sábado, 29 de outubro de 2011
Marcel Duchamp: O Enigma da Arte
O mundo da arte se divide quer queiramos, ou não, em antes e depois de Duchamp. O artista frânces que tentou ser um pintor cubista (ele foi rejeitado pelo grupo liderado por outros artistas que não entenderam sua pintura incial chamada de 'Nu descendo a Escada') e depois foi confundido com dadaista e futurista trouxe uma nova visão e interpretação do que é uma obra de arte.
Foi por causa de sua escultura chamada de 'A Fonte' que o termo "objeto de arte" se tornou comum entre os estudiosos do mundo artistico. Antes de Marcel Duchamp a ideia que se tinha de arte era figurativa/estetica, isto é, a obra de arte tinha que ser figurativa ou uma tentativa de imitar a natureza e claro, tinha que encher o olhos de beleza e contemplação. Duchamp nunca se prendeu a um rotulo ou a um movimento artistico. Sua maior proeza foi ter sobrevivido aos curtos e velozes movimentos de vanguarda que se atropelavam um no outro em busca de alcançar as mudanças do tempo, bem como re-explicar a historia da arte.
Quando falo que a arte antes tinha que ser figurativa/estetica, temos que ter em mente que a maioria das pessoas apreciam quadros e esculturas que lhe trazem uma certa semelhança com o chamado mundo concreto e real. É comum as pessoas que vão em galerias para ver pinturas de paisagem ou de modelos nus, como se a arte se resume a isto.
Foi com a intenção de rejeitar este padrão que Duchamp e outros artistas chamados conceituais elaboraram um novo meio de ver e pensar a arte. As obras de Duchamp são na maioria das vezes objetos do mundo comum alçados a obra de arte apenas porque ele as escolheu. Ele pensava que a arte antes de tudo era muito mais uma ideia (conceito) do que algo construido seja em uma tela ou em marmore.
Depois dele as galerias que antes rejeitavam esse processo de criação artistica, passaram a adotar este novo modo de arte e super valorizar os artistas que trabalhavam desta forma. Não é a toa, que artistas como Vik Muniz e Bené Fonteles (duchampinianos assumidos) usam e abusam de materiais diversos para fazerem trabalhos artisticos ( porém, não devemos confundir arte conceitual com trabalhos artesanais feitos objeto reciclavel).
Conheço muitos docentes que não entendem ou não gostam deste tipo de arte. Recomendo a leitura de dois livros bacanas: Desconstruir Duchamp de Afonso Romano de Santánna e Engenheiro do Tempo Perdido do autor Pierre Cabanne.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário