terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Momento de Reflexão: A Dor da Morte


Seria mais um final de semana como qualquer outro, se a noticia que mais tomou conta do domingo não fosse relacionada a futebol e os programas de variedades banais. Todo o Brasil soube da tragédia que assolou a pequena cidade de Santa Maria (talvez, muitas pessoas assim como eu nem sequer conheciam esta cidade) no interior do Rio Grande do Sul.
Uma cidade que tinha em sua maioria jovens universitários que aproveitaram a volta às aulas para se divertirem em uma boate. Coisa que todo jovem faz, um programa mais que trivial quando se tem dos 16 aos 25 anos. Porém, o que seria motivo de alegria se converteu em lagrimas para pais, mães, irmãos... Sonhos de juventude que se foram com os escombros e o fogo de um estabelecimento que por informações não poderia comportar o número de pessoas que alí estavam.
Uma fatalidade alimentada por irresponsabilidade por organizadores de um show que teria tudo para ser animado e que terminou como um filme de terror para quem estava nele. Depois que o fato ocorreu e chegou a mídia, todos se perguntavam como algo poderia ter acontecido. Nesses momentos todas as teses e teorias para justificar o injustificável aparecem. Das piores teorias saíram da boca de pessoas ignorantes que diziam que a morte dos jovens tem haver com 'se estivessem na igreja rezando isto não aconteceria', como se fosse digno a pessoa morrer com o teto da igreja desabando em sua cabeça, coisa que já ocorreu várias vezes. Não importa se é na igreja ou na boate, a morte é a morte! E ninguem quer morrer.
Eu já estive perto da morte uma vez (não vale apena contar o ocorrido) e sei que no momento em que estamos diante dela o que mais passa em nossa mente é o desejo e o medo de que poderemos não mais ver nossos pais e irmãos. Penso que durante o momento crítico em que muitos jovens se encontravam no meio do fogo ou do alvoroço para sairem do local. Nos últimos minutos, segundos e milesimos de segundos o medo de não ver mais o seu parente foi o que passou em suas mentes.
O não querer morrer tem haver com o fato de não mais podermos abraçar ou falar com as pessoas que mais amamos. Não consigo imaginar e nem mensurar a dor dos pais destes jovens. É a pior dor que podemos ter em nossa alma. Muitos pais se sentirão culpados por ter deixado o seu filho ir para a balada (o que não é justo, nenhum pai quer o mal para o filho), a revolta será grande contra o que ocorreu e a sede de justiça será proporcionalmente enorme (prender os donos da boate e os musicos do show é somente parte desta sede de justiça).
No fim, a dor ainda será permanente. Será necessário muito tempo com terapia, com o silêncio, com a falta de motivação para viver e... Mesmo assim ainda todos continuarão vivendo. Deixo o meu pesar e meu apoio aos parentes das vitimas. Confesso que faz muito tempo que não rezo ou frequento a igreja (nos últimos anos tenho me decepcionado com as religiões que mais parecem interessadas em pregar a discriminação e o ódio do que o Amor) contudo, depois do fato ocorrido passei a pensar em Deus e que Ele possa de alguma maneira confortá-los agora.


Um abraço e um beijo para todos.

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