CAVALEIROS E EXORCISTAS
©2012 Paulo Af.
Esta obra é uma ficção, não tem dados históricos oficiais reais e todos os personagens são fictícios, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
O CONTRA -ATAQUE DE ÁTILA
Fúria ficou aflita com o relato do guarani moribundo e perguntou a Aquiles o que ele poderia fazer. O monsenhor olhava para todos os lados e passando a mão ligeiramente sobre a cabeça calva e de poucos fios esbranquiçados demorava a dar uma resposta.
Diana então tomou a frente da situação e disse que deveriam as amazonas preparar uma barricada e fortificar a aldeia com todas as lanças e flechas que pudessem ser usadas. Buldica concordou e correu para montar um exercito de guerreiras dispostas a uma batalha tão inesperada.
Fúria então com orgulho da filha disse para Aquiles:
- Minha filha lutará por uma guerra que não é nossa. Aproveite o momento e faça a sua parte!
Como se sentisse desafiado, o monsenhor gritou pelo nome de Michelangelo. Este veio correndo perguntando o que havia acontecido para o mestre. Aquiles deu uma ordem para nos prepararmos para o ataque de Atila. Perguntou quantas de nossas armaduras ainda tinham serventia.
Michelangelo disse que poucas armas eram aproveitáveis. Mas na hora de uma luta até mesmo pedaços de paus e pedras seriam armas mortais se bem usadas. Aquiles ficou satisfeito com a resposta e disse para todos nos vestirmos nossas couraças e cotas de malha, pois, iríamos finalmente por um fim aos nossos rivais.
O sol já estava em estágio crepuscular quando começamos a ouvir um barulho de tropel. As guerreiras amazonas de Diana estavam estrategicamente encima das árvores mais frondosas para não serem vistas e com estranhas pinturas sobre os corpos para se confundirem com a vegetação.
Outras guerreiras estavam montadas em cavalos portando escudos e espadas como valquirias do reino de Odin. A maior parte dos homens de nosso exercito estavam vestidos com suas armaduras e de frente a entrada da aldeia das guerreiras prontas para a vinda de Atila.
O tropel de cavalos se tornou um barulho ensurdecedor quando finalmente vimos os soldados de Átila chegando. Um de seus homens portava um estandarte com a figura de um unicórnio. Um indiozinho karanyo estava à frente batendo um tambor primitivo enquanto outro menino índio tocava uma flauta.
Atila então veio encima de seu corcel negro com olhar imponente e escondendo a ferida produzida pela ultima luta. Com altivez começou a bradar:
- O fim se aproxima Aquiles! Eu disse que iria decepar a sua cabeça e coloca-la na ponta de uma lança. Pois bem, prepare-se para morrer!
Aquiles não deu resposta ao insulto. Desta vez não queria falar e sim lutar até o fim. Esperou Atila desembainhar a sua espada e dar um grito de ‘avante’, para então a batalha começar.
Os guerreiros de Atila correram em nossa direção e não perceberam que Diana e suas irmãs amazonas estavam nas copas das árvores. Sem notar eles foram surpreendidos com chuva de flechas e lanças que caiam sobre as suas cabeças. Diana com sua agilidade felina caiu por cima de um cavaleiro fazendo a sua lança atravessar o elmo até transpassar o peito.
Atila parecia não querer acreditar na armadilha preparada para ele e continuou avançando. Aquiles esperou acontecer outro revés para Atila para assim iniciar o seu ataque pessoal: os cavaleiros do inimigo sem perceberem caíram em buracos que foram cavados horas antes de sua chegada. Cada buraco estava forrado de estacas pontiagudas. Para cada cavaleiro que caia na armadilha morriam um cavalo e seu cavaleiro empalados.
Desesperado por causa da situação Atila começou a recuar. Foi o momento propicio para Aquiles atacar. Michelangelo e eu abríamos caminho perfurando couraças com nossas lanças. Bonelli liderando outros homens usou as catapultas que arremessavam de dentro da aldeia bolas de palha embebidas com óleo e depois incendiadas sobre os inimigos.
As labaredas caiam sobre as árvores e espalhadas pelo vento tomaram conta do campo de batalha. Tanto guerreiras amazonas quanto os cavaleiros inimigos tinham suas peles queimadas pelas chamas. Enquanto homens morriam inflamados, as guerreiras com suas táticas peculiares lançavam flechas em outros adversários.
Aquiles e Atila chocaram suas espadas enquanto mantinham controle sobre suas montarias. O monsenhor aproveitou que seu inimigo estava em desvantagem física e assim dava golpes fortíssimos. Sem ter como se equilibrar Atila caiu do cavalo e perdeu o seu elmo na queda. Aquiles para demonstrar justiça resolveu descer do seu corcel e assim a luta se deslocou para o solo. Em outro lugar eu podia ver Michelangelo derrubando cavaleiros com sua clava. De repente, a arma caiu de suas mãos após receber um golpe de lança pelas costas. Tentei voltar com o meu cavalo para perto dele para acudi-lo. Contudo, eu não sabia lidar com a montaria e em vez de ir para a direção que eu indicava o cavalo ia para outra.
‘Besta inútil!’ Eu gritava para o pobre animal, enquanto Michelangelo era cercado como um cervo por cães de caça ferozes. Como grande guerreiro ele desembainhou a espada mesmo ferido e assim passou a lutar de igual para igual com os oponentes. Sua técnica de luta invejável fez que ele matasse dois inimigos de uma só vez e em seguida cortasse outro ao meio.
Eu tentava imita-lo, mas não tinha as mesmas habilidades: cortava os meus inimigos sem leva-los a morte e os que eu tirava a vida era por sorte do destino. Vi então o que era inacreditável: Michelangelo fora ferido novamente, só que desta vez a lança do inimigo atravessou o ventre e saiu pelas costas. Pulei do cavalo e corri para socorre-lo. Com muita raiva matei dois dos seus assassinos e assim pude acudir meu amigo ferido.
Segurei forte a sua mão e ouvi seu ultimo suspiro:
- Amigo! Eu lutei pela relíquia. Espero que Deus veja isto com bons olhos e me dê um lugar no Céu.
Ouvi aquilo com lagrimas nos olhos e não me sentia preparado para lhe dar a extrema unção, mas assim mesmo fiz um sinal da cruz em sua testa.
Voltei para olhar ao redor e vi os soldados de Atila invadindo a aldeia das amazonas. Precisava agora ajuda-las!
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