terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sessão Vitrola: Gregoriano X Barroco


Esta postagem eu dedico em especial ao meu primo Riba (Riba que tenha fé em Deus, pois estaremos rezando para você!). Eu estive viajando por estes dias e agora que voltei vou começar com força total o blog. Hoje eu vou voltar a falar de música.
Fiquei feliz que as pessoas tenham gostado da postagem sobre música punk, o que mostra que esta forma de arte subjetiva e que entra na nossa alma tem muita coisa para ser discutida. Assim sendo, irei falar da música clássica. Esta forma de música tão complexa e as vezes mal entendida. Eu mesmo tinha uma visão erronea do mundo clássico como o todo (incluo aí a arte plástica e o pensamento deste gênero).
   
Não ha como falar de música classica sem começar por sua origem mais ortodoxa: o canto gregoriano. Inicialmente o termo surgiu pela divulgação do papa Gregorio I, O Grande (590-604), que não foi o criador do coral cantado por monges, mas o divulgador de tal estilo musical sacro. O canto gregoriano surgiu do cantochão, uma especie de música liturgica cantada por um coral em onissono ( todos os cantores deveriam cantar em uma unica voz e em um unico tom) gerando a homofonia. O estilo gregoriano é caracterizado por ser uma música vocal sem acompanhamento de instrumentos (a Igreja acreditava que as musicas com instrumentos musicais eram profanas).

Como era uma música feita somente para cantar nas igrejas era muito diferente das musicas que  o camponês cantava no seu dia-a-dia criando assim um distanciamento do mundo real e mergulhando em um misticismo.
Mais tarde coube aos musicos flamengos a mistura da musica liturgica com o canto popular. Surgia os corais com acompanhamento de instrumentos e pequenas orquestras. Depois na Itália pós renascença começam a aparecer as operas. Na verdade eram versões de peças gregas adaptadas ao mundo medieval com mais corais e menos interpretação teatral.

No período Barroco (seculo XVI) as operas se tornam monumentais e as orquestras passam a se tornarem diversão da corte. Devido o movimento protestante, o canto gregoriano se torna um estilo musical fechado e de pouco atrativo para a população, ficando estagnado enquanto os corais polifônicos começam a ser tornarem maiores. O pensamento calvinista e os ideais de Lutero ajudaram a criar uma musica religiosa mais proxima da população camponesa e por fim, menos aristocrática.
É nos paises do norte (flamengos, holandeses, austriacos e alemães) que a musica classica, sem o dominio dogmático da Igreja, irá se tornar forte e passaria a influenciar toda a música ocidental. Compositores como Palestrina, Monteverde, Vivaldi e Haendel, abririam espaço para um dos maiores gênios do gênero no período: Bach. 

Johann Sebastian Bach (1685-1750) era luterano e teve muitos filhos ( seus filhos seriam mais tardes os primeiros empresários musicais da história). Bach compôs muitas missas para a igreja local que frequentava. Foi o que mais trabalhou os recursos de harmonia e composição nas partituras. Os exageros e os floreios do barroco conhecido na pintura e na arquitetura ganhariam finalmente sua caracteristicas na música. O principal instrumento da época era o cravo ( um avô do piano com toques delicados e que possuia altura sonora limitada e por isto, deveria ser dedilhado de forma rápida). Outros intrumentos que ficariam como marca registrada do barroco foram o orgão ( ainda ligado a igreja para liturgia) e o oboé ( instrumento de sopro), tanto que Bach faria varias obras somente para estes instrumentos, como o famoso 'cravo bem temperado'. Mesmo tendo feito inumeros trabalhos de relevancia musical que futuramente influenciariam mestres como Mozart e Beethoven, Bach morreu a mingua e muitas de suas obras se perderam (algumas foram jogadas fora e até serviram como embrulho para carne nos açougues). Somente depois que seus filhos ficaram famosos e ricos é que lhe foi dado algum credito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário