domingo, 9 de dezembro de 2012

A Arte e a Loucura


Todo mundo já deve ter ouvido aquela frase clichê que diz "que de medico e louco, todo mundo têm um pouco". Eu costumo parafrasea-la e dizer que de " artista e louco, todos somos". Assisti um filme muito interessante chamado Art School Confidencial (2006), inspirada na obra de um cartonista norte-americano chamado Daniel Clowes. O filme conta a historia de um estudante de arte que deseja ser o maior artista de todos os tempos. O desejo do cara para ser famoso é tão grande que ele acaba se envolvendo com assassinato e com a velha discussão entre arte clássica e moderna. Tudo de forma hilária e bizarra!
 
Mesmo que você nunca tenha ouvido falar em Daniel Clowes ou em Art Scholl Confidencial, vale apena procurar este filme na internet e assistir, pois ele retrata do forma caricatural o dia a dia de um estudante de arte, seus desejos e frustrações com a futura profissão.

Mas antes do cinema tocar no binomio arte+loucura, a historia da arte já ha muito tempo relatava casos de artistas que extrapolavam a sanidade. Talvez, o mais famoso dos artistas loucos seja Van Gogh, a ponto de a cada ano aparecem textos cientificos tentando decifrar a sua personalidade. Muitos psicológos e psiquiatras deram pareces sobre o solitário artista e sua dificuldade de sociabilização. Para alguns ele sofria de esquizofrenia; para outros ele teria transtorno bipolar e até epilepsia já foi dada como causa de suas atitudes estranhas e seu dramático suicidio em 1890 aos 35 anos.

Outro que chamou a atenção dos medicos foi Salvador Dali, que costumava colocar em suas telas cenas de masturbação e sexo reprimido aliado a simbolos  decodificados. Para muitos a revolta contra a formação castradora que Dali teve pelo seu progenitor, encontrou uma valvula de escape eficiente em suas pinturas. Contudo, não podemos deixar de pensar que o movimento surrealista foi oportuno para que o pintor pudesse expor seus traumas (para os seus criticos ferrenhos) como marketing.

Outro que também tinha fama de 'esquizóide'  era Odilon Redon, cuja as pinturas de simbolistas figuras mitológicas e sombrias seriam uma forte inspiração para os surrealistas. Entre os surrealistas Max Ernest dizia ter alucinações que permitiam que ele pudesse pintar suas obras. O que explicava as suas imagens tão grotescas e fantásticas.

O suiço Edward Munch também ficou conhecido como 'louco', não só por causa de seu emblemático quadro 'O Grito', mas pelos relatos de fobias e traumas que carregava desde a infancia e que o levaram a pintar quadros estranhos. Se retrocedermos mais no tempo iremos ter os nomes de Bosch, Bruegel e até Michelangelo. Este último aliás é controverso, já que a sua dificuldade com relacionamentos sociais, principalmente com o sexo feminino seria de homossexualidade e não um disturbio comportamental grave.
Aqui no Brasil o caso mais conhecido é do artista Bispo do Rosário, que ficou conhecido por ter seus trabalhos confeccionados no periodo em que ficou em um hospicio no Rio de Janeiro. Durante sete anos ele fez mortalhas, esculturas e bordados tendo a esquizofrenia que sofria como impulsionador de suas obras. Ele faleceu em 1989, e chegou a ver os seus trabalhos reconhecidos por criticos de arte do Brasil e do exterior.

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