quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sessão Comédia: Os Trapalhões e o humor brasileiro


Com a onda cada vez mais forte do Stand up comedy no Brasil, vale apena a gente tentar mapear uma trajetoria do nosso humor atual pegando carona nos antigos mestres. Eu poderia relatar nesta postagem muita coisa boa desde Grande Otelo e as chanchadas da Atlântida ( que somente conheci quando foram exibidas na TV Nacional alguns anos atrás) ou dos grandes da década de 70 e 80 como Chico Anysio e Jô Soares.
Resolvi buscar na minha infância e pré-adolescencia o programa  e os filmes dos Trapalhões, que com certeza marcou a vida de muita gente que está hoje na casa dos trinta e poucos anos... Longe do que parece datado o Programa do Didi, os Trapalhões eram a hironia, e a irreverencia sobre o Brasil de um modo bem peculiar.

Acho muito dificil que nos dias do politicamente correto de hoje, as piadas de cor sobre o Mussum ou os apelidos aos aspectos avantajados da cabeça do Didi Mocó, não seriam vistos como propagadores de racismo e preconceito sobre as minorias.
E olha que os Trapalhões eram muito mais sutis do que o humor exagerado do Panico! ou dos comentarios infelizes do Rafinha Bastos do CQC. Ao contrario de hoje em que existe a confusão entre constranger e fazer rir, os programas e filmes dos Trapalhões eram ao mesmo tempo infantis e criticos de um modo em que a agressão pela agressão não era motivo de riso.
    
Não quero tirar a o merito da analise que os programas atuais fazem das celebridades e de muitas de suas atitudes futeis (é bom ter um espelho e analisar certos comportamentos que muitos famosos tem e que por serem pessoas publicas deveriam ser mais comedidos). Por outro lado as vezes cansa você assistir a momentos em que o constrangimento parece engolir a piada e tudo acaba caindo nas velhas imagens de video cassetadas e coisas piores.

Se no passado os Trapalhões entraram para o Guiness Book, por ser o programa de humor mais longevo da TV é porque os caras sabiam trabalhar bem o humor, que analisando o racismo embotido em muitas piadas como até hoje faz os contadores de anedotas, eles apenas mostravam como reflexo a imagem que o brasileiro tinha de si mesmo naquela época.

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