sábado, 23 de julho de 2016

Sessão Literatura: Edgar Allan Poe, O mestre do estranho e o bizarro!


Existem escritores na história da literatura que deixaram marcas tão profundas em um gênero que é difícil não associa-lo a pessoa. Quando falamos em épico um dos primeiros nomes que vem à cabeça e Homero, quando se diz ficção científica Julio Verne é muito lembrado.
Mas e o gênero de horror? Qual é o nome mais lembrado? Para as gerações das últimas décadas Stephen King pode ser o rei, antes dele porém temos Bran Stoker, Mary Shelley, Goethe, Oscar Wilde, HP. Lovecraft... enfim, muita gente que contribuiu para este gênero que no começo de 1900 nem sequer era considerado grande literatura até ele aparecer...

Sim, trata-se de Edgar Allan Poe, que para muitos críticos e leitores mundo a fora mudou a poesia com seu estilo gótico inovador e ainda por cima criou um novo tipo de leitura: a leitura do medo!
Costumo dizer que três figuras precisam ter seus trabalhos reconhecidos pela nova geração para entender o mundo em que vivemos: Friederich Nietszche, Sigmund Freud e Edgar Allan Poe. Enquanto os dois primeiros cavam literalmente a alma do homem moderno com suas visões particulares e únicas o terceiro deu a nós a vazão para um novo mundo que com certeza vivia trancado em um porão de nosso íntimo.
Tendo criado o gênero policial antes mesmo da chegada de Arthur Conan Doyle e seu Sherlock Holmes, Poe criou o policial Dupan que desvendava crimes estranhos e enigmáticos. Nascido em Boston em 1809 e tendo uma morte misteriosa em 1849, Edgar Allan Poe teve uma educação tradicional (foi para uma escola militar ainda adolescente) e desde cedo já escrevia seus contos e poesias.



Mais tarde se tornou editor e crítico literário, em sua época os autores praticamente se responsabilizavam por lançar e promover suas obras. De vida boemia ele abusava de alcool e drogas de forma intensa, o que explica alguns de seus personagens serem bêbados e alucinados.
Em muitos de seus trabalhos temas polêmicos para a época como homicídio, suicídio,  encesto, uso de drogas são constantes e para muitos estudiosos da literatura Poe mergulhava tão profundamente em suas histórias que muitas vezes poderiam soar biográficas de tão viscerais.
O reconhecimento de seu trabalho coube a um outro grande poeta: foi Charles Baudelaire, brilhante poeta simbolista francês, que traduziu as obras de Poe para os europeus e transformou-lhe em um best seller fora dos EUA. Já em seu próprio país, o contista teve demora em ser reconhecido e por isto, tardiamente após a sua morte seus livros viraram febre na América.
Hoje as obras de Edgar Allan Poe são transformadas em filmes, quadrinhos e são inclusive encenadas em teatros e criando uma nova legião de fãs. Que o diga Stephen King e H.P. Lovecraft que sempre citaram suas obras como influência.

Saiu recentemente uma nova edição de sua obra mais conhecida 'Contos de Imaginação e Mistério' que além de conter contos famosos como o 'Gato Preto' e 'Os assassinatos da Rua Morgue' tem prefácio do próprio Charles Baudelaire e ilustrações de Harry Clarke ( famoso gravurista simbolista de 1800 que ilustrou a edição original).
Deixo aqui um desenho meu feito em homenagem ao mestre do terror.


domingo, 17 de julho de 2016

A Arte de Fazer Escultura de Papel Marché

Ola guerreiros do blog! Trago mais uma experiência artística que resolvo compartilhar com vocês. Já apresentei várias técnicas e formas de fazer esculturas: durepoxi, argila, papel... agora vou falar da experimentação artística com papel marché.
No caso eu fiz uma cabeça de papel marché para enfeitar a parede de meu atelie. Mas antes quero divulgar uns trabalhos de um colega. Trata-se de meu amigo Cristiano. Ele faz esculturas de papercrat (outra modalidade artistica que expliquei como ser trabalhada há muito tempo). O cara faz escultura de papel de super-heróis da Marvel. Quem é fã não pode perder. Ele está vendendo algumas esculturas e quem se interessar mande um recado no e-mail dele. As esculturas são feitas em papel especial colorido e depois invernizadas para ficar com mais qualidade ainda e se notarem nas fotos são super detalhadas então ai vai o e-mail para que se interessar no trabalho dele: sadcristiano@gmail.com.
Ok!


CABEÇA DE PAPEL MARCHÉ
Para fazer esta escultura será preciso usar papel toalha ou papel higiênico picado e molhado em água e depois misturado com cola branca (quanto mais cola e água colocar melhor ficará o papel marché).

1-para fazer a minha cabeça de papel marché usei como suporte uma vasilha destas que vem frango assado que se notarmos bem parece ter um formato de uma cabeça.

2-construí os olhos usando um óculos de sol quebrado e colei com super bonder na vasilha. também usei um tubo de caneta para demarcar o nariz.

3-cobri toda a vasilha com jornal picado e cola. A ideia é que quando eu for cobrir a peça com papel marché  a aderência será melhor na superfície coberta de jornal do que se o vasilhame ficasse com o plástico exposto.

4- cobri toda a vasilha com papel marche que fiz no dia anterior. Depois eu deixei a peça descansar por um dia.

5-depois que o papel marché endureceu eu pintei a cabeça com tinta guache. Mais tarde eu usei a técnica de borrifar tintas sobre a cabeça para dar um efeito como se ela fosse de pedra.

6-depois coloquei um enfeite sobre os olhos e colei a cabeça em um suporte que encontrei na sucata.
Pronto tenho agora esta estranha obra na parede de minha casa. Quem quiser visitar o meu atelie para ver de perto o trabalho manda um recado. Ok!

Sessão Contos Bizarros: O Fantasma dos Pegas


É comum muitos associarem o período da juventude a irresponsabilidade, rebeldia e enfim, uma falta de bom censo. Talvez, esta história que será relatada e tida como real possa elucidar esta visão.
Este fato ocorreu em 1994, Ana e Caleb (dois irmãos gêmeos) moravam em um dos bairros mais problemáticos de Itapora e moravam com sua mãe divorciada, que por um bom tempo sustentava a família com uma barraca de legumes na feira central da cidade.
Desde pequenos os irmãos já demonstravam comportamento distintos um do outro: Ana era responsável, estudiosa e prestativa; Caleb era desatento, rebelde e com gosto estranho pelo mórbido. Muitas crianças temiam Caleb por suas brincadeiras violentas e sua mania de machucar animais domésticos. Por outro lado, Ana era admirada pelos colegas da escola e por ser prestativa era amada por todo mundo.
Veio então a adolescência e a diferença entre os irmãos se tornou mais gritante ainda: Ana conseguiu terminar o ensino médio com louvor e logo arrumou um emprego em uma loja de roupas da cidade, depois entrou para a faculdade mais conhecida e logo também, conseguiu uma bolsa e com boas notas um estágio em uma empresa.
Caleb, em contra partida, abandonou a escola na 5ª série alegando não gostar de estudar, nunca procurou emprego e para piorar resolveu se enturmar com gangues 'barra-pesadas' da região. Dona Neide, a mãe dos irmãos, sempre gostou mais do menino do que da menina. Para ela tudo que o Caleb fazia não era de grande importância e até, as vezes, defendia e protegia o filho rebelde. Contudo, Ana não recebia o mesmo tratamento pela mãe que muitas vezes demonstrava de forma terrível não gostar da própria filha.
Quando estava no último ano da faculdade, Ana resolveu comprar um carro. Tomou esta decisão depois que soube que muitas estudantes do campus estavam sendo assaltadas (e até estupradas) por meliantes que aproveitavam da falta de iluminação e de policiamento do local ermo que tinha uma única parada de ônibus.
Caleb assim que soube do bem comprado pela irmã planejou aproveitar da situação: a noite na principal via da cidade ocorria muitos pegas de carros tunados e baladas clandestinas regadas a bebidas e drogas. O garoto imaginava em pegar o carro da irmã e usar para competir nestes pegas que na maioria das vezes eram perigosos.
Certa noite, Ana resolveu deixar o carro na garagem ( na empresa em que estava estagiando haveria uma festa e a garota com medo de beber demais e ser pega por uma blitz resolveu deixar o veiculo em casa). Foi só Ana dar às costas, para que Caleb pegasse as chaves do carro para sair. Ludibriou a sua mãe dizendo que iria para uma festa inocente de amigos e que logo voltaria.
Na madrugada quando a via então estava mais vazia, Caleb e outros curtidores de pegas tomavam o local. O som alto dos motores e do som automotivo já prenunciava as festas clandestinas, muitos dos frequentadores destas festas eram menores de idade. O garoto rebelde resolveu se mostrar com o carro da irmã e topou participar de um pega.
Assim que foi dado o sinal a competição começou! Caleb corria de forma absurda tentando ultrapassar o rival. Porém, algo deu errado: ele perdeu o controle no final da corrida e sem querer atropelou vários dos espectadores do espetáculo clandestino. Sem prestar socorro Caleb fugiu do local. Quando a polícia e os bombeiros chegaram pelo menos uma vítima tinha morrido.
Nervoso o garoto chegou em casa e vendo que a irmã e a mãe já o estavam esperando tentou disfarçar. Não disse a elas onde estava e nem o que aconteceu. Sua irmã desconfiou do comportamento do irmão e tentou arrancar dele informações, mas a mãe sempre super protetora pediu para que Ana deixasse Caleb em paz porque ele era um 'pobre menino inocente'.
Os meses se passaram e nada da policia encontrar o atropelador do pega. Caleb que no início estava com medo começou a acreditar na impunidade e logo voltou a competir nos pegas sem medo de repetir outra tragédia. Resolveu usar novamente o carro da irmã. Ana que sempre duvidou do irmão não quis emprestar o carro. A mãe mais uma vez interferiu dizendo que Ana tinha mania de perseguição ao irmão e que ele era apenas um jovem com atitudes típicas da idade.
Se sentido vitorioso Caleb pegou o carro e foi direto para a via central. Lá resolveu competir. Acelerou o carro como quem pilotava um jato super sônico e ultrapassou o rival. Todavia, mais uma vez ele perdeu o controle do carro. O cara capotou o carro e como estava sem sinto de segurança foi arremessado e o corpo se chocou com um muro de um prédio próximo da via.
Mais tarde Dona Neide e Ana souberam do ocorrido e ficaram bastante emocionadas. Dizem que a morte de Caleb e de outros motoristas de pegas tem haver com uma estranha figura, que dizem aparecer para o motorista minutos antes da morte. Daí a lenda do fantasma dos pegas, que se espalhou por Itapora.


sábado, 9 de julho de 2016

Projeto de Arte: A criação de um crânio pré-histórico




Nada como um recesso para descansar o corpo e a alma. Tem gente que pode viajar, e outros que aproveitam para por em dia as coisas que deixaram de lado ( aquele livro que foi comprado ha um bom tempo e que ficou guardado na estante para leitura, uma pequena reforma na casa, sair com os amigos...) enfim, cada um faz o que quer e o que pode de seu recesso de julho.
Para os docentes que estão procurando um projeto para trabalhar em sala eu trago uma pequena experiência que fiz com alunos do 4º e 5º ano do fundamental.
É um projeto que envolve as disciplinas de Educação Artística e História. Sendo bem específico, trata-se de uma reconstituição de um crânio do homem das cavernas.  com as recentes descobertas do homo naledi nada mais legal do que brincar de arqueólogo com os alunos. A ideia é construir com eles um crânio de homideo, para isto, pode-se recorrer a diversos materiais: argila, pedra pume, sabão em barra, durepoxi....
No meu caso escolhi a massinha de modelar por ser mais fácil para as crianças manipularem então, vamos a confecção:

1- misture a massa do jeito que a criança achar melhor, talvez colorido dê um ar mais infantil e divertido do que usar somente a cor branca para fazer o crânio;

2- construa um maxilar (o legal é ter uma referência de imagem como de um livro de ciências ou de história);

3- use uma regua ou um palito para fazer as fissuras no maxilar para parecem os dentes inferiores;

4-com o resto da massa faça a cabeça;

5- com a regua ou palito faça o nariz, os dentes e com os polegares faça os orifícios dos olhos;

6- por último junte o maxilar a cabeça e terá o crânio ( depois coloque-o em um pedestal de papelão ou madeira e passe cola branca para que depois de 1 hora a escultura fique rígida).
Pronto está feito o seu projeto de Artes e História. 

sábado, 2 de julho de 2016

Balanço do Mês: Fim de Temporadas de Séries

E ai meus companheiros e companheiras de blog! Andei sumido do teclado, pois o mundo fora da tela cobrava urgência. Agora que estamos perto de um recesso escolar, pude me preparar para voltar ao nosso querido blog com novidades.
Neste mês pude acompanhar com calma algumas séries de TV. Muita coisa boa aconteceu e também, muita coisa ruim. Vejamos como foi o balanço de temporadas e encerramento de séries (caso a sua série favorita não esteja aqui pode mandar um recado).

Game of  Thrones (HBO)
Não podemos começar este post sem falar do fenômeno GoT, que a cada temporada prende e amealha mais fãs em várias partes do mundo. Para quem perdeu a última temporada resolvi fazer um pequeno resumo, mais ou menos assim:
- John Snow ressuscita e quebra uma das maiores regras do seriado ( qualquer personagem pode morrer durante uma temporada causando surpresa nos fãs);
- A Rainha dos Dragões volta ao seu reino em Merhin e traz consigo um enorme exercito e uma frota de barcos, tudo para mostrar que ela é a rainha guerreira que consertará toda a bagunça nos sete reinos;
-Sansa e Arya ganharam mais destaque nesta temporada e mostraram que farão toda a diferença em meio aos conflitos já existente nos reinos (Arya não desistiu de sua vingança e Sansa está mais disposta a disputar o reinado de Westero);
- O penúltimo episódio terminou com a batalha mais realista da história dos filmes e seriados de espada e fantasia;
Nota final: 10.

Flash (Warner)
Outra série bacana (principalmente os fanboys de HQ) que merece destaque por sua boa temporada é a do Flash. Costumo dizer que as séries de super-heróis estão ficando cada vez bem mais trabalhadas tanto de roteiro quanto no desenvolvimento dos personagens e assim, evitando cair em algo muito pueril ou infantilizado (muita agente desinformada associa quadrinhos com crianças, o que não é bem assim). Vamos para o resumo do Flash:
- finalmente os desdobramentos dos vilões da terra 2 chega ao fim;
-Quem diria que o primeiro Flash (Joe Cyclone) seria o terrivel Zoom, o Flash do mal;
-Barry Allen perde os seus poderes e tem episódios cheios de pensamento filosóficos e existencialistas;
-O episódio do Flash com a Super Girl foi sem graça;
Nota Final: 8.

Gotham (Warner)
Mais uma série de super-herói, desta vez é Gotham. Esta série vem me surpreendendo em cada temporada, pois eu não acreditava em um seriado do mundo do Batman sem ele seria legal. Enfim, vamos ver até quando o público vai aguentar ver mais Bruce Wayne e menos Batman. Resumo de temporada:
-O estranho Azrael (uma espécie de Batman cruel) aparece como criação do terrível Doutor Hugo Strange;
-A malévola Fish Money volta a dar as caras nos últimos episódios e ainda ganha um super poder graças as experiencias do Doutor Strange;
-Pinguim tenta se regenerar ao saber que seu pai estava vivo, mas as coisas dão errado;
-O detetive Gordon se torna um foragido da justiça e tenta com as próprias mãos deter os planos do Doutor Strange;
- A misteriosa Sociedade da Coruja aparece e pelo jeito conhece muita coisa da familia Wayne...
Nota: 9,5.

Demolidor (Netflix)
De longe a melhor série quesito super-herói na minha modesta opinião. Textos adultos, personagens bem desenvolvidos e diálogos inteligentes. A série do Demolidor da Netflix é muito foda e merece ser vista por mais gente. Resumo de temporada:
-O Justiceiro aparece em Hell's Kitschen  e torna a cidade mais violenta ainda;
- Justiceiro e Demolidor tem confrontos cabulosos e discutem seus métodos de fazer justiça;
- Electra (a grande paixão de Matt Murdock) aparecer e traz consigo a máfia japonesa dando mais trabalho para o Demolidor que tem ainda que deter o Justiceiro;
- O Rei do Crime manda na prisão em que está detido e tem uma luta com o Justiceiro.
Nota: 10.

MOMENTO RAIVA!!!!

Uma das séries que eu mais considerava acabou da pior maneira possível! Penny Dreadful foi uma série que misturava figuras famosas do mundo do terror em um único pacote. Criado pelo Showtime e exibido na HBO, o programa tinha todos os quesitos positivos: ótimo elenco, produção caprichada e enredos bem construído.
Contudo, em nenhum momento o canal anunciou que a terceira temporada seria a última e para desgosto de vários fãs, a série terminou de forma apressada e deixando pontas soltas. Nesta última temporada colocaram o personagem Doutor Jekyll para ajudar Victor Frankenstein e o que poderia render novas histórias acabou não servindo para a nada.
Brona e Dorian Gray recrutaram prostitutas para criar um domínio sobre o mundo, mas nada aconteceu. O grande vilão Conde Drácula aparece e nem sequer é pego pelos heróis que o deixam escapar no episódio final. O personagem que teve melhor destino foi o monstro criado pelo Doutor Frankenstein que durante a temporada encontra a familia e tenta viver uma vida normal.
Os produtores da série alegaram que desde o começo somente três temporadas seriam realizadas, o que não convenceu os fãs da série e assim como eu não caíram neste papo.
Nota Final: 0.