sábado, 23 de abril de 2016

A Morte do Capitão América e o Marketing nas Hqs


Os quadrinhos de super heróis norte americanos sempre tiveram algumas características peculiares: a primeira delas é que não importa quantos anos tenha o personagem de publicação as edições nunca tem um fim definitivo (bem diferente do que ocorre com os gibis de personagens europeus ou japoneses, só para comparar); outra é que não importa a forma como um personagem perca a vida, sempre tem um jeito dele voltar!
No mundo regido por Marvel e DC Comics, os heróis e vilões nunca morrem. Por isto, a estranheza que tive ao assistir ao final do filme do Batman Vs Superman e presenciar a morte do homem de aço. Ele voltará, e todos nós sabemos disso.

Crescemos sabendo que o Superman é indestrutível e que mesmo a Kriptonita dificilmente irá matá-lo. E antes de tudo ele é um personagem de hq, o que lhe livra de todos os inconvenientes do nosso mundo real de meros mortais.
Mas então, qual é o lance nesse negócio de matar super heróis? As editoras americanas de vez em quando enfrentam crise de vendas e para resolverem o problema apelam para diversas soluções:
1- reescrevem a vida do personagem com auxílio de novos roteiristas que propõem novos desafios para ele;
2-trocam de desenhista, de preferencia algum com traço mais arrojado e dinâmico;
3- resolvem matar o herói e promover uma comoção nos leitores.
Nos últimos anos as editoras optaram pela 1ª e 3ª opção, descobriram que para atrair os leitores podem mudar os rumos da vida daquele super herói e se possível matá-lo e em seguida ressuscitá-lo.
Quem não se lembra da morte do Superman? E o Robin sendo massacrado pelo Coringa? Quando 'A Morte do Superman' foi lançada no meio dos anos 90, as revistas do azulão estavam mal das pernas em termos de vendagem. A Marvel comemorava as tiragens que personagens como os X-Men tinham, enquanto a DC via suas edições caindo. Para salvar o seu universo a DC resolveu matar o maior super herói dos quadrinhos... e deu certo! Superman voltou a ser popular novamente depois de sua suposta morte e ressurreição.

 Já a morte do Robin foi um meio de tirar as revistas do Batman do marasmo, já que ele tinha voltado a ser cult graças a revista 'Cavaleiro das Trevas' escrita e desenhada por Frank Muller e os filmes de Tim Borton no inicio dos anos 90. Manter o morcegão no topo não era fácil e a ideia mais inusitada foi matar o menino prodígio, eterno parceiro do herói.
 Com o tempo a estratégia de matar e ressuscitar super heróis começou a ser usada pela Marvel também ,visto que sua rival se reerguia as custas disso. No caso a casa das ideias preferiu mudanças mais radicais como clonar o Homem Aranha e jogar no lixo todo o passado que o personagem tinha até então.
Confesso que odiei a ideia, pois cresci lendo as revistas do aracnídeo e me senti enganado já que tudo que eu havia lido não valia mais nada.

A raiva foi tão grande que deixei de comprar as revistas de super heróis a partir daí. Hoje dificilmente me atrevo a comprar uma revista de super herói. No caso eu consumo somente as graphic novels e edições de arcos que saem em formato encadernado.

Muitos me falam que certas sagas são bacanas e tal, mas eu não tenho mais saco para acompanhar os gibis de super heróis. Não acompanho, por exemplo, a saga da 'Guerra Civil' que dizem que é boa. Sei que nesta saga os cara matam o Capitão América (mais um que vai ressuscitar ou será clonado para voltar a vida?)  Enfim, tomara que o filme não tenha isto como mote quando passar no cinema.

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