Foi em uma destas ferias de final de ano que Beto resolveu sair com seus amigos do tempo da escola para um passeio. Há muito tempo que ele planejava junto com Mauro e Katia uma visita a um sitio arqueológico próximo do sertão nordestino, mais precisamente no Piauí.
Compraram tudo o que pareciam ser necessário para a viagem: mochilas grandes, camas infláveis, binóculos, barracas, cantil de água, caixa de primeiros socorros, comida... e claro, máquinas fotográficas.
Beto e Katia foram em um carro na frente e Mauro em outro atrás. A viagem foi no inicio exaustiva e monótona. Ainda mais com as velhas estradas brasileiras cheias de buracos e os inúmeros engarrafamentos e pedágios. Depois veio a aventura de andar por estradas de chão e vias de mão dupla perigosas.
Por fim, os amigos chegaram ao sitio arqueológico. O vislumbre tomou conta dos viajantes que puderam ver de perto, obras esculpidas pela natureza e o fenômeno da erosão. Desenhos rupestres de antigos habitantes e símbolos enigmáticos. Como estavam sem um guia os garotos conheceram os arredores por conta própria e assim sem muita ordem foram vendo tudo.
Resolveram passar a noite em um descampado próximo e montaram as barracas e acenderam um fogueira para se aquecerem e comerem alguma coisa. Katia e Beto resolveram aproveitar o romantismo do lugar e dormiram juntos, enquanto Mauro revia as fotos tiradas durante a viagem em sua máquina digital de última geração.
De repente Mauro olhou para o alto e viu algo estranho no céu. De inicio pensou ter visto uma estrela, porém está começou a se movimentar. Depois Mauro achou que a estrela podia ser um meteoro, ou um cometa. Com rapidez mirou para o alto e tirou uma foto com sua máquina. Clic! Olhou a foto e conseguiu captar o movimento. Percebeu que a estrela parecia fazer movimentos circulatórios e se dirigindo para a esquerda e depois para a direita.
Apertou o modulo câmera e resolveu filmar o evento. Pela lente ele viu que o objeto era azul e que brilhava cada vez mais. Mauro cada vez mais surpreso, gritou pelo nome dos amigos para assistirem com ele tal fenômeno. Contudo, parecia que Beto e Katia já estavam dormindo.
Mauro como quem tivesse encontrado ouro, resolveu continuar a filmar a cena. Praticamente hipnótisado ele não conseguia parar de filmar o estranho objeto luminoso no céu. Começou a pensar em como estas imagens seriam vistas em seu facebook e quais comentários teria nos sites de noticia. Na mesma hora pensou que todas as aquelas histórias sobre discos voadores que via na TV à cabo e que não dava a mínima eram pura verdade!
Mas algo estranho aconteceu! De repente a estranha luz começou a vir em direção do Mauro. Ele não acreditava no que estava acontecendo: o objeto luminoso era enorme e brilhava com uma intensidade que começou a irritar os olhos dele. Assustadoramente Mauro percebeu que seu corpo não mais se movia (parecia que ele estava congelado). Sem movimentos ele começou a gritar, porém parecia que de sua boca não emitia som algum. Ele começou a tremer e a sua frio. Quando deu por si, Mauro começou a perder a consciência em meio da enorme luz azulada.
Quando os primeiros raios de sol saíram por entres as cerras, Beto e Katia acordaram. Gritaram pelo nome de Mauro, mas este não respondia. Pensaram que ele havia de ter saído atrás de alguns gravetos para fazer uma fogueira ou foi passear pelas redondezas. Katia percebeu que os dois carros estavam no mesmo lugar e que a barraca de Mauro ainda estava arrumada. Preocupada ela pediu para Beto procurar o amigo.
Beto com seu jeito relaxado dizia que estava tudo bem, e que era comum Mauro dar suas 'sumidas'. Katia não satisfeita resolveu ela mesma procurar o amigo.
Beto então resolveu contemplar o horizonte e agradecer a Deus por tão bela pintura. Mal pode ele esboçar um sorriso e ouviu os gritos de Katia. Aflito correu pois, achou que ela poderia ter se machucado na aventura de procurar o amigo.
Surpresa maior foi ao encontrar Katia olhando para a Mauro que parecia estar sem vida no chão. Katia chorava enquanto Beto via o seu amigo com o rosto contorcido, no lugar dos olhos dois buracos e no peito uma marca como se tivessem cortado e depois suturado com fogo. A máquina de Mauro havia desaparecido.
Muitos guias costumam contar esta história para os turistas afim de alertar aqueles que ousarem irem em locais proibidos no sitio arqueológico. Há quem diga que é tudo mentira, marketing dos guias para atrair o povo, mas a quem diga que já viu a estranha luz azul que brilha a noite e que escapou dela por muita sorte!
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