quinta-feira, 6 de março de 2014

Tim Burton: O Cineasta Gótico


Existem filmes que nos causam impacto quando o vimos e nunca mais somos os mesmo. Dentro de minhas memórias nunca esqueci quando assisti nos anos 90 na Sessão da Tarde o filme Edward Mãos de Tesoura do diretor americano Tim Burton.
Johnny Depp era somente um galã que era retalhado por Fred Kruegger no emblemático A Hora do Pesadelo, quando me surpreendeu com sua interpretação de um monstro que tinha tesouras afiadas no lugar das mãos lá nos idos de 1990.

O tom sombrio do filme aliado a trilha do inseparável parceiro de Burton, o compositor Denny Elfman, ajudou a gravar em minha mente aquela figura estranha que mais parecia ter saído de alguma pintura surrealista ou de um filme expressionista alemão.
Passado todos esses anos continuo a me conectar com o cinema que Tim Burton faz e que de certa forma mudou os padrões de Hollywood. Recentemente revi o filme do Batman dirigido por ele em 1989. Naquele ano o filme do homem morcego era o grande arrasa quarteirão do final da década. Nada de Stallone ou algum brutamontes musculoso destruindo prédios ou soviéticos. O herói desta vez era um homem soturno vestido de morcego e voando por uma cidade gótica e bizarra.

Sem perceber Tim Burton que antes havia sido um funcionário da Disney e que era incompreendido por seus trabalhos excêntricos, se tornaria uma marca e referência para toda uma geração nos anos seguintes. Diretores como Alex Proyer (O Corvo e Eu, Robô) e Paul Anderson (Resident Evil) tentam seguir a cartilha de expressionismo gótico que Burton assina em seus filmes.
Desde criança Burton já nutria um fascínio pelo estranho e o insólito: era leitor assíduo das obras de Edgar Allan Poe e de filme de monstros dos anos 50 e 60.
O seu primeiro trabalho foi o curta metragem chamado Vincent, uma homenagem ao famoso ator de filmes de Terror Vincent Price. Logo neste trabalho Burton já mostrava as suas características autorais, como os bonecos de estilo deformado e olhar triste e cenas escuras com um toque de humor negro. Com grande talento para a animação ele faria mais tarde filmes como O estranho Mundo de Jack e claro, A Noiva Cadáver. 

Entre seus trabalhos o que eu mais gosto é o A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, e o controverso Planeta dos Macacos. Para muita gente talvez, os seus últimos filmes mais voltados para as fábulas sejam os mais lembrados como Alice no País das Maravilhas e A Estranha Fábrica de Chocolate.
Não importa o filme, desde que seja soturno e legal é do Tim Burton!

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