quinta-feira, 1 de março de 2012
Bullying Nas Escolas: Inversão de Valores
Recebi um e-mail recentimente de um colega docente que desabafava dos seus problemas em sala de aula. O bom de nosso blog é que ele é uma ferramenta antes de tudo para podermos expor tudo que existe de bom e infelizmente o que também existe de ruim em nossa profissão, cada vez pouco valorizada por um país que deseja ser primeiro mundo, mas que não prioriza a educação como deveria.
Ontem assistindo a um noticiário local presenciei o fato não estranho, de uma menina de dez anos que esfaqueiou o seu colega de sala. Digo não estranho, porque o fenômeno bullying sempre ocorreu nas escolas. Seja de ofensas entre alunos para professores ou de alunos contra outros alunos. Me lembro dos meus tempos de criança em que era vitima da brincadeiras maldosas sobre a cor da minha pele ou por ser nordestino pobre. Para quem pratica o bullying não é nada demais é tudo 'brincadeirinha' e a pessoa que é vitima quando não aceita a brincadeira é vista como grossa ou sem senso de humor.
O que isto tem haver com o e-mail da minha colega docente? Bem, muita gente acha que bullying é somente ação entre um aluno contra o outro. Contudo, como eu disse bem acima do texto, podemos ver bullying entre discente contra docente também. Existem alunos que não gostam de vir para a aula. Que são 'empurrados' pelos pais a ir a escola. No meu caso que leciono para a EJA, penso da seguinte maneira:
- O aluno tem o direito de ir e vir ( não quer assistir aula, simplesmente não venha, para não atrapalhar os colegas);
-Se não gosta da aula do professor exponha racionalmente os seus motivos e não criando baderna para ser o 'centro das atenções';
- Você esta na escola é para aprender não somente o conteúdo, mas também a saber lidar com as diferenças (ninguem é o centro do universo).
Muitos professores e até psicopedagogos podem discordar do que eu acabei de colocar. Eu acho que o maior problema da nossa educação é o paternalismo. O professor não é pai do aluno, é professor! Infelizmente o sistema educacional brasileiro pensa que o paternalismo e a super proteção ajudam o aluno em alguma coisa. Pelo contrário, imbeciliza e fragiliza o estudante, que precisa aprender (ás duras penas) que precisa amadurecer para conquistar alguma coisa. Já que o mundo lá fora não é tão amavel com os individuos.
O que a docente colocou em seu e-mail eu passo todos os dias e sei que a vontade que dá é de largar tudo e esquecer a função de educador. Mas, eu também penso nos alunos que colaboram na sala de aula e que valorizam a nossa profissão é que dependem de nosso apoio que na maioria das vezes não tem em casa ou no trabalho. Peço que meus colegas docentes não desistam! E que os alunos que não valorizam a educação pensem o que seria de suas vidas sem a chance de ter uma escola.
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