O que a cantora Lady Gaga, o pintor italiano Luigi Russolo e o escritor Philip K. Dick tem em Comum? Se você não conseguiu responder a essa pergunta e porque não notou o nosso comportamento atual nos últimos tempos. Tanto a cantora norte-americana de visual retrô anos 80, como o pintor italiano e o escritor de ficção científica são aficcionados pelo moderno ou pelo futuro distante.
Deixa eu ser mais direto no ponto meu camarada! O visual da Lady Gaga pode parecer inovador para a molecada de hoje e seu som pode ser classificado como idem. Porém, o que ela faz é emular o visual e a ideologia da década de 80. Essa mesma década que já foi chutada como um cachorro morto por muitos críticos de arte e historiadores de ocasião, voltou com tudo assim como foi a década de 70 no meio dos anos 90.
Me lembro quando era moleque e a maior sensação da modernidade era ter um videocassete de 4 cabeças, ou um video game Atari. Sem falar do nosso querido walkman. A mesma sensação que a molecada que curte Restar e o Fiuk tem com o I pod e o MP3 hoje em dia. Os anos80 foi a época em que tudo era possivel: carros em forma de máquina do tempo ( lembra do filme 'De volta para o Futuro'), andróides famigerados (' O exterminador do Futuro'), o policial bionico ('Robocop')...
Todos eles de forma positiva ou negativa celebravam o avanço tecnológico e as duvidas humanas sobre este mesmo futuro dito promissor. Foi também nesta época que a musica eletrônica virou moda com bandas como Depeche Mode e New Order. Aliás,se prestarmos atenção na dance music atual vamos ouvir ecos destes caras tocando nas musicas da Lady Gaga e outros artistas 'modernos' de hoje.
E pensar que este fetiche pela tecnologia começou lá em 1912 com o movimento de vanguarda o Futurismo. O pintor e musico Luigi Russolo criou as bases da música eletrônica inventando estrumentos eletricos até então impossiveis. Pense hoje no sintetizador, no sampler e no equipamento do Dj e agradeça ao pintor italiano que imaginava que a musica do futuro sairia das máquinas e dos ruidos urbanos.
Como nem tudo são flores o Futurismo acabou se aliando ao Facismo ( na 1ª Grande Guerra) e devido a este fato ele nem é tão citado como o Surrealismo, por exemplo, no meio artistico. Talvez por este fato ter ocorrido junto com o movimento Expressionista alemão que não via com bons olhos a revolução industrial e a guerra, posteriormente escritores como Philip K. Dick apareceriam com suas obras mostrando um futuro tecnologicamente avançado, porém sombrio e bizarro.
Me lembro de ter assistido 'A Blade Runner' no Super Cine em 1985 e nunca esqueci a imagem da cidade cheia de predios gigantesco e luminosos com pessoas de cabelo verde estilo punk e capote negro andando em noite chuvosa com oculos raiban e a música futurista do Vangelis tocando no fundo da cena. A gente pode ver a mesma cena hoje nos clipes dos artistas atuais. O que prova que o caçador de andróides nunca descança.
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