sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Leitura de obras de arte: Quadros codificados
Quando o livro 'Código Da Vinci' chegou as livrarias no inicio da decada, muita gente se interessou pela vida e obra dos grandes mestres da Renascença. A polêmica em torno da Santa Ceia e se realmente Maria Madalena estava presente no afresco do refeitorio de uma igreja italiana mobilizou tanto apreciadores de arte quanto leigos.
De repente começou a pipocar vários livros de códigos, cada vez mais exagerados e fantasiosos sobre as obras de Da Vinci como também, de Miguelangelo e até de expoentes da literatura universal como Dante. Muitos autores escreviam romances ou teses acadêmicas mostrando mensagens codificadas de tematica mistica que supostamente diziam que este ou aquele artista era ligado a uma seita misteriosa.
Fantasiar fatos faz parte do ser humano, se não os mitos não existiriam. A criação mitologica de seres e narrativas ajuda o homem a se centrar no mundo em que ele vive. Se olharmos para escritos antigos veremos uma linguagem totalmente metafórica em que somente o leitor de uma época consegue entender a mensagem. Nunca saberemos com exatidão, por exemplo, o que certas narrativas biblicas querem realmente falar: supomos e a partir de nossas vivências e entendimentos criamos uma interpretação.
No caso de quadros da antiguidade as coisas não são diferentes. Se olharmos os trabalhos dos pintores dos Paises Baixos (onde o protestantismo predominou e não fez uso de referencias mitologicas pagãs) eram comum o tema da solidão e da morte de formas que o leitor da obra perceberia de maneira codificada.
Símbolos como caveiras, frutas podres, instrumentos musicais, taças tinham um significado maior do que aparentavam quando colocados em pinturas.
Uma codificação muito comum no periodo do seculo XV e XVI eram as pinturas anamorficas ( deformações opticas) na qual o artista colocava elementos subliminares aparentemente ocultos nos quadros. Geralmente pessoas de alto poder aquisitivo e de contato com leituras filosoficas pediam a encomenda destes quadros para artistas renomados como Dürer, Bronzino e Horlbein. Não podemos esquecer dos sempre polêmicos Bosch e Bruegel com suas obras apocalipticas e cheia de mensagens fatalistas. Para nós contemporâneos que vivemos imersos a estimulos exagerados de imagens na tv e internet e propagandas de ruas, os quadros codificados nos parecem muito complexos e as vezes fantasiosos. É comum muita gente não acreditar na leitura de certas obras por parecem absurdas mas, no fim das contas muita coisa se tem a aprender com elas sobre o passado.
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