domingo, 6 de setembro de 2015
O Estranho devaneio da Teocracia
Os refugiados que estão saindo da África e da Siria em busca de comida e esconderijo na Europa, são um reflexo de um fenômeno que vem ocorrendo ao longo do tempo na história da humanidade. Os ataques do Estado Islâmico são o ápice de um efeito dominó que se alastrou no mundo de forma poderosa e assustadora: a Teocracia.
A busca de impor uma fé única e supostamente verdadeira está se tornando um flagelo e ao mesmo tempo uma arma de manipulação dos que acreditam que pregar o fim do mundo é a hora perfeita para conciliação do homem com Deus.
Ironicamente os teocratas acham que suas ações são legítimas e dignas. Para eles sacrificar muitos em nome de uma divindade é algo normal, e por que não, necessário. Ao mesmo tempo que os movimentos extremistas do oriente se articulam para dominar o mundo os países de oposição fazem o mesmo e claro procuram demonstrar a sua força.
Mas a que preço? Seria Deus capaz de intervir contra os seus filhos desvairados? Nos países cristãos um movimento nada secreto e discreto, também, promete impor mudanças que quando a sociedade for analisar já será tarde demais.
Grupos conservadores tomam conta de assembleias politicas e representantes de seguimentos de denominações religiosas cada vez mais ocupam lugares especiais em partidos e nos três poderes. A desculpa para tal avanço destes grupos na política é priorizar e manter os valores ditos morais e de fé e até a invocação da família é colocado como pauta.
Para os teocratas o mundo está a beira de uma ruína. As Tv's e outras mídias colaboram com o surto de 'fim dos tempos' mostrando de forma caricatural e exagerada as catástrofes ambientais e os problemas sociais e econômicos. Os sinais da Besta do Apocalipse se manifestam em tudo que é contrario o que estes grupos acreditam e aceitam. Não é de assustar que igrejas de beira de esquina começam a pipocar em vários lugares (principalmente nas periferias, lugar ideal para se proliferar o desespero por meio da desinformação gerada pelos descasos governamentais).
Ostentando o escudo do bem comum, lideres religiosos 'bem intencionados' fazem um caça às bruxas procurando bodes expiatórios para justificar a sua dura batalha contra as forças do mal. Gays, céticos e pessoas de outros credos e até de etnias diferentes são vistos como os culpados de um mundo caótico e descontrolado.
No Oriente Médio, os iatolás que tomaram conta do poder no meio dos anos 70 do século XX plantaram as primeiras sementes do que seriam posteriormente Osama Bin Laden e agora o Estado Islâmico. Claro, que antes disso os conflitos entre cristãos e islâmicos durante a posse de Jerusalém no período medieval seriam o gatilho de uma arma destruidora chamada de doutrinação de massas por via homem/Deus.
Para os teocratas islâmicos extremados ter uma sociedade regida pela fé seria a solução para um mundo mais justo e dito perfeito. Os cristãos famintos por evangelizar o próximo pensam de foma semelhante acreditando que a sua fé seria a solução para o mundo doente.
Será que uma sociedade regida pela fé mudaria o mundo? Para o desgosto amargo na boca dos religiosos até o momento nenhum país regido por crença funcionou! Tão utópico quanto Socialismo vencer o fetiche do consumo do mundo ocidental é um devaneio ver uma nação sendo dominada por somente a crença ser um lugar pacifico. Inúmeras sociedades tribais ou mais avançadas que tiveram sacerdotes ou imperadores divinizados com lideres foram vitimas de escravidão e de exploração social e econômica.
Desde os povos babilônicos, sumérios, egípcios e até no mundo asiático (Hindus) o controle da sociedade por meio de um grupo 'escolhido por Deus' para manter a paz tem sido um fracasso. Se algumas sociedades cresciam usavam de violência para isto, e a religião as legitimava para o suposto 'bem comum'.
Por isto, deve-se ter uma cautela ao analisarmos os clamores dos ditos representantes da fé que estão hoje na política e dominando grupos religiosos numerosos e que dizem que tudo o que fazem é para o bem comum e de forma manipuladora impõem um medo ao cidadão puro (mas desinformado) sobre os castigos e flagelos de um Deus cruel e arbitrário.
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