Agora que o ano acabou, já se pode fazer uma análise do que foi o ano de 2010. Como o meu assunto é artes resolvi passar à limpo as exposições que estiveram em Brasília. Não foram poucas e até para surpresas de muita gente, houve exposições internacionais muito interessantes ( mais um pouco é seria um ano tão bom de exposições como foi 2008 com a arte japonesa e os suprematistas ou o ano de 2009 com os artistas surrealistas latino americanos, fora lembrar de 2007 com as instalações de Anish Kapoor ou Henry Moore em 2006). Para quem não viu ainda está em tempo pois algumas exposições ainda estão em Brasília. Para os que perderam resta torce para que algum dia voltem, sabe como é exposiçao internacional em Brasília é igual cometa Halley de dez em dez anos meus amigos! Temos que aproveitar pois Brasilia é um dos poucos locais do Brasil e do mundo em que não se paga para ver obras de arte. Fiz a minha lista com as 5 exposições que mais gostei de visitar, se alguem tiver outra opnião mande um recado. OK!?
1º Lugar: Exposição Corpos
Quando ouvi falar desta exposição ha alguns anos e sua repercussão mundial achei dificil de ela passar por Brasília. Organizada pelo Dr Roy Glover, esta exposição foi vista pelo que contam por mais de 1 milhão de pessoas ( e olha que pagar R$ 40,00 para ver não é mole véio). Ela ainda está em tempo de ser vista ja que outrapassou mais de dois meses de exposição (ela começou em outubro). São doze corpos inteiros e 250 orgãos todos preservados através da técnicada da plastinação ( silicone emborrachado aplicado nos tecidos dos orgãos para mante-los longe da deterioração e depois minuciosamente pintados para dar um tom de carne vermelha fresca). Esta tecnica já era usada nos anos 60 por médicos austriacos e depois o Dr Glover aperfeiçoou. Eu confesso que não deixei de comparar os corpos da exposição com as esculturas gregas antigas. O homem passou a vida toda tentando transformar argila, marmore, bronze e madeira em uma imitação do corpo humano. Agora é o corpo humano que virou escultura.
2º lugar: O Mundo Mágico de Escher
Esta exposicão foi do caralho!!! Maurits Cornelius Escher foi um expert em gravura. Nascido na Holanda ele trabalhou com a ilusão optica. Suas gravuras nunca são o que parecem. Quando eu fui ver estava lotado de escolas e não consegui fruir nada. Depois fui em um dia com menos movimentaçao e aí sim pude me entreter com os efeitos visuais de suas obras. Não tem como não ver nele um precursor da op art e ao mesmo tempo um elo de ligação com os trabalhos de Parmigianino e Holbein (mestres do Maneirismo e do Renascimento dos Países Baixos). Sem falar que o apuro de geometria e angulos inusitados tem um quê de cinematográfico. Na hora me lembrei do filme 'Origem'.
3º lugar: Maria Leontina
Confesso que não conhecia os trabalhos dela. No inicio pensei que fosse uma artista contemporanea, somente depois de ver a exposição descobri uma das melhores artistas do periodo modernista. Levei meus alunos para verem a exposição e eles gostaram. Foi bom também para quebrar alguns estigmas no campo artisticos brasileiro que apenas tem Anita Malfatti e Tarsila do Amaral como referencias de arte feito por mulheres em nosso país ainda machista (tomara que a eleição da Dilma mude alguma coisa em nosso comportamento cultural). O estilo de Maria Leontina vai desde o figurativo acadêmico até a influencia do modernismo francês e alemão. Na exposição se pôde ver seus esboços e gravuras. Tudo muito bonito.
4º lugar: Bandeira de Mello
Fui para a galeria da Caixa apenas para me destrair e deparei com as obras do Bandeira de Mello. Um grande professor de desenho que deixou uma coletanea de trabalhos de pura influencia expressionista e por que não dizer de Picasso e Candido Portinari ( repare nas figuras esqueléticas e não vai lembrar da fase azul de Picasso ou dos retirantes do Portinari!?).
5º lugar: Cartazes Cubanos
Esta exposiçaõ estava no mesmo dia ao da Leontina é foi super maneira! Com os avanços tecnologicos e montagens de fotoshop os cartazes cinematográficos dos filmes de hoje tem muita cor mais somente evidenciam a cara dos astros dos filmes e menos as histórias que serão contadas. Com os cartazes feitos pelos artistas cubanos era o contrário: a ideia é envidenciar a historia e não o astro do filme. Eles tinham que fazer um desenho feito a mão que resumisse um filme de 1 hora e meia. O que não é facil.
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