Corpos' que em 2010 chamou a atenção de milhares de pessoas para algo visto por alguns como artistico e por outros como mal-gosto e aterrador.
 
Desde da antiguidade classica o conflito de classico/ anticlássico convive no mesmo espaço, quase de  forma 'harmoniosa'. E´só lembrar das igrejas góticas com os seus demônios de pedra em seus parapeitos. Ou nas cariátides ( colunas em forma de mulher) em alguns templos gregos e posteriormente em edificações barrocas cheias de floreios em seus capitéis.

Hoje o que seria mal gosto pelo exagero e até 'forçação de barra' de certa foi já foi apreciado como suprasumo da arte. Se não fosse por isto, por exemplo, a arte pop e o kitch (artificial) não teriam virado tema na arte contemporânea. Muitos artistas trabalham o que seria uma mescla de iconoclastia (quebra de ícones) com uma reavaliação do que seria bom gosto e clássico.
  
Desde os movimentos de vanguardas, passando pelo Situacionismo, e claro pela glamourização do mundo mass media; que os artistas atuais procuram analisar as obras de arte ou pelo apego ao artesanal e o naify ( a arte não acadêmica e presumivelmente pura  não contaminda por conceitos) e a arte dita como conceitual, termo que não concordo, já que ao meu ver toda a arte é conceitual independente da época.
É nesta divisão entre o naify eo conceitualismo ( para muitos uma arte intelectual 'cabeça') que reside as obras grotescas e ktich.
 
Artistas como a fotografa Cindy Sherman ( que brinca com o artificialismo e o não real dos retratos), os monstros boschnianos do canadense Mark Prent e o americano Kris Kuksi e os trabalhos video artisticos de Bill Viola. são representações do discursso de analise do que seria arte legitima e o que é o mero produto para seduzir as massas.
 
Não há como não perguntar aonde se encaixaria as capas de disco do Iron Maiden ou se os celulares multicoloridos seriam objetos artisticos funcionais ou apenas máquinas descartaveis até determinada função de uso. O kitch e o juízo de bom e mal gosto estaria em saber o que pode ser considerado artistico. Seria as estatuas ou monumentos públicos às vezes abandonados porque se tornaram tão comuns na paisagem que não mais chaman a atenção dos transeuntes obras de arte?  Seria o carro bem planejado por designers com suas qualidades chamativas de cores e preço? O ato de empalhar animais mortos e coloca-los em estantes de consultórios para enfeitar o  recinto já poderia enquadrar a taxidermia como tecnica artistica? 
Transformar lixo em algo prazeiroso para os olhos seria arte?  

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